sábado, 18 de abril de 2020

Isaías viu sua Gloria e falou DELE

Isaías viu sua Gloria e falou DELE 



“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono… ” (Isaías 6:1). “Isaías disse essas coisas porque viu Sua glória e falou dele” (João 12:41). A tradução da NVI foi além: “Isaías disse essas coisas porque viu a glória de Yeshua (Jesus)e falou sobre ele” (João 12:41). Como você pode ver, a Nova Versão Internacional troca o pronome (αὐτοῦ) pelo nome pessoal “Jesus”. A NVI quer que você acredite que por volta de 750 aC, Isaías teve uma visão de Jesus (preencarnado) no céu como Deus. De onde partiu tanta ousadia? Os tradutores da NVI estão apenas sendo descuidados com o texto, ou eles deliberadamente se decidiram pela causa trinitariana? Existe alguma justificativa para essa alteração não tão sutil do texto pela NVI? Será que Isaías viu “o Senhor [Jesus] sentado em um trono com a orla de Suas vestes enchendo o templo” (Isaías 6: 1)? Os estimados trinitarianos crêem que sim; eles têm certeza de que João 12:40, 41 faz referência direta a Isaías 6:1-3, que diz: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. 

A tradução da NVI representa uma séria leitura errada deste “texto de prova” para a doutrina da deidade e preexistência de Cristo.

E não esqueça caro amigo leitor o que vou dizer-lhe aqui: Não importa em quantos outros textos a NVI é fiel aos originais. Isso não faz dela uma tradução exclusiva, pois o mesmo acontece com outras traduções, que em muitos textos parecem ser exatas, mas em outros são um desastre. O certo é consultar todas as traduções, e usar aquilo que está de acordo com todo o contexto das Sagradas Escrituras. 

Nesse caso aqui discutido, não devemos aceitar como verdadeira uma tradução textual tendenciosa assumindo as coisas sem uma investigação adequada dos fatos. E é isto que vamos fazer.

Não é difícil descobrir por que os trinitarianos creem que João 12:41 é uma referência positiva para Isaías 6: 1-3. Afinal, as palavras “viu” e “glória” são encontradas em João 12: 41 e Isaías 6: 1-3. Isaías “viu” o SENHOR e Sua “glória” enchendo o céu e toda a terra. E João diz que Isaías “viu sua glória” quando “falou dele”. Então, se João está dizendo que Isaías viu “a glória de Jesus” no céu e “falou dele” em Isaías seis, está resolvida a questão para os trinitarianos: Jesus é o Deus que está assentado num “alto e elevado trono” – para os trintaríamos Jesus está sendo adorado pessoalmente pelos serafins como Deus. Isso tornaria a visão de Isaías de um Jesus preexistente, visto pelo profeta 750 anos antes dele se tornar um ser humano.

Antes de determinar se João realmente está dizendo que Isaías viu Jesus como Deus no céu, é necessário examinar o contexto no qual João está escrevendo, o que é muito importante. Vamos analisar a amplitude de João, capítulo 12, antes de focar no versículo 41.

A primeira coisa que devemos ter em mente é: o contexto de João 12 fala da GLÓRIA DE JESUS ATRAVÉS DO SOFRIMENTO. Mesmo uma leitura superficial de todo o capítulo 12 de João mostra que o assunto diz respeito aos sofrimentos e a glória de Jesus por meio do seu sacrifício no calvário. João 12 não está falando sobre “ontologia”, ou seja, ele não está escrevendo sobre o “ser” de Deus ou a “natureza” de Deus. 

Cena 1: O capítulo abre com o registro em Betânia, “seis dias antes da Páscoa”. É a última semana da vida de Jesus. Todo o clímax de seu ministério está sobre ele. Jesus logo será a Páscoa sacrificial, o “Cordeiro de Deus” (João 1: 29). Mas, por enquanto, Jesus está desfrutando de uma “ceia” com seus amigos, incluindo Lázaro, a quem ele ressuscitou dentre os mortos. Durante o jantar, Maria usa um “unguento genuíno e puro” para ungir os pés de Jesus” – e chora por ele. O próprio Jesus descreve esse ato de devoção como um retrato “para o dia do seu enterro” (v. 3, 7). A sombra do Calvário paira no ar – os principais sacerdotes se aconselhavam” sobre como eles poderiam não apenas matar Jesus, mas também Lázaro (v 10). O sofrimento do Calvário e a rejeição de Israel ao seu Messias são amplamente mostrados quando começamos a ler João capítulo 12.

Cena 2: Em seguida, Jesus faz a entrada triunfal em Jerusalém (vv 12-13). A multidão que se reuniu para a festa da Páscoa escolta Jesus montado em um jumento. Eles balançam os galhos das palmeiras e gritam: “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor, o rei de Israel“. A caminho da cidade sabemos que Jesus chorou sobre Jerusalém porque ela não o reconheceu como seu rei. O registro de João acrescenta que “Seus discípulos não entenderam a princípio”, mas quando Jesus foi glorificado, eles lembraram que essas coisas haviam sido escritas e porque haviam feito essas coisas a ele” (v 16). João cita indiretamente o profeta Zacarias (9: 9) e o salmista (118: 25)

quando lembra que “essas coisas foram escritas”. Somente após Jesus ter “sido glorificado”, depois de sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão ao céu, os discípulos viram a glória messiânica dele. 

Cena 3: João nos apresenta a seguir “certos gregos” que querem “ver Jesus” (v 21). Depois de falarem com Felipe, este e André foram ter com Jesus, mas Jesus responde enigmaticamente: “chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado” (v 23). Jesus conta a eles uma pequena parábola sobre a necessidade de um grão de trigo cair no chão e morrer antes que possa dar muito fruto (v. 24). Jesus explica claramente que o caminho para a glória e a salvação de seus seguidores também será por meio de sacrifício e negação (v 25-26). Sim, eles “verão” a Jesus, mas não como anteciparam. 

Essa perspectiva de sofrer e morrer parece perturbar profundamente o próprio Jesus. Porém, Ele não pedirá ao Pai para poupá-lo de um destino tão cruel (v 27). Ele ora: “Pai, glorifique o teu nome” (v. 28). Uma voz do céu responde: “Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei“. Deus será glorificado pela morte de Jesus. Jesus então diz aos seus ouvintes que estará no processo de ser “levantado da terra” – referindo-se à sua morte humilhante e consequente ressurreição – e que os planos de Deus para o mundo serão consumados (vv 28, 32-33). Embora ele morra sozinho, a glória lhe é garantida. 

Para muitos, com o benefício da retrospectiva, isso é facilmente entendido. Mas para os ouvintes da primeira audiência, tudo isso é sombrio e enigmático. O que é toda essa conversa sobre morrer? “E quem é o filho do homem?”, perguntam (v 34). Após esse diálogo Jesus “partiu e se escondeu deles” (v 36). Assim, o leitor cuidadoso observará que todo o contexto que antecede nosso “texto de prova” no versículo 41 de João 12, diz respeito a como Jesus seria glorificado, e que sua glória viria através de seu sofrimento e execução pública. 

Com essa breve explanação em mente, vamos agora para a parte principal de João, os versículos 37-41:

“E embora tivesse operado tantos sinais diante deles, não criam nele; para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías: (aqui é Isaías 53:1) Senhor, quem creu em nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor?

Por isso não podiam crer, porque, como disse ainda Isaías: (aqui é Isaías 6:10) cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos e entendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. 

Estas coisas disse Isaías, porque viu a sua glória, e dele falou“.

Quando João escreve que Isaías disse “essas coisas” – que “viu sua glória”, ele não está se referindo a quando Isaías viu a glória do Senhor em Isaías 6:1-3. Ele está dizendo que Isaías viu a glória futura quando o Messias seria exaltado através do sofrimento e da morte. Ou seja, “para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (João 12:38) é a referência correta para identificar a glória que Isaías viu, e é um texto que está no capítulo 53 de Isaías (v 1). 

O capítulo todo se refere ao ministério e sofrimento de Jesus aqui na terra. Mostra que a sua pregação não seria aceita e também apresenta como o Messias deveria sofrer em Sua missão. Se levarmos em consideração todo o pensamento desse capítulo e juntarmos com o contexto de João 12, confirmaremos que Jesus estava tratando de Seu ministério e o sofrimento que teria em Sua crucificação e a glória que deveria seguir. Ele fala isso pouco antes dos versículos aqui em discussão: “E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12: 23-24).

Fica evidente que Jesus estava falando a respeito de sua morte sacrificial, e que ele seria glorificado por isso. Porém, conforme podemos ler no verso 34 do mesmo capítulo, os judeus não estavam acreditando nessas palavras. Por este motivo, o Senhor os alerta dizendo: “Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz”, mas mesmo assim João relatou que “ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele” (Jo 12:37). Por isso João cita o texto de Isaías 53:1, mostrando que ninguém daria crédito às palavras de Jesus, e em seguida João menciona o texto de Isaías 6:10 para mostrar que os corações daquelas pessoas ficaram endurecidos. No entanto, Jesus nunca desistiu de sua missão, mas continuou firme até o final, até o momento em que deveria ser “levantado da terra” para salvar a todos que nele cressem. Essa foi a glória que João menciona ter sido vista pelo profeta Isaías. 

E para que você entenda melhor precisamos apenas ajuntar os dois textos de João: “Isaías disse estas coisas [“ Senhor quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor”] quando viu a sua glória e falou dele”. A glória que Isaías viu está em todo o capítulo 51. Portanto, se foi o Pai quem disse as palavras de Isaías 6, então devemos buscar a visão da glória de Jesus no outro texto. E de fato, ESTAS COISAS que revelam a glória dele – do filho, não do Pai – só podem ser a referência citada no verso 38 de João 12, que é exatamente a réplica de Isaías 53:1, que diz: “Senhor quem creu na nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor? 

Leia o restante do capítulo e observe atentamente como Isaías viu a glória de Jesus:

 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.

Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 


Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 

Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.

 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. 

E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. 

Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. 

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si

 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores”

Compare com essas passagens abaixo e observe que a glória que o profeta Isaías viu tem origem no sacrifício e morte de Cristo. De fato, Jesus não foi glorificado até que Deus o ressuscitou dentre os mortos: 

“E isto disse ele do Espírito, que aqueles que acreditavam Nele estavam para receber, porque o Espírito Santo ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado” (João 7:39). 


“JESUS falou assim, e, levantando os seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também te glorifique a ti” (João 17:1). 

“Os seus discípulos, porém não entenderam isto no principio: mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele, e que isto lhe fizeram” (João 12:16).

“Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, POR CAUSA DO SEU SOFRIMENTO E MORTE, FOI COROADO DE GLÓRIA e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” (Hebreus 2:9).

 “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo” (Atos 3:13).

 Pedro diz novamente que Deus “ressuscitou [Jesus] dentre os mortos e lhe deu glória…” (1 Pedro 1:21). 

O escritor do Quarto Evangelho não disse em momento algum que Jesus era Àquele que estava assentado sobre o trono na visão de Isaías, nem que Jesus fazia parte de uma trindade. Compreender dessa forma é ir além do que os textos bíblicos estão afirmando. O contexto deve sempre reinar, e qualquer leitura justa de João 12 prova que o assunto é a glória através do sofrimento por Jesus. Assim, “essas coisas” não são questões de ontologia, ou seja, a questão do “Ser” de Deus não está em discussão. E para Jesus, é uma glória em perspectiva, não porque ele é Deus, mas porque ele é fiel até a morte. De fato, “essas coisas” exigidas pelo versículo 41 de João 12 aponta para a citação em João 12: 38, que vem de Isaías capítulo 53, não de Isaías 6: 1. Isaías 53 é a grande profecia do Servo Sofredor, onde é previsto que o Messias seria “um homem de dores e familiarizado com a dor” e seria “desprezado” ”e afligido” e etc. Assim, João está dizendo que Isaías “viu” o ministério vindouro do sofrimento e a subsequente glória do Messias. 

A segunda citação em João 12:40, relativa à cegueira e dureza de Israel, é tirada de Isaías 6 durante a visão de Isaías do Senhor dos exércitos no céu. Depois que Deus purificou e comissionou Isaías para seu ministério profético, o Senhor explica a rejeição que o próprio Isaías experimentaria em breve quando fosse pregar a Israel (Is 6: 10). O povo não vai ouvir Isaías por causa de sua dureza e incredulidade. Era o mesmo tipo de rejeição que Jesus estava encontrando em João 12. Embora Jesus tivesse realizado muitos “sinais”, o povo “não estava acreditando nele” como o Messias há muito prometido (Jo 12:37). 

Não apenas o próprio Jesus na passagem de João conecta seus sofrimentos messiânicos como o meio de trazer “glória”, mas também foi assim que os outros apóstolos entenderam. Lembre-se, Jesus já nos indicou que, quando fosse “levantado” de sua morte, o Pai seria glorificado e também o recompensaria com GLÓRIA (João 12: 27). 

Lembre-se também de que os discípulos não tiveram essa conexão entre os sofrimentos do Messias e sua glória (João 12:16). Porém, após a morte, sepultamento, ressurreição e ascensão de Jesus ao céu à mão direita de Deus, o Pai, os discípulos finalmente o entenderam: “Desta salvação inquiririam e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era  destinada, indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pedro 1:10-11).

Certamente Isaías foi um dos profetas mencionados por Pedro que séculos antes havia visto “os sofrimentos do Messias” e “as glórias” que se seguiriam. Em harmonia com Pedro, seu companheiro e apóstolo, João, concorda que os profetas Zacarias, o salmista e Isaías viram os sofrimentos do Messias e a glória que se seguiria (João 12: 12-16; 37-41). 

Paulo também sabia que “essas coisas” estavam escritas nos profetas, de como o servo sofredor do Senhor “suportaria nossas iniquidades” ao “derramar-se até a morte”. Mas Paulo também sabia que Isaías tinha visto a recompensa gloriosa do Messias e como o Senhor Deus “veria” a “angústia de sua alma e ficaria satisfeito” (Is 53: 10), e depois que ele se “esvaziou” até a morte, o Apóstolo diz que “Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:9-11). 

E novamente: João disse que Isaías viu a glória de Jesus apontando para os registros proféticos do capítulo 53 e não do capítulo 6. O capítulo 53 de Isaías nos fornece uma fonte rica dos “sofrimentos previstos de Cristo e das glórias a seguir”. A glória de Deus é revelada no caminho de humildade do Messias. E através de seus sofrimentos, Jesus sabia que Seu Pai também seria glorificado. As multidões de Israel em João 12 não viram isso.

Esse ensinamento já foi mencionado anteriormente no evangelho de João. Por exemplo, prevendo seus sofrimentos e morte – e sabendo que Israel o matará, Jesus disse: “o Pai é quem me glorifica” (João 8: 54). Eles se recusaram a acreditar nas credenciais messiânicas de Jesus. Eles se recusaram a acreditar que o ensino de Jesus tem o poder de impedir alguém da “morte eterna” (João 8:51). Jesus retruca: “Abraão, vosso pai, se alegrou em ver o meu dia, ele o viu e alegrou-se” (João 8:56). Espero que você tenha entendido isso; Abraão “viu” o futuro dia da glória do Messias. Isto é o que Isaías e todos os profetas também viram, o futuro “dia” de glória do Messias.

Isaías viu o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 



Não há um pedaço de evidência textual testificando que Isaías viu a “glória de Jesus” nas visões registradas no capítulo 6. Isaías também não diz nada de um Deus que é uma Trindade na sua visão. 


Na Bíblia Hebraica (comumente chamada de Antigo Testamento), existem quase sete mil ocorrências do nome divino de Deus (escrito em hebraico com quatro consoantes (YHWH). Por isso devemos nos ater ao fato de como é importante entender quem é o Deus da Bíblia. Em todas  essas quase sete mil ocorrências do nome pessoal de Deus, os verbos e pronomes pessoais acompanhantes estão no singular. A linguagem não tem meios mais seguros de comunicar que o Senhor é uma pessoa e não duas ou até três.

 Embora alguns tentem ler de forma tríplice, “Santo, Santo, Santo”, desejando ardentemente identificar uma ‘divindade’ trina, sabemos que o resto da adoração angélica é ao Deus monoteísta, o único Deus, pois eles dizem: “Santo, Santo Santo, é o Senhor dos exércitos, toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6:3). Ou seja, sabemos que Deus é uma Deidade Individual por causa dos verbos singulares e pronome pessoal singular que os acompanha. De acordo com todos os profetas, Isaías faz uma distinção clara entre Deus Pai e o Messias.

Para Isaías, o Senhor é uma única pessoa e nunca é confundido como dois deuses ou duas pessoas que são Deus. Para Isaías, Yahweh é o Deus que “formará” Seu Servo Messiânico no ventre de sua mãe (Isaías 49:5). Para Isaías, o Messias é referido como “o ramo do Senhor”, aquele que “se deleitará no temor do Senhor”, aquele “escolhido por Deus”, aquele em quem o Senhor “se deleita”, aquele que será o sábio “servo” do Senhor, aquele que cresceria diante do Senhor como “um renovo” e aquele em quem o Senhor lançará “a iniquidade de todos nós” (Is 4: 2; 11: 2-3; 42: 1; 52:13; 53: 2, 6,10; 61: 1). Assim, ao longo de todo o livro de Isaías, o profeta nunca confunde o Messias vindouro com o Deus Pai. Para Isaías, o Messias não é o Senhor dos exércitos. 

Além disso, dizer que Jesus é o Senhor é quebrar a regra trinitária inviolável de que as Pessoas da Divindade não devem ser confundidas. Lembre-se, Yahweh é um nome pessoal. Dizer que Deus o Pai é Yahweh e ao mesmo tempo dizer que Jesus é o Senhor Deus é confundir a “Primeira Pessoa” da Trindade – Deus o Pai – com a “Segunda Pessoa” da Trindade – “Deus o Filho”. Se dissermos que João está equiparando Jesus a Yahweh em João 12:41, estaremos defendendo não o Trinitarianismo, mas o Modalismo. Modalismo é o conceito de que Jesus é Deus Pai se expressando em um “modo” ou expressão diferente (é proposto hoje por grupos como os Pentecostais da Unidade), que Deus se manifestou como o filho. Ou seja, que são literalmente um só.

 Jesus nunca se identificou como o Deus Pai, um conceito que nem os trinitarianos aceitam. Isaías afirmou que viu o Senhor em Isaías 6, e não Jesus, o Messias. Mas o que Isaías viu e falou (capítulo 51) é a visão profética da rejeição e subsequente glória que o Messias alcançaria 750 anos no futuro. “Essas coisas” que Isaías viu falam do cumprimento da profecia nos dias de João sobre os sofrimentos do Messias e a glória seguida à sua ressurreição.

Dizer que Isaías viu Jesus como Deus no céu é desconsiderar o contexto imediato de João 12:37-41, os quais falam dos sofrimentos de Jesus como o prelúdio necessário para sua glória messiânica; é ignorar a distinção consistente em todo o livro de Isaías e de todos os profetas do AT, que Deus é “uma pessoa” e que o Messias prometido nunca é Deus.

 Provando que Isaías viu o Pai, não o Filho (Is 6:1-10)


“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.

 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Então disse eu: Ai de mim, pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos! 


Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? 

Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado“. 

O mais impressionante é que o texto esclarece de forma cristalina, não deixando dúvida alguma, que Isaías viu o Deus de Abraão Isaque e Jacó, o Deus dos exércitos, uma designação exclusiva do Pai – Isaías viu um ser apenas, não dois. E mais impressionante ainda é ver como os trinitarianos destronam o Senhor dos exércitos na visão de Isaías e colocam Jesus no lugar. Jesus nunca esteve no trono do Pai até que ele foi exaltado à destra de Deus depois de sua ressurreição. O Senhor dos exércitos de Isaías 6 é o Pai. Ele é visto em Apocalipse como “O Todo- poderoso”, e está separado do cordeiro. 

As mesmas designações (“Todo-poderoso e Senhor dos exércitos”) são aplicadas ao Pai no Velho Testamento. 

Vejam os textos: 


Jeremias 32: 18 “Tu usas de misericórdia até mil gerações, mas retribuis o pecado dos pais nos filhos. Tu és o grande e poderoso Deus, cujo nome é SENHOR dos Exércitos“. 

Salmos 84: 12 “Ó SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que confia em ti“. 

Salmos 89: 8. “Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, SENHOR, com a tua fidelidade que te cerca?”

Gênesis 17: 1. “Quando Abrão tinha noventa e nove anos, o SENHOR lhe apareceu e disse: Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda na minha presença e sê íntegro“.

 O SENHOR (YHWH) do Velho Testamento sempre á uma referência ao Deus Todo-poderoso. “Todo-poderoso” e “Senhor dos exércitos” são títulos que Jesus nunca recebeu nas Escrituras. 

Outro ponto importante a se notar é que o capítulo 4 e 5 do livro de Apocalipse deixam bem claro que os seres celestiais proclamam “Santo, Santo, Santo” para Aquele que está assentado sobre o trono, sendo esse o Deus Todo-poderoso, o Ser que difere da pessoa do Cordeiro: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso“, Ap 1:8. 

Observe com atenção nos versículos citados a seguir que “Aquele que é, que era, e que há de vir” está separado de Jesus: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” (Apocalipse 1:4, 5). 

O Todo-poderoso, O Senhor dos exércitos, aparece em mais passagens do Livro de Apocalipse – sempre separado de Jesus. O escritor, ao contemplar a nova Jerusalém que desce do céu, registra que 
“Nela não vi santuário, pois seu santuário é o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro“, Ap 21:22. 


O Senhor dos Exércitos visto por Isaías em glória é o mesmo citado como sendo o Deus de Jesus em Apocalipse 2:7; 3:2, 12, que se distingue do Cordeiro em Apocalipse 5:1-7; 5:13; 6:16; 7:10, 15.

Veja as passagens


 Apocalipse 2:7, “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lheei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus“. 

Apocalipse 3:2, 12 “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus… A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome“. 

Preste atenção nesses registros onde você também poderá constatar que Deus é distinto do Cordeiro:

Apocalipse 5:1-7,13 “E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? 

E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.

  E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.

 E veio [o Cordeiro], e tomou o livro da destra [de Deus] daquele que estava assentado no trono. 

E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre“.


 Apocalipse 6:16, “E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro“. 

Apocalipse 7:10, “E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro“. 

Agora leia Isaías 6:1, “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono…”. 

O mesmo Deus e Senhor visto assentado no trono em Apocalipse, distinto do Cordeiro (Jesus), é aquele que Isaías viu assentado no trono em sua visão registrada no capítulo 6:1-10. Isaías viu a glória do Deus Todo-poderoso, que é o Pai. Isaías não viu Jesus. Jesus não falou com Isaias. O Messias não falava no Velho Testamento porque ele ainda não existia: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho…”. (Hebreus 1:1-2). 

O Filho de Deus jamais existiu antes de nascer em Belém. O Salmista sabia disso, como sabia também que Ele não estava no céu: “Quem, nos céus se compara ao SENHOR? Quem é igual ao SENHOR entre os seres celestiais? (Salmos 89:6).

O Espírito Santo falando

Vamos agora analisar Atos 28:25-28, que diz: “E, como ficaram entre si discordes, despediram-se, dizendo Paulo esta palavra: bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías, dizendo: vai a este povo, e dize: de ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Porquanto o coração deste povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam, nem do coração entendam, e se convertam, e eu os cure. Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão“.

Os versos 26 e 27 são referências ao texto de Isaías 6: 9-10. É o mesmo texto citado por João no capítulo 12. Dessa vez é Lucas quem escreve, pois ele é o autor do livro de Atos dos Apóstolos. Em Isaías 6:8-9, o profeta diz que foi o Senhor quem falou com ele em visão, ou seja, o grande Rei que estava assentado sobre o trono, conforme podemos ver a seguir: 

“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: vai, e dize a este povo: ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis” (Isaías 6:8-9). 

Note novamente que no relato descrito por Lucas, o apóstolo Paulo refere-se como sendo o “Espírito Santo” como aquele quem falou com Isaías. Leia outra vez o verso de Atos: “E, como ficaram entre si discordes, despediram-se, dizendo Paulo esta palavra: bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías…” (Atos 28:25). 

Se a doutrina da trindade fosse verdadeira, isso seria uma contradição, pois compreendem que cada pessoa da Divindade são diferentes entre si e que existe uma distinção clara entre cada uma delas, conforme expliquei no início desse estudo. Ora, se o profeta Isaías diz ter sido o Senhor quem falou com ele em visão, logo não pode ter sido outra pessoa, mesmo que essa “suposta pessoa” faça parte do mesmo ser. Na mentalidade judaica, expressa nos relatos bíblicos, o “Espírito Santo” nada mais é do que a própria pessoa de Deus agindo de forma espiritual. 

O mesmo acontece no relato de Atos 5:3-4, onde é intercalado o termo “Espírito Santo” e “Deus”, pois o primeiro é uma referência ao próprio Deus: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (Atos 5:3-4).


Pedro afirma que Ananias mentiu ao Espírito Santo, e em seguida diz novamente que ele mentiu para Deus. Portanto, o termo “Espírito Santo” relatado na Bíblia pode muitas vezes estar se referindo a própria pessoa do Pai, e não a uma terceira pessoa da trindade. A distância entre Jesus e a visão de Isaías é de sete séculos e meio. Jesus não estava lá. Isaías não viu a glória de Jesus em 6:1-3, pois era o Pai celestial falando.

O que podemos concluir é que os relatos de Isaías 6, João 12 e Atos 28 não são uma prova da doutrina trinitariana. Como visto, os textos foram analisados honestamente, o que nos possibilitou de forma cristalina encontrar interpretações contrárias ao que ensina a doutrina da trindade. O próprio conceito trinitariano acaba perdendo a sua credibilidade ao tentar provar uma trindade com base nessas passagens, pois na distinção das três pessoas, acabam confundindo cada uma delas nas próprias passagens, contradizendo o respectivo ensinamento que cada um é uma pessoa distinta da outra. 

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Yeshua (Jesus) foi criado antes de todas as coisas?

Yeshua (Jesus) foi criado antes de 
todas as coisas?





A ideia de que Yeshua (Jesus) é um ser sobrenatural, criado antes da fundação do mundo, primeira obra de D-us, faz parte da crença da esmagadora maioria dos cristãos. 

O que eles não sabem é que esta ideia se originou do desvio de sentido do texto original, já nos primeiros séculos da igreja.

Das três afirmações cristológicas: 

1) Yeshua (Jesus) foi criado, ou existia, antes de todas as coisas;
 2) Yeshua (Jesus) estava no céu junto de D-us; e, 
3) Yeshua  (Jesus) é Deus; a primeira parece ser a mais comumente defendida pelos “teólogos”. 

Mas, esta afirmação é falsa, como também as outras.

 Na verdade,Yeshua ( Jesus) não existiu antes de todas as coisas, não esteve nos céus antes de sua ascensão e nunca foi D-us, sempre foi homem. 

Mesmo que algumas passagens bíblicas possam, à primeira vista, levar a tal sentido, isto não se sustenta à medida que se avança por uma leitura mais detalhada e contextual. Jesus tem sua existência marcada a partir do seu nascimento de Maria, em Belém.


Para  defender a ideia de que Jesus já existia antes de todas as coisas, como a primeira obra de D-us, são catalogadas as seguintes passagens: 

João 8:58 — Antes de Abraão; Colossenses 1:1517 — Primogênito de toda a criação; ele é antes de todas as coisas; 

Apocalipse 3:14 – o princípio da criação de D-us;

 João 17:5  — Antes que o mundo existisse;

 Provérbios 8:22 – Antes de suas obras.

Devido a um gatilho pré-estabelecido na mente dos defensores da preexistência, uma falsa conexão de sentido é feita entre estes textos. 


O gatilho é ativado pela palavra “antes” e em certo grau pela palavra “princípio”. 


A ideia de que Yeshua ( Jesus)  é antes ou o primogênito da criação, a primeira das obras e antes de tudo, também está conectada com João 1:1, e, para eles, parece sustentar que Jesus é preexistente. 

Ainda que seja possível, em muitos casos, fazer conexões intertextuais, elas nunca devem contrariar outras passagens bíblicas. 

Esta parte será dedicada a uma análise hermenêutica dessas passagens em seu contexto imediato. 

Isto será mais do que suficiente para reconfigurar o verdadeiro sentido delas. 

Uma análise hermenêutica intertextual, prepararemos oportunamente.

“Princípio”, “primogênito” e “antes”

Estas três palavras: “princípio”, “primogênito” e “antes” quando relacionadas à pessoa de Jesus são interpretadas com um mesmo sentido pelos defensores da preexistência. Estas significam, para eles, que Jesus existia ou foi criado num tempo muito remoto, antes da existência do homem, do mundo e de todas as coisas.  Estaria certo isso? Tentar provar a preexistência baseado na conexão de sentido simples e direta entre estas palavras é um erro que se derivou da falsa interpretação do Logos de João 1:1 como sendo Jesus. Estas passagens não se referem ao contexto da criação, abordam outro assunto com outro sentido.


O “princípio” e o “primogênito” da criação de D-us



O qual é imagem do D-us invisível, o primogênito de toda a criação; (Colossenses 1:15)


 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: (Apocalipse 3:14) 



Qual o sentido das palavras “primogênito” e “princípio” destas passagens? O sentido equivalente em seu contexto imediato é preeminência, importância, predominância, ascendência, primazia, superioridade, hegemonia, supremacia, império, poderio, soberania, força, domínio, governo entre outros (Veja isto em qualquer dicionário web). 

Yeshua (Jesus) foi colocado nesta posição em relação a todas as demais coisas.  

Os contextos da carta à igreja de Laodicéia e a carta aos Colossenses são esclarecedores e indica o assunto neste sentido. 

Não é possível abordar todo o contexto aqui, mas alguns pontos serão suficientes para orientar nosso entendimento. Comecemos por Colossenses. 



A expressão “princípio de toda a criação” não quer dizer que Yeshua foi criado antes da criação do mundo. Se a leitura do texto for adequadamente feita, o contexto imediatamente anterior de Colossenses 1:15 mostrará que o assunto é a chegada e a compreensão do evangelho do reino pelos irmãos da cidade de Colossos. 



Consequentemente, por todo o contexto, Paulo fala sobre o valor que eles devem dispensar ao evangelho. Paulo exorta para que eles continuem crescendo na sabedoria e entendimento. Diz também que este processo de regeneração pelo qual passavam era porque D-us os tirou “do poder das trevas” e os transportou “para o reino do seu Filho amado;” (Colossenses 1:13). Como visto, o texto fala de reino, de domínio, de império, de soberania. Os colossenses estavam debaixo do domínio das trevas e, agora, passam para o domínio de Messias . O texto apresenta um sistema hierárquico. Mesmo que a palavra hierarquia não aparece no texto, o assunto é o de que um ser superior domina outro inferior. No caso, o messias  é nosso Senhor. É esta ideia que define o sentido da palavra “princípio” do verso 15 do capítulo 1. 

Sem dúvida, Yeshua é o principio da criação de D-us, isto é, o mais importante Ser da criação, pois nEle todas as coisas foram congregadas. Veja que uma afirmação semelhante é feita pelo Apóstolo Paulo referindo-se à igreja em Efésios 2:10-15: 


“De tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra; que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; e sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.”


Assim, também, em Colossenses Yeshua  é mostrado como o mais importante ser, o “cabeça” (Senhor) da Igreja:


“Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”, (Colossenses 1:14-18) [Grifo nosso].

Vejam que a palavra “preeminência” marca o sentido de Cristo ser “primogênito”, “antes” e “princípio”. Ele é tudo isso porque é o mais importante, o que vem antes, vem primeiro, é o maior, mais elevado na escala hierárquica.

Outras passagens em Colossenses colaboram no mesmo sentido. 2:10: “E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade”. 2:15:

“E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”. Cristo não é cabeça somente da igreja, mas é também das nações.

Ele exerce poder sobre todo o principado e poder. Os reinos do mundo foram criados para Ele.

Diz Salmos 2:8: “Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão.

” Quando Deus resolveu criar o homem sobre a face da terra, já havia imaginado que eles seriam para Yeshua ( Jesus).

Por isso, diz o verso 16 de Colossenses 1: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades.”


Importante salientar que o verbo “criar” refere-se às coisas espirituais, como trono, principados, dominações e principados, não a céu e terra literais. A criação literal foi realizada somente por Deus. O texto ainda diz que foi criada nEle, isto é, Cristo é o motivo central e fundamento pelo qual tudo foi criado, mas não o criador.

Tudo foi criado por causa dEle e para Ele, encerra o verso 16.

Como metáfora, podemos dizer que é como um pai que compra um presente para o filho.

Neste contexto, qual o sentido das palavras “antes”, “primogênito” e “princípio”? É o sentido de soberania, senhorio, de domínio, ou seja, Jesus é o mais importante de todos e de tudo. “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse,” (Colossenses 1:19). É com esta ideia de que Cristo é maior de todos que a Carta aos Colossenses segue dizendo:

“Portanto, ninguém vos julgue [domine] pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,” (Colossenses 2:16) e

 “Ninguém vos domine a seu bel-prazer,” (Colossenses 2:18).

“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como:” (Colossenses 2:20).

[Parêntesis e grifos são nossos] A ideia de reino, domínio, soberania, hierarquia etc., está presente em toda a Carta. “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”, (Colossenses 3:2).

Paulo segue pelos capítulos 3 e 4 recomendando uma obediência submissa de homens, mulheres, servos e patrões.


Não é possível que apenas umas poucas palavras no capítulo 1 fugissem a este sentido e venham significar que Jesus existiu antes da criação do mundo.

Definitivamente, a palavra “primogênito” aplicada a Jesus quer dizer que Ele é o mais importante do Seu reino.

A outra ocorrência importante é Apocalipse 3:14: “...o princípio da criação de Deus”.

Aqui cabe tudo o que foi falado acima. Não é necessário gastar energia com este texto, apenas alguns apontamentos serão suficientes.

O sentido da palavra “princípio” pelo contexto imediato significa proeminência, importância. Jesus é o mais importante da igreja de Laodiceia.

Ele é o seu soberano, é Ele quem já está assentado em um trono: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”, (Apocalipse 3:21).

Entende-se facilmente que assim como a congregação de Colossos, a de Laodiceia encontrava-se com os mesmos problemas na sua relação com o mundo.

Eram cidades muito próximas e, com certeza, pertenciam a um mesmo estilo de vida.

Por isso, Paulo recomenda o revezamento na leitura das suas cartas: “E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia lede -a vós também”, (Colossenses 4:16).

 É significativo, então, que a igreja de Laodiceia tinha as mesmas dificuldades dos colossenses em entender a soberania de Cristo na vida dEles, e foi tomada como um exemplo de igreja insubmissa a Cristo. 

Fechando o raciocínio, as expressões “primogênito”, “princípio” e “antes” que aparecem nos versos 15 e 17 de Colossenses e 14 do Apocalipse 3 tem sentido de importância, supremacia, soberania, hierarquia etc.

Paulo quer dizer que os colossenses deviam reconhecer a importância e supremacia de Cristo na vida deles em relação às coisas do mundo, pois tudo o que existe no mundo está debaixo de seus pés, conforme afirma aos efésios.

Assim também, Jesus através da carta à igreja de Laodiceia diz o mesmo para nós. A questão toda se concentra na ideia de que o reino de Jesus devia dominar a vida deles.


Não há nenhuma preocupação de Paulo em explicar aos colossenses que Jesus existia na antiguidade e criou o mundo.


“Antes” da criação do mundo,

Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. (João 8:58) O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o princípio dos seus feitos mais antigos. (Provérbios 8:22)

Talvez, a passagem de João 8:58 seja o maior refúgio dos preexistencialistas. Sempre que são confrontados, recorrem a este texto. Para eles a palavra “antes” significa um tempo anterior. Como estão fechados na ideia de que Jesus é preexistente, não recorrem a outros sentidos. Esta forma pragmática de proceder é um grande erro. 

Vamos entender. A palavra grega traduzida por “antes” em João 8:58 é πρρρ = prin. A palavra “antes” em português tem vários sentidos. Veja isso no dicionário de sinônimos: sinonimo.com.br.  Dois nos interessa nesta discussão: de tempo e de importância. De tempo, temos: anteriormente, previamente, precedente, primeiro, antecipadamente, antecedente. De preferência, temos: preferivelmente, preferencialmente, melhor. “Prin” é prefixo nas palavras: principal, princípio, príncipe. Principal é o mais importante. Princípio é o que predomina. Por exemplo, princípios da química, princípios da matemática, princípios da administração. Príncipe é chefe de estado de um principado soberano. Então, qual o sentido deve ser aplicado em João 8:58? A hermenêutica deve ser nossa ferramenta para auxiliar nesta decisão. Logo abaixo, a resposta.


Quanto à passagem de Provérbios 8:22 a palavra “princípio” realmente se refere a anterioridade. Não é preciso gastar tempo para explicar. A expressão “seus feitos mais antigos” define seu sentido. O que devemos esclarecer é que este texto de Provérbios não possui qualquer relação com a pessoa de Jesus. A relação que os preexistencialistas fazem é falsa. A primeira obra de Deus realmente é a sabedoria. Foi através dela que Deus realizou todas as coisas. Inclusive, Jesus, é fruto da sabedoria divina, mas não a própria sabedoria. 

Provérbios 8 é a descrição da característica divina presente na criação de todas as coisas. Tudo o que foi realizado por Deus é procedente de sua sabedoria. A sabedoria é a qualidade necessária para a execução de tudo. Deus aplicou sua sabedoria ao criar o universo e todas as coisas nele existente, os céus, as estrelas, a lua e o sol. O mar com todas suas espécies de vida. A terra com seus montes rios e florestas. Até mesmo o homem nada faz sem o uso da sabedoria. O engenheiro, o arquiteto, o construtor, o médico, o cientista todos precisam da sabedoria. Uma ponte, uma estrada, um edifício são feitos pela sabedoria que há no homem. Um excelente governo, a aquisição de riqueza, a prática da justiça, nada disso é possível sem sabedoria. Pessoas incautas quanto aos estilos textuais, não compreendem que a sabedoria está personificada. A sabedoria, que é abstrata, foi descrita de uma forma poética, figurativa, para que as pessoas pudessem compreendê-la. E nada neste texto liga a sabedoria à pessoa de Jesus, mas somente às obras de Deus. 

A técnica utilizada pelos preexistencialistas para conectar Jesus com a sabedoria de Provérbios 8 foi criar uma conexão de sentido com outros textos bíblicos não relacionados. Tais textos são: João 1:1, “no princípio estava com Deus”; Colossenses 1:15, “primogênito de toda criação”; 

Apocalipse 3:14, “princípio da criação de Deus”. Estes textos não se relacionam entre si. João fala da palavra de Deus, Colossenses e Apocalipse da soberania de Jesus. Qual a relação com a sabedoria? Nenhuma. 


Voltando à questão do “antes” de João 8:58, o contexto indica que a palavra grega “prin” (πρρρ) está mais relacionada com a ideia de superioridade do que anterioridade. Jesus não disse que ele existiu antes de Abraão. A palavra usada por ele é “sou”. Esta indica uma característica dEle, não tempo de existência. Jesus estava respondendo ao questionamento dos judeus que desejavam saber quem Ele era, não quando havia nascido: “Quem te fazes tu ser? (João 8:53). No mesmo verso: “És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? Vejam que os judeus estavam preocupados com a importância de Jesus. É certo que o contexto nos indica que o significado mais coerente da palavra “antes” é no sentido de superior, não anterior.

Esta confusão de sentidos tem princípio no arianismo. O arianismo foi:
“uma visão cristológica sustentada pelos seguidores de Ário, presbítero cristão de Alexandria nos primeiros tempos da Igreja primitiva, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai, que os igualasse, concebendo Cristo como um ser pré-existente e criado, embora a primeira e mais excelsa de todas as criaturas, que encarnara em Jesus de Nazaré. [...]” 


Ário viveu no quarto século e foi protagonista no combate aos pensamentos de Atanásio de Alexandria. Suas ideias eram positivas quanto a não igualdade entre Jesus e Deus. Mas já influenciado pelo desvio de sentido do logos de João 1:1, encarou Jesus como um ser preexistente. O arianismo é uma corrente de pensamento paralela ao trinitarianismo e tanto um como outro tem origem na discussão cristológica. Tanto um como o outro já estavam fora do contexto bíblico. Essa ideia de preexistência de Cristo é a base da doutrina da trindade.  


Concluindo. Estas duas passagens que utilizam a palavra “antes”, João 8:58 e Provérbio 8:22 não tem relação entre si. Como também não há relação com a passagem de João 17:5 que fala da “glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. Evidentemente, o “antes” de João 17:5 se refere a tempo, mas o sujeito da oração e a glória, e não Jesus. Assim também, em Provérbios se fala da sabedoria divina, não do homem Jesus. 

Enfim, a palavra original grega é “prin”, traduzida para “antes”. Mas, entre os diversos sentidos de “prin” está o de superioridade. “Prin” também é prefixo de palavras que indicam superioridade, como exemplo, “principal”. Não há razões para dar crédito a uma ideia que claramente surgiu da mente dos “Pais da Igreja” e não coaduna com a palavra de Deus. Fica claro que não se pode afirmar que Jesus foi criado “antes da fundação do mundo”. 

Shalom







quinta-feira, 4 de abril de 2019

Isaias 53 -Yeshua é o servo sofredor



Yeshua é o servo sofredor



POR QUE ISAÍAS 53 NÃO PODE SE REFERIR À NAÇÃO DE ISRAEL, OU A QUALQUER OUTRA PESSOA QUE NÃO SEJA O MESSIAS?

1. O servo de Isaías 53 é um SOFREDOR INOCENTE E SEM CULPA. Israel nunca é descrito como SEM PECADO. No mesmo Livro de Isaías em que se encontra a profecia do servo sofredor (cap. 53), lemos que em Isaías 1: 4 se diz da nação:

"AI, NAÇÃO PECADORA, POVO CARREGADO DE INIQUIDADE, GERAÇÃO DE MALFEITORES, FILHOS CORRUPTORES!" Ele continua NO MESMO CAPÍTULO A caracterizar JUDÁ como SODOMA, JERUSALÉM COMO UMA PROSTITUTA, E O POVO COMO AQUELES CUJAS MÃOS ESTÃO MANCHADAS DE SANGUE (versículos 10, 15 e 21). QUÃO DISTANTE ESTA DESCRIÇÃO ESTÁ DO "INOCENTE E SEM PECADO SERVO SOFREDOR DE ISAÍAS 53 QUE "NÃO TINHA FEITO NENHUMA VIOLÊNCIA, NEM HAVIA ENGANO EM SUA BOCA!"
2. O profeta disse: "AGRADOU AO ETERNO MOÊ-LO." .... Então O TRATAMENTO TERRÍVEL QUE O POVO JUDEU RECEBEU, FOI REALMENTE UM PRAZER PARA DEUS??, (como se diz do sofrimento do servo em Isaías 53:10) Se, como alguns rabinos afirmam, Isaías 53 refere-se ao holocausto, podemos realmente dizer do sofrimento de Israel durante esse período horrível: "AGRADOU AO ETERNO MACHUCÁ-LOS?" No entanto, FAZ TODO O SENTIDO DIZER QUE DEUS SE AGRADOU DE VER O MESSIAS SOFRER E MORRER, COMO NOSSA OFERTA PELO PECADO, PARA TRAZER PERDÃO E EXPIAÇÃO A TODO POVO DE ISRAEL E À TODA A HUMANIDADE.

3. A pessoa mencionada nesta passagem SOFRE SILENCIOSA E VOLUNTARIAMENTE. Mas todas as pessoas, mesmo O POVO DE ISRAEL SEMPRE SE QUEIXAVA QUANDO SOFRIA! Bravos homens e mulheres judeus lutaram em movimentos de resistência contra Hitler. Lembra da revolta de gueto de Vilna? Lembra-se dos homens judeus que lutaram ao lado dos aliados? Podemos realmente dizer que o sofrimento judaico durante o holocausto e durante os séculos anteriores foi feito EM SILÊNCIO E DE BOM GRADO?


4. A figura descrita em Isaías 53 SOFRE, MORRE e RESSUSCITA NOVAMENTE PARA EXPIAR OS PECADOS DO SEU POVO. A palavra hebraica usada em Isaías 53:10 para "oferta pelo pecado" é "asham", que é um termo técnico que significa "oferta pelo pecado". Veja como é usado no Levítico, capítulos 5 e 6. Isaías 53 descreve UM CORDEIRO SACRIFICIAL IMPECÁVEL E PERFEITO QUE TOMA SOBRE SI OS PECADOS DOS OUTROS PARA QUE POSSAM SER PERDOADOS. Alguém pode realmente afirmar que o terrível sofrimento do povo judeu, por mais imerecido e injusto que seja, EXPIA PELOS PECADOS DO MUNDO? De quem quer que a passagem de Isaías 53 fale, a figura descrita SOFRE E MORRE PARA FORNECER UM PAGAMENTO LEGAL PELO PECADO PARA QUE OUTROS POSSAM SER PERDOADOS EM TODA A HUMANIDADE E NÃO SÓ PELO PRÓPRIO POVO JUDEU. ISSO JAMAIS SERIA VERDADE PARA O POVO JUDEU COMO UM TODO, OU PARA QUALQUER OUTRO SER HUMANO NORMAL..... E ALIÁS, O POVO DE ISRAEL JAMAIS PODERIA SER O SERVO SOFREDOR QUE MORRERIA POR SI MESMO.... E QUEM SERIA PERDOADO, SE TODOS FORAM MORTOS?


5. É O PROFETA QUEM ESTÁ FALANDO NESTA PASSAGEM (E NÃO OS GENTIOS COMO ELES INVENTARAM). POIS ELE DIZ: "QUEM CREU EM NOSSA MENSAGEM". O termo "MENSAGEM" geralmente se refere à MENSAGEM PROFÉTICA, como acontece em Jeremias 49:14. Além disso, quando entendemos o paralelismo hebraico do versículo 1, vemos "QUEM CREU EM NOSSA MENSAGEM" como paralelo a "A QUEM O BRAÇO DO SENHOR FOI REVELADO?". O "BRAÇO DO SENHOR" refere-se ao PODEROSO ATO DE SALVAÇÃO DE DEUS. Assim, A MENSAGEM DO NARRADOR DESSE TEXTO É A MENSAGEM DE UM PROFETA DECLARANDO O QUE DEUS FEZ PARA SALVAR SEU POVO.


6. O PROFETA FALANDO É O PRÓPRIO ISAÍAS, QUE DIZ QUE O SERVO SOFREDOR FOI PUNIDO PELA "TRANSGRESSÃO DO MEU POVO", de acordo com o versículo 8. QUEM É O POVO DE ISAÍAS? É O POVO DE ISRAEL. O SERVO SOFREDOR DE ISAÍAS 53 SOFREU PELO POVO DE ISRAEL. ENTÃO COMO ELE MESMO PODERIA SER O PRÓPRIO POVO DE ISRAEL?


7. A figura de Isaías 53 MORRE E É SEPULTADA de acordo com os versículos 8 e 9. O POVO DE ISRAEL NUNCA MORREU COMO UM TODO (E SE TODO O POVO MORRESSE, QUEM IRIA MORRER PELO POVO, PARA SALVAR O PRÓPRIO POVO QUE ESTÁ MORRENDO? ISSO SERIA UM PARADOXO EM SI MESMO, ALGUÉM SER MORTO, DANDO A SUA VIDA PARA SALVAR A SI MESMO DA PRÓPRIA MORTE... NÃO FARIA O MENOR SENTIDO) . Eles foram expulsos para fora da terra em duas ocasiões e voltaram, MAS ELES NUNCA DEIXARAM DE ESTAR ENTRE OS VIVOS. MAS YESHUA MORREU, FOI SEPULTADO E RESSUSCITOU.


8. Se Isaías 53 NÃO PODE SE REFERIR A ISRAEL, ENTÃO QUE TAL SE REFERIR AO PRÓPRIO ISAÍAS? Mas Isaías disse que ELE ERA UM HOMEM PECADOR DE LÁBIOS IMPUROS (Isaías 6: 5-7). E ISAÍAS NÃO MORREU COMO EXPIAÇÃO PELOS NOSSOS PECADOS. Poderia ter sido JEREMIAS? Jeremias 11:19 ecoa as palavras de Isaías 53. Judá rejeitou e desprezou o profeta por lhes dizer a verdade. Os líderes de Judá procuraram matar Jeremias, e assim o profeta se descreve nestes termos. Mas eles não foram capazes de matar o profeta. CERTAMENTE JEREMIAS NÃO MORREU PARA EXPIAR OS PECADOS DE SEU POVO. E quanto a MOISÉS? O profeta poderia ter falado dele? Mas Moisés também NÃO ERA SEM PECADOS. Moisés PECOU E FOI PROIBIDO DE ENTRAR NA TERRA PROMETIDA (Números 20:12). Moisés realmente tentou SE OFERECER COMO UM SACRIFÍCIO NO LUGAR DA SUA NAÇÃO, MAS DEUS NÃO PERMITIU que ele fizesse isso (Êxodo 32: 30-35). Moisés, Isaías e Jeremias foram todos profetas que nos deram um vislumbre do que O MESSIAS, O PROFETA FINAL, seria semelhante, MAS NENHUM DELES SE ENCAIXA DA DESCRIÇÃO DO SERVO SOFREDOR DE ISAÍAS 53.



Então, o que podemos concluir? ISAÍAS 53 NÃO PODE SE REFERIR AO POVO DE ISRAEL, nem a ISAÍAS, nem a MOISÉS, NEM A QUALQUER OUTRO PROFETA. E se não foi Moisés, certamente não seria QUALQUER OUTRO HOMEM MENOR. Mas O MESSIAS seria MAIOR do que Moisés. Como a escrita rabínica "Yalkut" disse: "Quem és tu, ó grande montanha?" Isto se refere AO REI MESSIAS e por que ele o chama de "a grande montanha"? Porque ELE É MAIOR DO QUE OS PATRIARCAS, como se diz: "Meu servo será EXALTADO, e ELEVADO, e SUBLIME AO EXTREMO" - ele será mais ELEVADO do que Abraão ... EXALTADO ACIMA de Moisés ... MAIS SUBLIME DO QUE OS ANJOS MINISTRADORES ... "(Citado no capítulo 53 de Isaías de acordo com os intérpretes judaicos, Ktav Publishing House, 1969, volume 2, página 9.)


DE QUEM FALA ISAÍAS? ELE FALA DO REI MESSIAS, COMO A VASTA MAIORIA ABSOLUTA DOS RABINOS ANTIGOS CONCLUÍRAM. O segundo versículo de Isaías 53 TORNA ISSO CLARO E CRISTALINE. A figura cresce como "UM RENOVO DE PLANTA JOVEM, E COMO UMA RAIZ DE UMA TERRA SECA."O RENOVO QUE BROTA É SEM SOMBRA DE DÚVIDAS UMA REFERÊNCIA AO MESSIAS, e, de fato, é uma referência MESSIÂNICA COMUM EM ISAÍAS E EM OUTROS LUGARES. A dinastia davídica deveria SER CORTADA no juízo como uma árvore derrubada, mas foi prometido a Israel que UM RENOVO (BROTINHO) BROTARÁ DO TOCO. O MESSIAS DEVERIA SER AQUELE BROTO. Várias palavras hebraicas foram usadas para se referir a esta inegável imagem messiânica. Todos os termos estão relacionados no significado e estão conectados nos textos messiânicos onde foram usados. Isaías 11, que praticamente TODOS OS RABINOS CONCORDAM QUE SE REFERE AO MESSIAS, usou as palavras "RENOVO" (HOTER) e RAMO (NETSER) para descrever o REI MESSIÂNICO. Isaías 11:10 chamou O MESSIAS DE "RAIZ (SHORESH) DE JESSÉ", sendo Jessé o pai de Davi. Isaías 53 descreveu o SERVO SOFREDOR como UMA RAIZ (SHORESH) de terra seca, usando a MESMA METÁFORA E A MESMA PALAVRA que Isaías 11. Também vemos outros termos usados para o mesmo conceito, como o BROTO (TSEMACH) em Jeremias 23 : 5, em Isaías 4: 2 e também nas surpreendentes profecias de Zacarias 3: 8 e 6:12.


Sem dúvida, Isaías 52: 13-53: 12 REFERE-SE AO MESSIAS YESHUA (E NÃO O POVO DE ISRAEL). Ele é AQUELE QUE FOI EXALTADO, DIANTE DE QUEM OS REIS FECHAM A BOCA. O Messias é O RENOVO que surgiu da DINASTIA CAÍDA DE DAVID. Ele se tornou O REI DOS REIS. ELE PROVIDENCIOU A EXPIAÇÃO FINAL E COMPLETA.

Isaías 52:13 afirma que seria O MESSIAS ( E NÃO O POVO DE ISRAEL) QUE "ASPERGIRÁ" MUITAS NAÇÕES. O que isso significa? O que o ministério do Messias deveria ser para com as nações? A palavra traduzida "ASPERGIR" ou às vezes "SURPREENDER" é encontrado vários outros lugares no A.T. A palavra hebraica é encontrada em Levítico 4: 6; 8:11; 14: 7, e Números 8: 7, 19: 18-19. As referências citadas referem-se todas A ASPERSÕES SACERDOTAL DO SANGUE DE EXPIAÇÃO, O ÓLEO DE UNÇÃO DA CONSAGRAÇÃO, e a ÁGUA CERIMONIAL USADA PARA PURIFICAR O IMPURO. Isaías 52:13 diz que O MESSIAS AGIRÁ COMO UM SACERDOTE QUE APLICA A EXPIAÇÃO, QUE UNGE PARA CONSAGRAR, QUE ASPERGE PARA PURIFICAR? (Esta visão do Messias como sacerdote e rei também é encontrada em Zacarias 6: 12-13). Mas os sacerdotes viriam da tribo de Levi e dos reis da tribo de Judá! Que tipo de sacerdote é ele? Davi nos disse que O MESSIAS seria um sacerdote da ordem de Melquisedeque (ver Salmo 110 e Hebreus capítulos 7-9).


Isaías 53 deve ser entendido como referindo-se AO REI DAVÍDICO QUE VIRIA, ISTO É: O MESSIAS (E NÃO AO POVO DE ISRAEL). Foi profetizado que O Rei Messias IRIA SOFRER E MORRER PARA PAGAR PELOS NOSSOS PECADOS E DEPOIS RESSUSCITAR. Ele serviria como sacerdote às nações do mundo e aplicaria o sangue da expiação para purificar os que crêem. SOMENTE HÁ UM A QUEM ESTE TEXTO PODE SE REFERIR, YESHUA, a quem milhões se referem como O CRISTO, que vem da palavra grega para MESSIAS. Aqueles que O CONFESSAM são FILHOS DE DEUS, sua prometida descendência, os despojos de sua vitória. De acordo com o testemunho dos Apóstolos Judeus, Yeshua morreu por nossos pecados, ressuscitou, ascendeu à direita de Deus e agora serve como nosso grande Sumo Sacerdote que nos purifica do pecado. E nosso Rei Yeshua governa O SEU POVO e está em vias de conquistar os gentios. Os discípulos judeus do primeiro século estavam dispostos a morrer em vez de negar que tinham visto o Messias ressuscitado. Só alguém que voluntariamente faça força para NÃO VER, é que irá pressupor que Yeshua não poderia ter sido o Messias. NÃO É POSSÍVEL NEGAR O ÓBVIO: QUE YESHUA, O MAIOR FILHO DE ISRAEL, É AQUELE A QUEM O PROFETA ISAÍAS PREVIU QUE VIRIA.

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