quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O Eterno NÃO ACEITA SACRIFICIOS HUMANOS ??? A VERDADE

 

ISAIAS 53

 O SEGREDO DO PODER DA EXPIAÇÃO PELA MORTE DE UM JUSTO


Há atualmente, dentro de certas correntes do Judaismo, a intenção de se tentar invalidar a morte expiatória de Yeshua, dizendo que Deus NÃO ACEITA SACRIFÍCIO HUMANO COMO EXPIAÇÃO PELO PECADO DE OUTRA PESSOA. Mas ao fazerem isso, eles acabam trazendo contradição a seus próprios argumentos e acabam por anular a própria posição que defendem em várias outras situações. Vejamos:
A primeira delas é o antiquíssimo debate sobre quem é o servo sofredor citado em Isaías 53. Estes defendem com veemência que o servo sofredor não é o Messias, e sim o POVO DE ISRAEL. Mas veja o que diz o texto:
"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; MAS O SENHOR FEZ CAIR SOBRE ELE A INIQUIDADE DE TODOS NÓS. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto FOI CORTADO DA TERRA DOS VIVENTES; PELA TRANSGRESSÃO DO MEU POVO ELE FOI ATINGIDO. E puseram a SUA SEPULTURA com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; QUANDO A SUA ALMA SE PUSER POR EXPIAÇÃO DO PECADO, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, JUSTIFICARÁ A MUITOS; PORQUE AS INIQUIDADES DELES LEVARÁ SOBRE SI. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; PORQUANTO DERRAMOU A SUA ALMA NA MORTE, e foi contado com os transgressores; MAS ELE LEVOU SOBRE SI O PECADO DE MUITOS, e intercedeu pelos transgressores." (Isaías 53:4-12)
Ora, deixando de lado a discussão sobre quem esse texto fala, se é o Messias sofredor, ou se é o povo de Israel que está sendo retratado neste texto, (como eles crêem), O FATO ÓBVIO É QUE ESTE TEXTO INTEIRO FALA DA MORTE DE UM JUSTO COMO EXPIAÇÃO PELO PECADO DE MUITOS! E DIANTE DESTE FATO TÃO CLARO, COMO PODERÃO ELES AINDA ARGUMENTAR QUE DEUS NÃO ACEITA SACRIFÍCIO HUMANO? SE DEUS NÃO ACEITASSE SACRIFÍCIO HUMANO, ENTÃO NEM O QUE ELES CRÊEM (QUE ISAÍAS 53 SE REFERE AO POVO DE ISRAEL), TERIA SENTIDO ALGUM, POIS ESTE TEXTO FALA DE SACRIFÍCIO HUMANO DE PONTA A PONTA. NÃO É UM SER HUMANO QUE ESTÁ SENDO MORTO AQUI PARA EXPIAR OS PECADOS DE MUITOS? COM ESTE ARGUMENTO DE QUE DEUS NÃO ACEITARIA SACRIFÍCIO HUMANO ELES DERRUBAM A PRÓPRIA HIPÓTESES DO SERVO SOFREDOR SER ISRAEL QUE ELES MESMOS CRÊEM!!
Uma outra situação problemática para eles é o fato de o conceito de um MESSIAS SOFREDOR, CONHECIDO COMO MASHIACH BEN YOSEF ser amplamente aceito e conhecido na tradição judaica, e que ele TAMBÉM DEVERIA SER MORTO PARA EXPIAR PELOS PECADOS DO POVO! OU SEJA, SACRIFÍCIO HUMANO NOVAMENTE! Mas como pode? Não eram eles que diziam que Deus não aceita sacrifício humano? E este conceito de Mashiach ben Yossef veio à existência EXATAMENTE PARA SE EXPLICAR PROFECIAS COMO ESTA DE ISAÍAS 53 E TANTAS OUTRAS (como Zacarias 9, Zacarias 11, Salmos 22 e etc..) e este é o principal conceito de Mashiach do Judaismo rabínico ANTIGO, a vasta maioria dos rabinos mais antigos e mais importantes de todos os tempos CRIAM QUE O SERVO SOFREDOR ERA O MESSIAS, esse conceito de que o servo sofredor é o povo de Israel é muito posterior, surgiu mais de um milênio depois, por volta do século 11. Mas, novamente, creiam eles de uma forma ou de outra, a morte do Messias sofredor pelos pecados da humanidade é novamente UM SACRIFÍCIO HUMANO para se expiar pecados de um povo.
Podemos ainda mostrar uma terceira situação, na Tanach (Bíblia) onde um sacrifício humano é feito para pagar por um pecado. A situação onde Finéias (Pinchás) SACRIFICA DUAS PESSOAS QUE PECARAM E ASSIM FAZ EXPIAÇÃO DO PECADO DO POVO TODO E A PRAGA CESSA. Veja:
"E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita, à vista de Moisés, e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação. Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão; E foi após o homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel. E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil. Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, DESVIOU A MINHA IRA DE SOBRE OS FILHOS DE ISRAEL, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles; de modo que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Portanto dize: Eis que lhe dou a minha aliança de paz; E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Deus, E FEZ EXPIAÇÃO PELOS FILHOS DE ISRAEL." (Números 25:6-13)
EM TODAS ESSAS SITUAÇÕES HOUVE SACRIFÍCIO HUMANO, ACEITO POR DEUS PARA SE PAGAR POR PECADOS. Nas duas primeiras situações, UM JUSTO é morto para pagar o pecado dos injustos, e na última situação dois injustos foram mortos e a praga que mataria todo o povo cessou, ou seja, Deus aceitou a morte deles como pagamento pelo pecado do povo.
DIANTE DISSO, FICA DEFINITIVAMENTE PROVADO QUE O JUDAISMO RECONHECE SIM, QUE DEUS ACEITA SACRIFÍCIO HUMANO PARA EXPIAÇÃO DE PECADOS. Analisemos mais algumas situações:
O Judaísmo tradicional acredita no poder expiatório da morte dos justos. O historiador judeu ortodoxo rabino Berel Wein descreve a atitude do povo judeu que sofreu atrocidades no século XVII, como segue:
Judeus alimentam esta clássica ideia de morte como uma expiação. . . a melhoria de Israel e da humanidade de alguma forma foi alavancada pelo "esticar do pescoço para o abatimento". . . Este espírito dos judeus é verdadeiramente refletido na crônica histórica do tempo:
"... Aquele que Deus ama será castigado. Pois desde o dia que o Templo Sagrado foi destruído, os justos são abatidos pela morte por causa das iniqüidades da geração." (Yeven Metzulah, final do capítulo 15, citado em Wein, The Triumph of Survival, 14)
Observe como Yeven Metzulah liga os poderes expiatório do morte dos justos à destruição do Templo. Agora que já não há sacrifícios do Templo, os justos morrem em nome do povo.
De acordo com o Talmud, "a morte dos justos expia" (mitatan shel Tsaddiqim mekapperet). Mais notavelmente, os rabinos interpretam a morte de Miriam e Arão a esta luz, explicando que a morte dos justos expia (ver b. Mo'ed Qatan 28a).
O Zohar também apoia esta ideia do poder expiatório do justo com referência a Isaías 53:
Os filhos do mundo são membros uns dos outros, e quando o Santo deseja dar cura para o mundo, ele fere um homem justo entre eles. . . De onde é que vamos aprender isso? Do dito, "Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades" [Isa. 53: 5]. . . Em geral, uma pessoa justa é apenas ferida a fim de obter a cura e reconciliação para toda uma geração. (Citado em Driverr-Neubauer, 2:15)
Esta mensagem, ou seja, que uma pessoa piedosa pode sofrer de modo a expiar os pecados dos outros, é central para a mensagem da Boa Nova de Yeshua. Quem poderia ser mais santo e mais justo do que o Messias? Seu sacrifício trouxe a liberdade de transgressões. Embora nós merecemos a morte, Ele tornou-se uma fonte de vida para todos os que crêem. Esta mensagem sobre o Messias Yeshua é completamente bíblica e completamente judaica.
Considere a avaliação de Solomon Schechter dos ensinamentos do Talmud sobre o sofrimento dos justos e da expiação:
A expiação de sofrimento e morte não se limita à pessoa que sofre. O efeito expiatório estende-se a toda a geração. Este é especialmente o caso com esses sofredores como não podem, quer em razão da sua vida justa ou pela sua juventude, serem merecedores das aflições que vieram sob eles. (Aspects of Rabbinic theology, 310-311)
Este ensinamento do Talmud é completado com a seguinte oração na quarta Macabeus (escrito em algum lugar entre 100 aC - 100 dC): ". Faz com que o nosso castigo seja uma expiação para eles. Faça meu sangue a sua purificação e pegue minha alma como resgate por suas almas "(4 Macabeus 6: 28-29). E há grandes estudiosos que argumentam que essa ideia do poder expiatório dos mártires justos remonta ao Akedah, o sacrifício de Isaque; como está escrito em quarta Macabeus, "Isaac ofereceu a si mesmo por uma questão de justiça Isaque não retrocedeu quando viu a faca levantada contra ele pela mão de seu pai...." (4 Macabeus 13:12; 16:20).
Os rabinos acreditavam que Isaac tinha trinta e sete anos de idade quando Abraão foi chamado por Deus para lhe oferecer no Monte Moriá (Gn 22), fazendo de Isaac, o maior herói no evento, desde que ele não resistiu as ações de seu pai. Em um conto do midrash da criação, Deus descreve aos anjos o significado do homem com as seguintes palavras: "Você deve ver um pai matar seu filho, e o filho consentir em ser morto, para santificar o meu nome" (Tanhuma, Vayyera, sec . 18). Outra Midrash compara mesmo Isaque - que carregava a madeira para a oferta em seu ombro - para "aquele que carrega sua cruz em seu próprio ombro" (ver Gênesis Rabá 56: 3). Claro, Isaque não foi realmente sacrificado, mas, apesar disso, os rabinos ensinam que "As escrituras creditam a Isaque TER MORRIDO e tendo suas cinzas derramadas sobre o altar" (Midrash HaGadol em Gen. 22:19), e Deus é visto como TENDO ACEITO O SACRIFÍCIO DE ISAAC", como se [as cinzas de Isaque] foram empilhados em cima do altar" (Sifra, 102c;. b Ta'anit 16a). De acordo com a doutrina de que não pode haver reconciliação sem o sangue ter sido derramado, OS RABINOS AFIRMAM QUE ISAAC, DE FATO, DERRAMOU O SEU SANGUE (veja Mekhilta d'Rashbi, p 4;.. Tanh Vayerra, sec 23.).
O COMPROMETIMENTO DE ISAAC é comemorado pelos judeus ao longo das gerações, até hoje. O Mekhilta de Rabi Ishmael, um midrash recente, comenta sobre o sangue que foi aplicado às molduras de portas em Êxodo 12:13, o sangue que fez o anjo da morte passar sobre os hebreus e poupar seus primogênitos. O Midrash declara: " 'E quando eu vir o sangue, passarei por cima de vós' - VEJO O SANGUE DO COMPROMETIMENTO DE ISAAC" (I, 57), o que significa que não era o sangue dos cordeiros do sacrifício que Deus viu mas sim o "SANGUE" de Isaque. Há até mesmo uma oração judaica que ainda é recitado em um serviço adicional para Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico, que diz: "Lembre-se hoje o comprometimento de Isaque com misericórdia para com seus descendentes."
Como isso é poderoso na memória do povo judeu, e como claramente aponta para o poder expiatório da morte dos justos. Mas, enquanto Isaac não era perfeitamente justo e não chegou a morrer no Monte Moriá, Yeshua nosso Messias era perfeitamente justo e morreu em nosso lugar.
Há também uma visão fascinante que podemos recolher a partir do livro de Números a respeito do poder expiatório da morte do sumo sacerdote. A Torá ensina que o derramamento de sangue profana a terra e o único pagamento aceitável para este derramamento de sangue é o sangue daquele que o derramou. Mas e se um homem matou alguém acidentalmente? Então, ele poderia fugir de seus vingadores e viver em uma cidade de refúgio até a sua morte ou até a morte do sumo sacerdote (Num. 35:28).
O que, então, pagaria pelo derramamento do sangue? Foi seu tempo no exílio, ou foi a morte do sumo sacerdote? O Talmud, "Não é o exílio, que expia, MAS A MORTE DO SUMO SACERDOTE" (m Makkot 2:.. 6; b Makkot 11b, ver também Levítico Rabá 10: 6).
A morte do sumo sacerdote, o líder espiritual do povo de Israel, expia o homicídio acidental, funcionando como um substituto para a morte daquele que inadvertidamente matou outra pessoa. O sumo sacerdote, o indivíduo chamado para ser mais próximo de Deus na nação de Israel, intercede em nome do povo, não só através de suas orações, mas também através da sua morte! De maneira semelhante, alguns dos antigos rabinos declararam: "VEJA QUE EU SOU A EXPIAÇÃO DE ISRAEL" (Mekhilta 2a; m Negaim. 2: 1 em Schechter, 311).
Se, de acordo com a tradição rabínica, os sumos sacerdotes, os rabinos piedosos, santos mártires e os justos de Israel são capaz de expiar o pecado de sua geração, então não faz sentido que o Messias, que é o nosso maior líder e o único mártir perfeitamente santo, iria fazer expiação pela sua nação?
Yeshua, o Messias, é o nosso grande sumo sacerdote! Ele é nossa expiação!
Esta doutrina não é algo inventado pelos seguidores de Yeshua, mas é uma ideia que tem sua base na nossa antiga tradição judaica e nas Escrituras Hebraicas.
shalom!!!



sábado, 18 de abril de 2020

Sangue de D-us? (Atos 20.28) Compreendendo melhor as Escrituras


Sangue de D-us? (Atos 20.28)



Para muitos cristãos, a humanidade de Cristo é como um parente indesejável. Evitam recebê-la em sua fé. Não gostam de perceber o lado humano de Jesus, ou mesmo emprestar para a figura de Cristo um perfil humano. É como se fosse um sacrilégio olhar Jesus apenas como um ser humano excluindo dele a divindade tão exigida que supostamente aparece nos relatos das Escrituras. É um pecado mortal, alegam os mais espirituais e piedosos.

 Será muito justo se dissermos que todo esse desacerto doutrinário tem um único culpado: a nossa Ortodoxia Protestante, a qual está envolvida com o mundo sagrado católico romano até o pescoço. Ela recebeu tudo aquilo que diz respeito à divindade e deidade de Jesus, mas não percebeu (?) que todo esse material é oriundo dos velhos concílios do passado, e que a Trindade é um monopólio Católico Romano, e é um dos maiores embustes doutrinários de todos os tempos.

Essa Ortodoxia também parece não se importar de sofrer o ridículo quando alguém lhes questiona sobre Deus ter sangue, mesmo quando a menção aponta para o Senhor Jesus como sendo esse Deus. Eles não respondem, não querem entrar a fundo na discussão, e como desculpa soltam aquele velho jargão: “É um mistério!”

Realmente é um mistério. Acho que é por isso que está escrito na testa da Grande Meretriz em Apocalipse 17:5: “Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra”. O Senhor colocou na boca de cada um deles hoje a palavra MISTÉRIO quando é exigida uma resposta para o significado da Trindade. Está aí a identificação da Grande Babilônia, criadora da Trindade.

Vamos ao texto de atos 20:28; qual tradução seria a mais viável: “Pastorear a igreja do Senhor, que Ele comprou com o seu próprio sangue“, “Pastorear a igreja de Deus, que Ele comprou com o sangue do seu próprio Filho” ou “Pastorear a igreja de Deus, que Ele comprou com o seu próprio sangue?” 


Evidente que para os trinitarianos a última opção é a verdadeira, sem dúvida. Os trinitarianos reivindicam que este versículo mostra que Jesus é Deus porque foi Jesus quem comprou a igreja com seu próprio sangue e a passagem diz que Deus comprou a igreja com seu próprio sangue. Logo, Jesus é Deus.

Veja a tradicional versão de Atos20: 28; “Acautelai-vos, pois, por vós, e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com seu próprio sangue”.

 Como outras traduções apresentam este verso “…, 



por meio do sangue do seu próprio Filho” – Bíblia na Linguagem de Hoje – SBB. “…,

pelo sangue do seu próprio Filho” Bíblia de Jerusalém. “…, 


por meio do sangue do seu próprio Filho” BMD (Bíblia Mensagem de Deus) 1983 “…,

 por meio do sangue do seu próprio Filho”- BF (Bíblia Fácil), Paulo Avelino de Assis, Centro Bíblico Católico 


Note como a KJA traduziu todo o texto: “Concluindo, tende cuidado de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como epíscopos para pastoreardes a Igreja de Deus, que Ele comprou com o sangue do seu Filho Unigênito” – Atos 20, King James Atualizada 


Bíblia de Jerusalém em Espanhol: “Tendes cuidado de vosotros y de toda la grey, en medio de la cual os ha puesto el Espíritu Santo como vigilantes para pastorear la Iglesia de Dios, que él se adquirió con la sangre de su propio hijo” – Atos dos Apóstolos, 20 – Bíblia Católica Online 


Veja outras traduções em Inglês “o sangue de seu próprio filho”. (NET) Tradução Nova em Inglês – 2005

 “o sangue de seu próprio filho”. (NRSV) Nova Versão Padrão Revisada – 1989 

“o sangue de seu próprio filho”. (RSV) Versão Padrão Revisada – 1946

 “a morte de seu próprio filho”. Bíblia em Inglês Comum – 2011 

sangue do próprio filho”. Bíblia Judaica Completa – 1998



 “o sangue de seu próprio filho”. (CEV) Versão Inglesa Contemporânea – 1995

“o sangue do seu filho”. (GNT) Boas Novas Tradução – 1992 

“o sangue de seu próprio filho”. Bíblia Online Lexham – 2010

 “a morte de seu próprio filho.” (NCV) Versão do Novo Século – 2005

 “o sangue de seu próprio filho”. (VOZ) A Tradução da Bíblia – 2011 

Muitos experts no texto bíblico entendem que a frase “a igreja do Senhor” (encontrada em nenhum outro lugar do Novo Testamento) foi substituída pela mais familiar “a igreja de Deus” (encontrada onze vezes nos escritos de Paulo). Na verdade, isso não faria diferença, pois Senhor aqui é o próprio Deus. Quando os dois são abreviados, como costumava acontecer em alguns manuscritos, é por que há apenas uma diferença de uma letra entre eles. A leitura “a igreja do Senhor e Deus” é uma combinação das duas leituras, assim como “a igreja do Senhor Deus”, que é lida por muitos dos manuscritos bizantinos. As ocorrências nas quais aparece a expressão ‘Igreja de Deus’ estão em 1 Coríntios 1:2; 10:32; 11:22; 15:9; 2 Coríntios 1:1; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5, 15. 


Tanto a Sociedade Bíblica Americana quanto o Instituto de Pesquisa do Novo Testamento da Alemanha (que produz o texto grego Nestlé-Aland) concordam que a evidência do manuscrito apoia a leitura “tou haimatios tou idiou”, literalmente traduzido como, “o sangue de Seu próprio (Filho)”, e não “idiou haimatios”, “seu próprio sangue”. Deus pagou por nossa salvação com o sangue de Seu próprio Filho, Jesus Cristo.


 E de fato é o que temos nesse versículo: “Acautelai-vos, pois, por vós, e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, que ele comprou com o sangue do seu próprio filho”. Se fosse realmente o sangue de Deus, em vez de o sangue do homem Jesus Cristo, então não houve resgate, pois é o sangue de um menor que os anjos – um ser humano – que era necessário para realizar a satisfação pelo pecado da Adão. Jesus, sendo o nosso sumo sacerdote designado pelo Deus Supremo, oferece seu próprio sangue diante do Pai, que recebe o sacrifício (Salmo 8:5; João 17:1, 3; Hebreus 2:9; 3:1, 2; 9:14). É claro que, na realidade, o Deus Todo Poderoso é um ser espiritual e não tem carne e sangue (João 3:24; 2 Coríntios 3:17)

 A Escritura não poderia nunca reclamar que o sangue de Deus foi derramado, nem mesmo como figura apontando para Jesus. Acredito eu que este é o único versículo em todo o Novo testamento que jamais deveria ser traduzido como sendo Deus quem derramou seu sangue por causa do sacrifício pelo pecado, que deveria ser feito por um homem. A ênfase dada ao Pai no texto destrói todo o contexto do sacrifício quando se fala que um ser imortal (I Tm 6:15) derramou sangue. 

Era o homem incorrupto Adão, que pecou, tornou-se corrompido, e foi condenado à morte, e sob a lei divina, poderia ser resgatado somente pelo sacrifício de um homem, sem pecado e incorrupto. A lei declara: “Olho por olho, dente por dente, e vida de um homem para a vida de um homem” (Êxodo 21:24). Assim, o sangue de touros e bodes jamais poderia fazer expiação pelo pecado de Adão, porque não corresponde a exigência (Hebreus 10:4). O homem pecador deveria ser resgatado por outro homem, mas sem pecado. 

Portanto, a tradução de Deus (que derramou seu “próprio sangue”) para dentro do texto é espúria. Ela não permite que se faça uma comparação de Jesus como Deus, pois declara que Deus pode morrer. O Filho é o sujeito do texto, e apocalipse enfatiza isso quando afirma que foi ele quem nos comprou: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação”. Apo 5:9

 I Coríntios 7: 22,23 também nos diz algo: “Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é liberto do Senhor; e da mesma maneira também o que é chamado sendo livre, servo é de Cristo. Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens”

As palavras sangue de Deus chega a ser uma aberração no texto. Imagina o susto para um judeu monoteísta incrédulo ler o versículo dessa forma? Aliás, acho até que a composição do verso é uma agressão à inteligência das pessoas. A primeira vista a pergunta que surge é: DEUS TEM SANGUE? Na verdade, esse versículo é o único em toda a Bíblia que não devia ter Deus nessa função. Motivo disso é o contexto do sacrifício, que é exigido por alguém semelhante aos pecadores, segundo diz hebreus: “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (Heb 2:17). 

Em João 4.24 a Bíblia diz que “Deus é Espírito”. Quem disse que Espírito tem sangue, carne e ossos? Jesus quando ressuscitou disse a Tomé em Lucas 24: 39 “Olhai as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que eu tenho”. 
É claro que, na realidade, Deus Todo-Poderoso é um ser espiritual e não tem carne e sangue. 

“O que está em causa aqui é o final do verso, cuja leitura dá a entender que Deus tem (ou teve) sangue, e isso só poderia ser cogitado, se aplicado a Cristo, dizendo que a humanidade de Jesus é a própria Deidade. 

Assim, aqui existem, pelo menos, duas questões:

1) A humanidade de Jesus é também deidade? Ou seja, Jesus é de única natureza, de tal modo que o sangue não é do homem Jesus, mas de Deus? Será que a deidade se transformou em carne também e vice-versa? 

2) A expressão “seu próprio sangue” pode significar outra coisa que não uma relação de identidade direta? 


A primeira é menos provável se tomarmos a Bíblia em seu sentido amplo, pois além de descaracterizar quem é Deus, anularia o sacrifício de Cristo: um humano resgatando a humanidade (o segundo Adão), assim como um humano fez cair a humanidade (o primeiro Adão). Rm. 5.14 mostra que foi o homem Jesus, enviado pela graça de Deus que verteu o seu sangue. 

Em favor da segunda opção temos o resto da Bíblia, que nos informa que Deus é Espírito (Jo. 4.24) e que um espírito não tem carne e ossos, consequentemente não tem sangue (Lc. 24.39). 


Assim, sangue é algo físico, inerente à matéria. Nesse sentido, o sangue de Deus, não pode significar que Deus tem sangue, mas que o sangue pertence a ele. 


Além do mais, se o sangue em At. 20.28 é o sangue das “veias” de Deus, isto significaria inapelavelmente que Deus morreu, já que foi esse sangue que teria sido vertido na cruz, mas as Escrituras dizem: I Tm. 1.17 “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.” O IMORTAL não morre. Se um dia o IMORTAL morreu não era, então, de fato, IMORTAL, pois pôde morrer, provando sua mortalidade. Deus não poderia ter dado “seu próprio sangue” e não ter sido considerado MORTO. Mas, isso tornaria falso I Tm. 1.17. 


Mas, será que existe apoio linguístico para a acepção de que o sangue pertence a Deus, sem ser o sangue do próprio Deus em si? Sim, existe! A expressão “διὰ τοῦ ἰδίου αἵµατος” pode ser entendida de duas formas: a) atributivamente, que é como a maioria dos trinitários entende; ou b) possessivamente, significando que o sangue é de alguém que pertence a Deus. Isso tem apoio do resto da Bíblia que apresenta Deus e Jesus como seres distintos, não apenas pessoas distintas!

 As escrituras dizem: “Corpo me preparas-te” (Hb. 10.5). A epístola aos hebreus deixa claro que Deus preparou um corpo não para si próprio, mas para outro. O verso 7 dessa mesma epístola mostra, mais uma vez de forma clara, que quem adquiriu o corpo não foi Deus, mas alguém disposto a fazer a vontade de Deus.


 O contexto onde esse verso de Atos está inserido fala, no mesmo capítulo, de Deus e de Jesus em distinção várias vezes: At. 20.21,24, 27. O fluxo do texto não leva os leitores a acreditarem que Jesus é o mesmo Deus de quem aparece em distinção recorrentemente.

Apoio de trinitaristas! O entendimento de não tratar-se do “sangue de Deus” não é exclusividade dos unitarianos. É uma constatação lógica do texto bíblico. Basta lembrarmos que a palavra “Deus” ocorre certa de 1.340 vezes. Note 1.340 vezes. Desta milhar e algumas centenas apenas raras, realmente raras vezes o termo é aplicado, em teoria, a Jesus (talvez umas 6). E todas essas escassas vezes o texto não está livre de apuração. E At. 20.28 é um caso típico! 

O PhD Dr. Murray J. Harris que é professor emérito de exegese do Novo Testamento e teologia na Trinity Evangelical Divinity School, em Deerfield, Illinois, diz em seu livro “Jesus como Deus – O uso Theos no Novo Testamento, em referência a Jesus” (Grand Rapids: Baker Book House, 1992), 141: “nesta construção de ίδιος é mais provável que θεός é Deus, o Pai e o objeto não expresso de περιεποιήσατο é Jesus”. Ou seja, mesmo os que defendem Jesus como Deus reconhecem que o texto não pode se referir ao sangue do Deus que é Espírito, mas pertencer a ele, através do Filho que é dEle. 

Há uma variante grega, usada na USB, que traz a parte final do verso assim: “διὰ τοῦ αἵµατος τοῦ ἰδίου”. Literalmente se traduz: “com o sangue de seu próprio”. Há uma expressão similar em Rm. 8.32 onde encontramos “τοῦ ἰδίου υἱοῦ” (seu próprio Filho). Já vimos que a outra variante pode ser usada tanto atributivamente como possessivamente. Então se houvesse apenas ela a possessividade já era constatável. Mas, esta mostra diretamente a possessividade, o que permite concluir que o texto fala do sangue do Filho. Esse uso não é estranho. Mager em “Um Comentário Textual em grego do Novo Testamento”, 2 ª ed. (Stugart: Sociedades Bíblicas Unidas, 1971.), 426, diz: “Este uso absoluto de ‘idios’ é encontrada em papiros gregos como um termo carinhoso referindo-se a parentes próximos”. 

A Bíblia de Jerusalém, que é uma bíblia produzida por católicos e protestantes, assim verteu o verso: “nele o Espírito Santo vos constituiu guardiães, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si pelo sangue do seu próprio Filho”. Assim também entenderam os tradutores católicos e trinitários da versão da CNBB: “o Espírito Santo os constituiu como guardiães, para apascentarem a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si com o sangue do seu próprio Filho”. Outra versão protestante, logo, feita por trinitarianos, NTLH apresenta o verbo com a redação: “o Espírito Santo entregou aos seus cuidados, como pastores da Igreja de Deus, que ele comprou por meio do sangue do seu próprio Filho.”.

 Nota-se com isso que, seja católico, seja protestante ou, ainda, os dois juntos, os tradutores não têm dificuldades em perceber que ali não se trata do sangue de Deus em si. 

Logo, o entendimento unitariano que vê em At. 20.28 a Bíblia falar do sangue que pertence a Deus porque o Filho pertence a ele, tem apoio não somente do ponto de vista bíblico (Rm 8:32 “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?“), mas linguístico e exegético, refletido em reconhecidas
traduções bíblicas e renomados exegetas trinitários. Claro, só a Bíblia já bastaria, mas essas informações extras são só para mostrar que esse entendimento não é exclusivo do unitarianismo” (1). 1 FILHO, Valdomiro – Atos 20:28

“Pai, glorifica-me com aquela glória”

 




“Pai, glorifica-me com aquela glória”


“Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”, João 17:5


 Na superfície, pode-se facilmente levar as palavras de Yeshua  como se referindo a algo que ele já teve e não tem mais. Os trinitarianos imaginam que Yeshua (Jesus) está falando de um “tempo”, quando ele estava com o Pai na eternidade, quando então ele compartilhou essa glória com Ele.

Este é um dos versos preferidos dos patrocinadores da doutrina do Messias preexistente. Alguém já imaginou um Messias preexistente? Algo poderia soar mais confuso do que isto? Pode haver uma doutrina mais confusa do que aquela que afirma ter existido no céu alguém que a Bíblia garante que seria “semente da mulher”, descendente de Abraão e Davi? 

Para muitos, se um Yeshua  (Jesus) preexistente tinha desistido de sua glória, quando ele desceu do céu para ser encarnado, e ele está pedindo para que esta glória seja devolvida a ele, seria de se esperar que ele dissesse: “Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo , com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”. Compare isso com 2 Timóteo 1:9, que diz: “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos”.

Não poderíamos fazer uma oração semelhante como a que Yeshua (Jesus) fez em João capítulo 17 e dizer:
 “Eu te agradeço Pai pela graça que tive contigo antes do mundo existir?” Será que esta oração nos faz preexistentes porque tivemos graça aos olhos de Deus antes do mundo ser criado? 

E quanto a Tito 1: 2? “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos”. Será que poderíamos orar como Jesus aqui também, dizendo: “Pai, glorifica-me com a vida eterna que tive contigo antes do mundo existir?”. Esse tipo de oração nos faz preexistir na eternidade passada? Evidente que não. Como recebemos a PROMESSA dada a nós – desde antes dos tempos eternos – Cristo também recebeu a Glória PROMETIDA desde antes da fundação do mundo por suportar a cruz. Logo, em João 17:5, é evidente queYeshua ( Jesus) estava simplesmente pedindo a glória que lhe foi prometida pelo Pai antes que o mundo existisse, e não que ele estava lá como um Filho preexistente.

Em João 17:22 Yeshua  diz: “E eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um”. E aqui, podemos fazer o mesmo, orando, “glorifica-me Jesus com a glória que tive contigo antes de ir para a cruz?” Ora, nós não vivíamos no tempo em que Jesus sofreu e morreu na cruz. Não existiamos naquele tempo. Além disso, temos aqui uma promessa para ser ainda recebida no futuro, após a ressurreição e estabelecimento do reino de Deus.

 Obviamente, Yeshua , em João 17:5, está clamando pela promessa , que o Eterno prometeu em seu plano antes que o mundo existisse, que foi glorificá-lo com sua própria glória, para que o Filho do homem se tornasse o Filho Eterno de  Elohim na nova criação feita na perfeita imagem do Eterno em justiça e imortalidade. Este é o real significado de João 17: 5, que não prova de forma alguma que Yeshua  preexistiu com Elohim ao seu lado como uma pessoa divina na eternidade passada.

 Examinando  um  pouco a palavra “eu tinha”, em “a Glória que tinha contigo antes do mundo existir”, é a palavra grega “eichon” , que significa manter, guardar como posse como uma condição. Em outras palavras, Yeshua  está pedindo ao Pai para glorificá-lo com a glória queo Eterno  prometeu e estava reservando para ele. Como nós não temos realmente, ou possuímos a vida eterna em nós ainda, mas este previlégio é colocado diante de nós como uma PROMESSA certa sendo reservada  esperando por nós, assim foi com Cristo na expectativa da sua oração pela glória que lhe era devida. 

O léxico de Thayer, do grego para inglês, define essa palavra “eichon” de forma semelhante, que a grosso modo significa, “ter guardado”, no sentido de algo que está retido. Assim, Yohanan 17;5 poderia ser traduzido com muita facilidade da seguinte forma: “Glorifica-me com aquela glória que eu tenho guardada e reservada contigo antes do mundo existir”. 


Quando Jesus foi glorificado 

Yeshua (Jesus) não foi glorificado até que D-us o ressuscitou dentre os mortos: “E isto disse ele do Espírito, que aqueles que acreditavam Nele estavam para receber, porque o Espírito Santo ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”, Yohanan7:39. 

“Porventura não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?”, Lucas 24:26. “

… Os seus discípulos, porém, não entenderam isto no princípio; mas, quando Yeshua  foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele, e que isto lhe fizeram”, João 12:16.

 Portanto, quando chegou o momento, ele disse: “agora, Pai, glorifica-me …”, João 17:5. 

A verdade da questão torna-se muito clara. Yeshua  estava ciente de que tinha sido amado pelo Eterno  antes que o mundo existisse. Pedro ensinou que o Senhor foi “conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (1 Pedro 1:20). Yohanan( João ) descreve-o como “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8).

Yeshua  foi “morto desde a fundação do mundo?” Normalmente, sim, nos sacrifícios fornecidos, mas literalmente, não. Embora ele mesmo ainda não, no momento da oração, tivesse sido glorificado, as Escrituras enfatizam que Jesus obteve essa glória, prometida desde a fundação do mundo, ao completar na "cruz" a sua vitória sobre o pecado. O escritor aos Hebreus confirma: “Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem(Hebreus 2:9)


Em Atos 3:13, referindo-se a ressurreição e ascensão de Jesus ao céu, Pedro diz: “O D-us de Abraão, de Isaque e de Jacó, o D-us de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo“. 

Na sua primeira epístola, Pedro diz novamente que Deus “o ressuscitou Yeshua  [Jesus] dentre os mortos e lhe deu glória...” (1 Pedro 1:21). 

O próprio Yeshua , falando com dois discípulos no caminho de Emaús enfatiza que a sua glorificação era posterior aos seus sofrimentos dizendo: “Porventura, não convinha que o messias  padecesse e entrasse na sua glória? (Lucas 24:26; ver também João 7:39, João 12:16).

As passagens anteriores demonstram que Yeshua não pode ter literalmente usufruído de glória antes do seu nascimento, porque somente podia recebê-la depois de ter terminado o seu ministério com êxito. Tanto a existência de Yeshua  antes que o mundo existisse, como a sua glorificação, somente podem ter existido de forma antecipada na mente e propósito de D-us. Este propósito foi aos poucos revelado aos profetas. Falando do que ia acontecer, o Senhor disse. “O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito…” (Mateus 26:24).

 Os versículos que são citados para apoiar a ideia da suposta “preexistência” de Yeshua o messias  não indicam que ele realmente viveu no céu antes de nascer. Simplesmente enfatizam em linguagem figurada o fato que a aparição do Senhor Yeshua  na terra não foi uma coisa do acaso, mas um acontecimento que foi determinado e autorizado pelo seu Pai celestial desde antes da criação do mundo. Portanto, quando Yeshua pediu ao pai para dar-lhe a glória que ele tinha com ele antes que o mundo começou, Ele não estava falando de uma época em que Ele viveu em um corpo de carne divina celestial ao lado do Pai, como segunda pessoa da trindade. A glória de que Yeshua falou era a glória que Ele, como um homem, teria no cumprimento do plano de Deus preordenado para redenção da humanidade. Yeshua olhou para a frente, e orou pedindo ao Pai para dar a Ele, para que Ele pudesse compartilhar com todos os crentes, “A glória que Tu me deste, eu lhes dei” (João 17:22). 

Os seguidores do messias possuem esta glória agora? Não! Eles estão apenas “na esperança” dessa glória, “pelo qual também obtemos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”, Rom 5:2

Como o messias pode, então, afirmar ter dado a eles essa glória? Apenas no sentido de que ele prometeu, conhecendo de antemão que a quem é dada em promessa cumprirá as condições para recebê-lo, finalmente, na realidade. Assim, um seguidor que aceita a vinda do Ungido poderia falar como o Senhor, quando ele mesmo orou ao Pai: 

“Glorifica-me com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse“. 

D-us conhece o propósito concluído, e sabendo que Ele quer trazê-lo para a consumação, é capaz de “chamar as coisas que não são como se elas fossem” (Rm 4:17).
 Observe também, que a Escritura fala de outros preexistentes, bem como Cristo. Considere o seguinte: 

Dos crentes, Paulo escreveu: “Os que dantes conheceu“, (Rom. 8:29). 

“Ele já dantes preparou os {observe o verbo no passado} para a glória“, (Rm 9:23 cf. 2 Tm. 1:9). 

“Ele também nos elegeu nele antes da fundação do mundo“, (Ef 1:4). 

De Jeremias, o Senhor disse: “Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei, e te dei por profeta para as nações“, (Jeremias 1:5). 

Mas quem iria disputar a preexistência de Jeremias e de outros crentes? Assim, a linguagem de João 17:5 deve ser entendida de uma maneira consistente com todo o contexto sobre ter sido Jesus a semente da mulher e não um ser preexistente. Certamente o contexto de João não deve ser usado para ensinar a preexistência de Jesus, pois se assim for, haverá sérios conflitos com muitas outras referências que falam dele como o filho de Davi que nasceu há mais de 20 séculos.

Por outro lado, Paulo, em Gálatas 1:15 afirma que quando (Cristo) voltar, aos seus seguidores será concedida uma glória “semelhante” a que foi concedida ao Filho. Eles vão ser “conformes à imagem do Filho de D-us, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29)

Sua responsabilidade

 É muito difícil livrar nossas mentes de preconceitos, mas é necessário se quisermos encontrar a verdade. No entanto, para milhões de cristãos não há problema algum em crer que um anjo, ou um ser preexistente, deve tornar-se um bebê, e ser obrigado a aprender de novo todas aquelas coisas que uma vez ele sabia. 

Não, a verdade é simples e clara. Desde a gestação , o Eterno o escolhera .  O Espírito de D-us,   o fortaleceu em sua peregrinação diária para a vitória sobre o pecado. Ao fazê-lo, foi revelado o meio de vitória para cada um de nós: ajuda e força (Filipenses 4:13) divina. Um exame cuidadoso da Escritura vai mostrar que a doutrina da preexistência é tanto ilógica como falsa.




Isaías viu sua Gloria e falou DELE

Isaías viu sua Gloria e falou DELE 



“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono… ” (Isaías 6:1). “Isaías disse essas coisas porque viu Sua glória e falou dele” (João 12:41). A tradução da NVI foi além: “Isaías disse essas coisas porque viu a glória de Yeshua (Jesus)e falou sobre ele” (João 12:41). Como você pode ver, a Nova Versão Internacional troca o pronome (αὐτοῦ) pelo nome pessoal “Jesus”. A NVI quer que você acredite que por volta de 750 aC, Isaías teve uma visão de Jesus (preencarnado) no céu como Deus. De onde partiu tanta ousadia? Os tradutores da NVI estão apenas sendo descuidados com o texto, ou eles deliberadamente se decidiram pela causa trinitariana? Existe alguma justificativa para essa alteração não tão sutil do texto pela NVI? Será que Isaías viu “o Senhor [Jesus] sentado em um trono com a orla de Suas vestes enchendo o templo” (Isaías 6: 1)? Os estimados trinitarianos crêem que sim; eles têm certeza de que João 12:40, 41 faz referência direta a Isaías 6:1-3, que diz: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. 

A tradução da NVI representa uma séria leitura errada deste “texto de prova” para a doutrina da deidade e preexistência de Cristo.

E não esqueça caro amigo leitor o que vou dizer-lhe aqui: Não importa em quantos outros textos a NVI é fiel aos originais. Isso não faz dela uma tradução exclusiva, pois o mesmo acontece com outras traduções, que em muitos textos parecem ser exatas, mas em outros são um desastre. O certo é consultar todas as traduções, e usar aquilo que está de acordo com todo o contexto das Sagradas Escrituras. 

Nesse caso aqui discutido, não devemos aceitar como verdadeira uma tradução textual tendenciosa assumindo as coisas sem uma investigação adequada dos fatos. E é isto que vamos fazer.

Não é difícil descobrir por que os trinitarianos creem que João 12:41 é uma referência positiva para Isaías 6: 1-3. Afinal, as palavras “viu” e “glória” são encontradas em João 12: 41 e Isaías 6: 1-3. Isaías “viu” o SENHOR e Sua “glória” enchendo o céu e toda a terra. E João diz que Isaías “viu sua glória” quando “falou dele”. Então, se João está dizendo que Isaías viu “a glória de Jesus” no céu e “falou dele” em Isaías seis, está resolvida a questão para os trinitarianos: Jesus é o Deus que está assentado num “alto e elevado trono” – para os trintaríamos Jesus está sendo adorado pessoalmente pelos serafins como Deus. Isso tornaria a visão de Isaías de um Jesus preexistente, visto pelo profeta 750 anos antes dele se tornar um ser humano.

Antes de determinar se João realmente está dizendo que Isaías viu Jesus como Deus no céu, é necessário examinar o contexto no qual João está escrevendo, o que é muito importante. Vamos analisar a amplitude de João, capítulo 12, antes de focar no versículo 41.

A primeira coisa que devemos ter em mente é: o contexto de João 12 fala da GLÓRIA DE JESUS ATRAVÉS DO SOFRIMENTO. Mesmo uma leitura superficial de todo o capítulo 12 de João mostra que o assunto diz respeito aos sofrimentos e a glória de Jesus por meio do seu sacrifício no calvário. João 12 não está falando sobre “ontologia”, ou seja, ele não está escrevendo sobre o “ser” de Deus ou a “natureza” de Deus. 

Cena 1: O capítulo abre com o registro em Betânia, “seis dias antes da Páscoa”. É a última semana da vida de Jesus. Todo o clímax de seu ministério está sobre ele. Jesus logo será a Páscoa sacrificial, o “Cordeiro de Deus” (João 1: 29). Mas, por enquanto, Jesus está desfrutando de uma “ceia” com seus amigos, incluindo Lázaro, a quem ele ressuscitou dentre os mortos. Durante o jantar, Maria usa um “unguento genuíno e puro” para ungir os pés de Jesus” – e chora por ele. O próprio Jesus descreve esse ato de devoção como um retrato “para o dia do seu enterro” (v. 3, 7). A sombra do Calvário paira no ar – os principais sacerdotes se aconselhavam” sobre como eles poderiam não apenas matar Jesus, mas também Lázaro (v 10). O sofrimento do Calvário e a rejeição de Israel ao seu Messias são amplamente mostrados quando começamos a ler João capítulo 12.

Cena 2: Em seguida, Jesus faz a entrada triunfal em Jerusalém (vv 12-13). A multidão que se reuniu para a festa da Páscoa escolta Jesus montado em um jumento. Eles balançam os galhos das palmeiras e gritam: “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor, o rei de Israel“. A caminho da cidade sabemos que Jesus chorou sobre Jerusalém porque ela não o reconheceu como seu rei. O registro de João acrescenta que “Seus discípulos não entenderam a princípio”, mas quando Jesus foi glorificado, eles lembraram que essas coisas haviam sido escritas e porque haviam feito essas coisas a ele” (v 16). João cita indiretamente o profeta Zacarias (9: 9) e o salmista (118: 25)

quando lembra que “essas coisas foram escritas”. Somente após Jesus ter “sido glorificado”, depois de sua morte, sepultamento, ressurreição e ascensão ao céu, os discípulos viram a glória messiânica dele. 

Cena 3: João nos apresenta a seguir “certos gregos” que querem “ver Jesus” (v 21). Depois de falarem com Felipe, este e André foram ter com Jesus, mas Jesus responde enigmaticamente: “chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado” (v 23). Jesus conta a eles uma pequena parábola sobre a necessidade de um grão de trigo cair no chão e morrer antes que possa dar muito fruto (v. 24). Jesus explica claramente que o caminho para a glória e a salvação de seus seguidores também será por meio de sacrifício e negação (v 25-26). Sim, eles “verão” a Jesus, mas não como anteciparam. 

Essa perspectiva de sofrer e morrer parece perturbar profundamente o próprio Jesus. Porém, Ele não pedirá ao Pai para poupá-lo de um destino tão cruel (v 27). Ele ora: “Pai, glorifique o teu nome” (v. 28). Uma voz do céu responde: “Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei“. Deus será glorificado pela morte de Jesus. Jesus então diz aos seus ouvintes que estará no processo de ser “levantado da terra” – referindo-se à sua morte humilhante e consequente ressurreição – e que os planos de Deus para o mundo serão consumados (vv 28, 32-33). Embora ele morra sozinho, a glória lhe é garantida. 

Para muitos, com o benefício da retrospectiva, isso é facilmente entendido. Mas para os ouvintes da primeira audiência, tudo isso é sombrio e enigmático. O que é toda essa conversa sobre morrer? “E quem é o filho do homem?”, perguntam (v 34). Após esse diálogo Jesus “partiu e se escondeu deles” (v 36). Assim, o leitor cuidadoso observará que todo o contexto que antecede nosso “texto de prova” no versículo 41 de João 12, diz respeito a como Jesus seria glorificado, e que sua glória viria através de seu sofrimento e execução pública. 

Com essa breve explanação em mente, vamos agora para a parte principal de João, os versículos 37-41:

“E embora tivesse operado tantos sinais diante deles, não criam nele; para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías: (aqui é Isaías 53:1) Senhor, quem creu em nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor?

Por isso não podiam crer, porque, como disse ainda Isaías: (aqui é Isaías 6:10) cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos e entendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. 

Estas coisas disse Isaías, porque viu a sua glória, e dele falou“.

Quando João escreve que Isaías disse “essas coisas” – que “viu sua glória”, ele não está se referindo a quando Isaías viu a glória do Senhor em Isaías 6:1-3. Ele está dizendo que Isaías viu a glória futura quando o Messias seria exaltado através do sofrimento e da morte. Ou seja, “para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” (João 12:38) é a referência correta para identificar a glória que Isaías viu, e é um texto que está no capítulo 53 de Isaías (v 1). 

O capítulo todo se refere ao ministério e sofrimento de Jesus aqui na terra. Mostra que a sua pregação não seria aceita e também apresenta como o Messias deveria sofrer em Sua missão. Se levarmos em consideração todo o pensamento desse capítulo e juntarmos com o contexto de João 12, confirmaremos que Jesus estava tratando de Seu ministério e o sofrimento que teria em Sua crucificação e a glória que deveria seguir. Ele fala isso pouco antes dos versículos aqui em discussão: “E Jesus lhes respondeu, dizendo: É chegada a hora em que o Filho do homem há de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (João 12: 23-24).

Fica evidente que Jesus estava falando a respeito de sua morte sacrificial, e que ele seria glorificado por isso. Porém, conforme podemos ler no verso 34 do mesmo capítulo, os judeus não estavam acreditando nessas palavras. Por este motivo, o Senhor os alerta dizendo: “Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz”, mas mesmo assim João relatou que “ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele” (Jo 12:37). Por isso João cita o texto de Isaías 53:1, mostrando que ninguém daria crédito às palavras de Jesus, e em seguida João menciona o texto de Isaías 6:10 para mostrar que os corações daquelas pessoas ficaram endurecidos. No entanto, Jesus nunca desistiu de sua missão, mas continuou firme até o final, até o momento em que deveria ser “levantado da terra” para salvar a todos que nele cressem. Essa foi a glória que João menciona ter sido vista pelo profeta Isaías. 

E para que você entenda melhor precisamos apenas ajuntar os dois textos de João: “Isaías disse estas coisas [“ Senhor quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor”] quando viu a sua glória e falou dele”. A glória que Isaías viu está em todo o capítulo 51. Portanto, se foi o Pai quem disse as palavras de Isaías 6, então devemos buscar a visão da glória de Jesus no outro texto. E de fato, ESTAS COISAS que revelam a glória dele – do filho, não do Pai – só podem ser a referência citada no verso 38 de João 12, que é exatamente a réplica de Isaías 53:1, que diz: “Senhor quem creu na nossa pregação? e a quem foi revelado o braço do Senhor? 

Leia o restante do capítulo e observe atentamente como Isaías viu a glória de Jesus:

 Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.

Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. 


Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.

 Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. 

Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. 

Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.

 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. 

E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. 

Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. 

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si

 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores”

Compare com essas passagens abaixo e observe que a glória que o profeta Isaías viu tem origem no sacrifício e morte de Cristo. De fato, Jesus não foi glorificado até que Deus o ressuscitou dentre os mortos: 

“E isto disse ele do Espírito, que aqueles que acreditavam Nele estavam para receber, porque o Espírito Santo ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado” (João 7:39). 


“JESUS falou assim, e, levantando os seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também te glorifique a ti” (João 17:1). 

“Os seus discípulos, porém não entenderam isto no principio: mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele, e que isto lhe fizeram” (João 12:16).

“Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, POR CAUSA DO SEU SOFRIMENTO E MORTE, FOI COROADO DE GLÓRIA e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” (Hebreus 2:9).

 “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo” (Atos 3:13).

 Pedro diz novamente que Deus “ressuscitou [Jesus] dentre os mortos e lhe deu glória…” (1 Pedro 1:21). 

O escritor do Quarto Evangelho não disse em momento algum que Jesus era Àquele que estava assentado sobre o trono na visão de Isaías, nem que Jesus fazia parte de uma trindade. Compreender dessa forma é ir além do que os textos bíblicos estão afirmando. O contexto deve sempre reinar, e qualquer leitura justa de João 12 prova que o assunto é a glória através do sofrimento por Jesus. Assim, “essas coisas” não são questões de ontologia, ou seja, a questão do “Ser” de Deus não está em discussão. E para Jesus, é uma glória em perspectiva, não porque ele é Deus, mas porque ele é fiel até a morte. De fato, “essas coisas” exigidas pelo versículo 41 de João 12 aponta para a citação em João 12: 38, que vem de Isaías capítulo 53, não de Isaías 6: 1. Isaías 53 é a grande profecia do Servo Sofredor, onde é previsto que o Messias seria “um homem de dores e familiarizado com a dor” e seria “desprezado” ”e afligido” e etc. Assim, João está dizendo que Isaías “viu” o ministério vindouro do sofrimento e a subsequente glória do Messias. 

A segunda citação em João 12:40, relativa à cegueira e dureza de Israel, é tirada de Isaías 6 durante a visão de Isaías do Senhor dos exércitos no céu. Depois que Deus purificou e comissionou Isaías para seu ministério profético, o Senhor explica a rejeição que o próprio Isaías experimentaria em breve quando fosse pregar a Israel (Is 6: 10). O povo não vai ouvir Isaías por causa de sua dureza e incredulidade. Era o mesmo tipo de rejeição que Jesus estava encontrando em João 12. Embora Jesus tivesse realizado muitos “sinais”, o povo “não estava acreditando nele” como o Messias há muito prometido (Jo 12:37). 

Não apenas o próprio Jesus na passagem de João conecta seus sofrimentos messiânicos como o meio de trazer “glória”, mas também foi assim que os outros apóstolos entenderam. Lembre-se, Jesus já nos indicou que, quando fosse “levantado” de sua morte, o Pai seria glorificado e também o recompensaria com GLÓRIA (João 12: 27). 

Lembre-se também de que os discípulos não tiveram essa conexão entre os sofrimentos do Messias e sua glória (João 12:16). Porém, após a morte, sepultamento, ressurreição e ascensão de Jesus ao céu à mão direita de Deus, o Pai, os discípulos finalmente o entenderam: “Desta salvação inquiririam e indagaram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que para vós era  destinada, indagando qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo que estava neles indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (1 Pedro 1:10-11).

Certamente Isaías foi um dos profetas mencionados por Pedro que séculos antes havia visto “os sofrimentos do Messias” e “as glórias” que se seguiriam. Em harmonia com Pedro, seu companheiro e apóstolo, João, concorda que os profetas Zacarias, o salmista e Isaías viram os sofrimentos do Messias e a glória que se seguiria (João 12: 12-16; 37-41). 

Paulo também sabia que “essas coisas” estavam escritas nos profetas, de como o servo sofredor do Senhor “suportaria nossas iniquidades” ao “derramar-se até a morte”. Mas Paulo também sabia que Isaías tinha visto a recompensa gloriosa do Messias e como o Senhor Deus “veria” a “angústia de sua alma e ficaria satisfeito” (Is 53: 10), e depois que ele se “esvaziou” até a morte, o Apóstolo diz que “Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:9-11). 

E novamente: João disse que Isaías viu a glória de Jesus apontando para os registros proféticos do capítulo 53 e não do capítulo 6. O capítulo 53 de Isaías nos fornece uma fonte rica dos “sofrimentos previstos de Cristo e das glórias a seguir”. A glória de Deus é revelada no caminho de humildade do Messias. E através de seus sofrimentos, Jesus sabia que Seu Pai também seria glorificado. As multidões de Israel em João 12 não viram isso.

Esse ensinamento já foi mencionado anteriormente no evangelho de João. Por exemplo, prevendo seus sofrimentos e morte – e sabendo que Israel o matará, Jesus disse: “o Pai é quem me glorifica” (João 8: 54). Eles se recusaram a acreditar nas credenciais messiânicas de Jesus. Eles se recusaram a acreditar que o ensino de Jesus tem o poder de impedir alguém da “morte eterna” (João 8:51). Jesus retruca: “Abraão, vosso pai, se alegrou em ver o meu dia, ele o viu e alegrou-se” (João 8:56). Espero que você tenha entendido isso; Abraão “viu” o futuro dia da glória do Messias. Isto é o que Isaías e todos os profetas também viram, o futuro “dia” de glória do Messias.

Isaías viu o Deus de Abraão, Isaque e Jacó 



Não há um pedaço de evidência textual testificando que Isaías viu a “glória de Jesus” nas visões registradas no capítulo 6. Isaías também não diz nada de um Deus que é uma Trindade na sua visão. 


Na Bíblia Hebraica (comumente chamada de Antigo Testamento), existem quase sete mil ocorrências do nome divino de Deus (escrito em hebraico com quatro consoantes (YHWH). Por isso devemos nos ater ao fato de como é importante entender quem é o Deus da Bíblia. Em todas  essas quase sete mil ocorrências do nome pessoal de Deus, os verbos e pronomes pessoais acompanhantes estão no singular. A linguagem não tem meios mais seguros de comunicar que o Senhor é uma pessoa e não duas ou até três.

 Embora alguns tentem ler de forma tríplice, “Santo, Santo, Santo”, desejando ardentemente identificar uma ‘divindade’ trina, sabemos que o resto da adoração angélica é ao Deus monoteísta, o único Deus, pois eles dizem: “Santo, Santo Santo, é o Senhor dos exércitos, toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6:3). Ou seja, sabemos que Deus é uma Deidade Individual por causa dos verbos singulares e pronome pessoal singular que os acompanha. De acordo com todos os profetas, Isaías faz uma distinção clara entre Deus Pai e o Messias.

Para Isaías, o Senhor é uma única pessoa e nunca é confundido como dois deuses ou duas pessoas que são Deus. Para Isaías, Yahweh é o Deus que “formará” Seu Servo Messiânico no ventre de sua mãe (Isaías 49:5). Para Isaías, o Messias é referido como “o ramo do Senhor”, aquele que “se deleitará no temor do Senhor”, aquele “escolhido por Deus”, aquele em quem o Senhor “se deleita”, aquele que será o sábio “servo” do Senhor, aquele que cresceria diante do Senhor como “um renovo” e aquele em quem o Senhor lançará “a iniquidade de todos nós” (Is 4: 2; 11: 2-3; 42: 1; 52:13; 53: 2, 6,10; 61: 1). Assim, ao longo de todo o livro de Isaías, o profeta nunca confunde o Messias vindouro com o Deus Pai. Para Isaías, o Messias não é o Senhor dos exércitos. 

Além disso, dizer que Jesus é o Senhor é quebrar a regra trinitária inviolável de que as Pessoas da Divindade não devem ser confundidas. Lembre-se, Yahweh é um nome pessoal. Dizer que Deus o Pai é Yahweh e ao mesmo tempo dizer que Jesus é o Senhor Deus é confundir a “Primeira Pessoa” da Trindade – Deus o Pai – com a “Segunda Pessoa” da Trindade – “Deus o Filho”. Se dissermos que João está equiparando Jesus a Yahweh em João 12:41, estaremos defendendo não o Trinitarianismo, mas o Modalismo. Modalismo é o conceito de que Jesus é Deus Pai se expressando em um “modo” ou expressão diferente (é proposto hoje por grupos como os Pentecostais da Unidade), que Deus se manifestou como o filho. Ou seja, que são literalmente um só.

 Jesus nunca se identificou como o Deus Pai, um conceito que nem os trinitarianos aceitam. Isaías afirmou que viu o Senhor em Isaías 6, e não Jesus, o Messias. Mas o que Isaías viu e falou (capítulo 51) é a visão profética da rejeição e subsequente glória que o Messias alcançaria 750 anos no futuro. “Essas coisas” que Isaías viu falam do cumprimento da profecia nos dias de João sobre os sofrimentos do Messias e a glória seguida à sua ressurreição.

Dizer que Isaías viu Jesus como Deus no céu é desconsiderar o contexto imediato de João 12:37-41, os quais falam dos sofrimentos de Jesus como o prelúdio necessário para sua glória messiânica; é ignorar a distinção consistente em todo o livro de Isaías e de todos os profetas do AT, que Deus é “uma pessoa” e que o Messias prometido nunca é Deus.

 Provando que Isaías viu o Pai, não o Filho (Is 6:1-10)


“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava.

 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. E as bases dos limiares moveram-se à voz do que clamava, e a casa se enchia de fumaça. Então disse eu: Ai de mim, pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio dum povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos exércitos! 


Então voou para mim um dos serafins, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; e com a brasa tocou-me a boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? 

Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado“. 

O mais impressionante é que o texto esclarece de forma cristalina, não deixando dúvida alguma, que Isaías viu o Deus de Abraão Isaque e Jacó, o Deus dos exércitos, uma designação exclusiva do Pai – Isaías viu um ser apenas, não dois. E mais impressionante ainda é ver como os trinitarianos destronam o Senhor dos exércitos na visão de Isaías e colocam Jesus no lugar. Jesus nunca esteve no trono do Pai até que ele foi exaltado à destra de Deus depois de sua ressurreição. O Senhor dos exércitos de Isaías 6 é o Pai. Ele é visto em Apocalipse como “O Todo- poderoso”, e está separado do cordeiro. 

As mesmas designações (“Todo-poderoso e Senhor dos exércitos”) são aplicadas ao Pai no Velho Testamento. 

Vejam os textos: 


Jeremias 32: 18 “Tu usas de misericórdia até mil gerações, mas retribuis o pecado dos pais nos filhos. Tu és o grande e poderoso Deus, cujo nome é SENHOR dos Exércitos“. 

Salmos 84: 12 “Ó SENHOR dos Exércitos, bem-aventurado o homem que confia em ti“. 

Salmos 89: 8. “Ó SENHOR, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, SENHOR, com a tua fidelidade que te cerca?”

Gênesis 17: 1. “Quando Abrão tinha noventa e nove anos, o SENHOR lhe apareceu e disse: Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda na minha presença e sê íntegro“.

 O SENHOR (YHWH) do Velho Testamento sempre á uma referência ao Deus Todo-poderoso. “Todo-poderoso” e “Senhor dos exércitos” são títulos que Jesus nunca recebeu nas Escrituras. 

Outro ponto importante a se notar é que o capítulo 4 e 5 do livro de Apocalipse deixam bem claro que os seres celestiais proclamam “Santo, Santo, Santo” para Aquele que está assentado sobre o trono, sendo esse o Deus Todo-poderoso, o Ser que difere da pessoa do Cordeiro: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso“, Ap 1:8. 

Observe com atenção nos versículos citados a seguir que “Aquele que é, que era, e que há de vir” está separado de Jesus: “João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” (Apocalipse 1:4, 5). 

O Todo-poderoso, O Senhor dos exércitos, aparece em mais passagens do Livro de Apocalipse – sempre separado de Jesus. O escritor, ao contemplar a nova Jerusalém que desce do céu, registra que 
“Nela não vi santuário, pois seu santuário é o Senhor Deus Todo-poderoso e o Cordeiro“, Ap 21:22. 


O Senhor dos Exércitos visto por Isaías em glória é o mesmo citado como sendo o Deus de Jesus em Apocalipse 2:7; 3:2, 12, que se distingue do Cordeiro em Apocalipse 5:1-7; 5:13; 6:16; 7:10, 15.

Veja as passagens


 Apocalipse 2:7, “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lheei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus“. 

Apocalipse 3:2, 12 “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus… A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome“. 

Preste atenção nesses registros onde você também poderá constatar que Deus é distinto do Cordeiro:

Apocalipse 5:1-7,13 “E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? 

E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.

  E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra.

 E veio [o Cordeiro], e tomou o livro da destra [de Deus] daquele que estava assentado no trono. 

E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre“.


 Apocalipse 6:16, “E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro“. 

Apocalipse 7:10, “E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro“. 

Agora leia Isaías 6:1, “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono…”. 

O mesmo Deus e Senhor visto assentado no trono em Apocalipse, distinto do Cordeiro (Jesus), é aquele que Isaías viu assentado no trono em sua visão registrada no capítulo 6:1-10. Isaías viu a glória do Deus Todo-poderoso, que é o Pai. Isaías não viu Jesus. Jesus não falou com Isaias. O Messias não falava no Velho Testamento porque ele ainda não existia: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho…”. (Hebreus 1:1-2). 

O Filho de Deus jamais existiu antes de nascer em Belém. O Salmista sabia disso, como sabia também que Ele não estava no céu: “Quem, nos céus se compara ao SENHOR? Quem é igual ao SENHOR entre os seres celestiais? (Salmos 89:6).

O Espírito Santo falando

Vamos agora analisar Atos 28:25-28, que diz: “E, como ficaram entre si discordes, despediram-se, dizendo Paulo esta palavra: bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías, dizendo: vai a este povo, e dize: de ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo vereis, e de maneira nenhuma percebereis. Porquanto o coração deste povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram pesadamente, e fecharam os olhos para que nunca com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam, nem do coração entendam, e se convertam, e eu os cure. Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão“.

Os versos 26 e 27 são referências ao texto de Isaías 6: 9-10. É o mesmo texto citado por João no capítulo 12. Dessa vez é Lucas quem escreve, pois ele é o autor do livro de Atos dos Apóstolos. Em Isaías 6:8-9, o profeta diz que foi o Senhor quem falou com ele em visão, ou seja, o grande Rei que estava assentado sobre o trono, conforme podemos ver a seguir: 

“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: vai, e dize a este povo: ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis” (Isaías 6:8-9). 

Note novamente que no relato descrito por Lucas, o apóstolo Paulo refere-se como sendo o “Espírito Santo” como aquele quem falou com Isaías. Leia outra vez o verso de Atos: “E, como ficaram entre si discordes, despediram-se, dizendo Paulo esta palavra: bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías…” (Atos 28:25). 

Se a doutrina da trindade fosse verdadeira, isso seria uma contradição, pois compreendem que cada pessoa da Divindade são diferentes entre si e que existe uma distinção clara entre cada uma delas, conforme expliquei no início desse estudo. Ora, se o profeta Isaías diz ter sido o Senhor quem falou com ele em visão, logo não pode ter sido outra pessoa, mesmo que essa “suposta pessoa” faça parte do mesmo ser. Na mentalidade judaica, expressa nos relatos bíblicos, o “Espírito Santo” nada mais é do que a própria pessoa de Deus agindo de forma espiritual. 

O mesmo acontece no relato de Atos 5:3-4, onde é intercalado o termo “Espírito Santo” e “Deus”, pois o primeiro é uma referência ao próprio Deus: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (Atos 5:3-4).


Pedro afirma que Ananias mentiu ao Espírito Santo, e em seguida diz novamente que ele mentiu para Deus. Portanto, o termo “Espírito Santo” relatado na Bíblia pode muitas vezes estar se referindo a própria pessoa do Pai, e não a uma terceira pessoa da trindade. A distância entre Jesus e a visão de Isaías é de sete séculos e meio. Jesus não estava lá. Isaías não viu a glória de Jesus em 6:1-3, pois era o Pai celestial falando.

O que podemos concluir é que os relatos de Isaías 6, João 12 e Atos 28 não são uma prova da doutrina trinitariana. Como visto, os textos foram analisados honestamente, o que nos possibilitou de forma cristalina encontrar interpretações contrárias ao que ensina a doutrina da trindade. O próprio conceito trinitariano acaba perdendo a sua credibilidade ao tentar provar uma trindade com base nessas passagens, pois na distinção das três pessoas, acabam confundindo cada uma delas nas próprias passagens, contradizendo o respectivo ensinamento que cada um é uma pessoa distinta da outra. 

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