sábado, 18 de abril de 2020

“Pai, glorifica-me com aquela glória”

 




“Pai, glorifica-me com aquela glória”


“Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”, João 17:5


 Na superfície, pode-se facilmente levar as palavras de Yeshua  como se referindo a algo que ele já teve e não tem mais. Os trinitarianos imaginam que Yeshua (Jesus) está falando de um “tempo”, quando ele estava com o Pai na eternidade, quando então ele compartilhou essa glória com Ele.

Este é um dos versos preferidos dos patrocinadores da doutrina do Messias preexistente. Alguém já imaginou um Messias preexistente? Algo poderia soar mais confuso do que isto? Pode haver uma doutrina mais confusa do que aquela que afirma ter existido no céu alguém que a Bíblia garante que seria “semente da mulher”, descendente de Abraão e Davi? 

Para muitos, se um Yeshua  (Jesus) preexistente tinha desistido de sua glória, quando ele desceu do céu para ser encarnado, e ele está pedindo para que esta glória seja devolvida a ele, seria de se esperar que ele dissesse: “Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo , com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse”. Compare isso com 2 Timóteo 1:9, que diz: “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos”.

Não poderíamos fazer uma oração semelhante como a que Yeshua (Jesus) fez em João capítulo 17 e dizer:
 “Eu te agradeço Pai pela graça que tive contigo antes do mundo existir?” Será que esta oração nos faz preexistentes porque tivemos graça aos olhos de Deus antes do mundo ser criado? 

E quanto a Tito 1: 2? “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos”. Será que poderíamos orar como Jesus aqui também, dizendo: “Pai, glorifica-me com a vida eterna que tive contigo antes do mundo existir?”. Esse tipo de oração nos faz preexistir na eternidade passada? Evidente que não. Como recebemos a PROMESSA dada a nós – desde antes dos tempos eternos – Cristo também recebeu a Glória PROMETIDA desde antes da fundação do mundo por suportar a cruz. Logo, em João 17:5, é evidente queYeshua ( Jesus) estava simplesmente pedindo a glória que lhe foi prometida pelo Pai antes que o mundo existisse, e não que ele estava lá como um Filho preexistente.

Em João 17:22 Yeshua  diz: “E eu lhes dei a glória que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um”. E aqui, podemos fazer o mesmo, orando, “glorifica-me Jesus com a glória que tive contigo antes de ir para a cruz?” Ora, nós não vivíamos no tempo em que Jesus sofreu e morreu na cruz. Não existiamos naquele tempo. Além disso, temos aqui uma promessa para ser ainda recebida no futuro, após a ressurreição e estabelecimento do reino de Deus.

 Obviamente, Yeshua , em João 17:5, está clamando pela promessa , que o Eterno prometeu em seu plano antes que o mundo existisse, que foi glorificá-lo com sua própria glória, para que o Filho do homem se tornasse o Filho Eterno de  Elohim na nova criação feita na perfeita imagem do Eterno em justiça e imortalidade. Este é o real significado de João 17: 5, que não prova de forma alguma que Yeshua  preexistiu com Elohim ao seu lado como uma pessoa divina na eternidade passada.

 Examinando  um  pouco a palavra “eu tinha”, em “a Glória que tinha contigo antes do mundo existir”, é a palavra grega “eichon” , que significa manter, guardar como posse como uma condição. Em outras palavras, Yeshua  está pedindo ao Pai para glorificá-lo com a glória queo Eterno  prometeu e estava reservando para ele. Como nós não temos realmente, ou possuímos a vida eterna em nós ainda, mas este previlégio é colocado diante de nós como uma PROMESSA certa sendo reservada  esperando por nós, assim foi com Cristo na expectativa da sua oração pela glória que lhe era devida. 

O léxico de Thayer, do grego para inglês, define essa palavra “eichon” de forma semelhante, que a grosso modo significa, “ter guardado”, no sentido de algo que está retido. Assim, Yohanan 17;5 poderia ser traduzido com muita facilidade da seguinte forma: “Glorifica-me com aquela glória que eu tenho guardada e reservada contigo antes do mundo existir”. 


Quando Jesus foi glorificado 

Yeshua (Jesus) não foi glorificado até que D-us o ressuscitou dentre os mortos: “E isto disse ele do Espírito, que aqueles que acreditavam Nele estavam para receber, porque o Espírito Santo ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado”, Yohanan7:39. 

“Porventura não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória?”, Lucas 24:26. “

… Os seus discípulos, porém, não entenderam isto no princípio; mas, quando Yeshua  foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito dele, e que isto lhe fizeram”, João 12:16.

 Portanto, quando chegou o momento, ele disse: “agora, Pai, glorifica-me …”, João 17:5. 

A verdade da questão torna-se muito clara. Yeshua  estava ciente de que tinha sido amado pelo Eterno  antes que o mundo existisse. Pedro ensinou que o Senhor foi “conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (1 Pedro 1:20). Yohanan( João ) descreve-o como “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13:8).

Yeshua  foi “morto desde a fundação do mundo?” Normalmente, sim, nos sacrifícios fornecidos, mas literalmente, não. Embora ele mesmo ainda não, no momento da oração, tivesse sido glorificado, as Escrituras enfatizam que Jesus obteve essa glória, prometida desde a fundação do mundo, ao completar na "cruz" a sua vitória sobre o pecado. O escritor aos Hebreus confirma: “Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem(Hebreus 2:9)


Em Atos 3:13, referindo-se a ressurreição e ascensão de Jesus ao céu, Pedro diz: “O D-us de Abraão, de Isaque e de Jacó, o D-us de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo“. 

Na sua primeira epístola, Pedro diz novamente que Deus “o ressuscitou Yeshua  [Jesus] dentre os mortos e lhe deu glória...” (1 Pedro 1:21). 

O próprio Yeshua , falando com dois discípulos no caminho de Emaús enfatiza que a sua glorificação era posterior aos seus sofrimentos dizendo: “Porventura, não convinha que o messias  padecesse e entrasse na sua glória? (Lucas 24:26; ver também João 7:39, João 12:16).

As passagens anteriores demonstram que Yeshua não pode ter literalmente usufruído de glória antes do seu nascimento, porque somente podia recebê-la depois de ter terminado o seu ministério com êxito. Tanto a existência de Yeshua  antes que o mundo existisse, como a sua glorificação, somente podem ter existido de forma antecipada na mente e propósito de D-us. Este propósito foi aos poucos revelado aos profetas. Falando do que ia acontecer, o Senhor disse. “O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito…” (Mateus 26:24).

 Os versículos que são citados para apoiar a ideia da suposta “preexistência” de Yeshua o messias  não indicam que ele realmente viveu no céu antes de nascer. Simplesmente enfatizam em linguagem figurada o fato que a aparição do Senhor Yeshua  na terra não foi uma coisa do acaso, mas um acontecimento que foi determinado e autorizado pelo seu Pai celestial desde antes da criação do mundo. Portanto, quando Yeshua pediu ao pai para dar-lhe a glória que ele tinha com ele antes que o mundo começou, Ele não estava falando de uma época em que Ele viveu em um corpo de carne divina celestial ao lado do Pai, como segunda pessoa da trindade. A glória de que Yeshua falou era a glória que Ele, como um homem, teria no cumprimento do plano de Deus preordenado para redenção da humanidade. Yeshua olhou para a frente, e orou pedindo ao Pai para dar a Ele, para que Ele pudesse compartilhar com todos os crentes, “A glória que Tu me deste, eu lhes dei” (João 17:22). 

Os seguidores do messias possuem esta glória agora? Não! Eles estão apenas “na esperança” dessa glória, “pelo qual também obtemos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”, Rom 5:2

Como o messias pode, então, afirmar ter dado a eles essa glória? Apenas no sentido de que ele prometeu, conhecendo de antemão que a quem é dada em promessa cumprirá as condições para recebê-lo, finalmente, na realidade. Assim, um seguidor que aceita a vinda do Ungido poderia falar como o Senhor, quando ele mesmo orou ao Pai: 

“Glorifica-me com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse“. 

D-us conhece o propósito concluído, e sabendo que Ele quer trazê-lo para a consumação, é capaz de “chamar as coisas que não são como se elas fossem” (Rm 4:17).
 Observe também, que a Escritura fala de outros preexistentes, bem como Cristo. Considere o seguinte: 

Dos crentes, Paulo escreveu: “Os que dantes conheceu“, (Rom. 8:29). 

“Ele já dantes preparou os {observe o verbo no passado} para a glória“, (Rm 9:23 cf. 2 Tm. 1:9). 

“Ele também nos elegeu nele antes da fundação do mundo“, (Ef 1:4). 

De Jeremias, o Senhor disse: “Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei, e te dei por profeta para as nações“, (Jeremias 1:5). 

Mas quem iria disputar a preexistência de Jeremias e de outros crentes? Assim, a linguagem de João 17:5 deve ser entendida de uma maneira consistente com todo o contexto sobre ter sido Jesus a semente da mulher e não um ser preexistente. Certamente o contexto de João não deve ser usado para ensinar a preexistência de Jesus, pois se assim for, haverá sérios conflitos com muitas outras referências que falam dele como o filho de Davi que nasceu há mais de 20 séculos.

Por outro lado, Paulo, em Gálatas 1:15 afirma que quando (Cristo) voltar, aos seus seguidores será concedida uma glória “semelhante” a que foi concedida ao Filho. Eles vão ser “conformes à imagem do Filho de D-us, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29)

Sua responsabilidade

 É muito difícil livrar nossas mentes de preconceitos, mas é necessário se quisermos encontrar a verdade. No entanto, para milhões de cristãos não há problema algum em crer que um anjo, ou um ser preexistente, deve tornar-se um bebê, e ser obrigado a aprender de novo todas aquelas coisas que uma vez ele sabia. 

Não, a verdade é simples e clara. Desde a gestação , o Eterno o escolhera .  O Espírito de D-us,   o fortaleceu em sua peregrinação diária para a vitória sobre o pecado. Ao fazê-lo, foi revelado o meio de vitória para cada um de nós: ajuda e força (Filipenses 4:13) divina. Um exame cuidadoso da Escritura vai mostrar que a doutrina da preexistência é tanto ilógica como falsa.




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