sábado, 29 de abril de 2023

YESHUA NÃO VEIO ABOLIR A TORAH

 

Yeshua veio cumprir ( Praticar) A TORÁ, e explicou muito bem!!
 

Uma das maiores declarações do Mashiach no sentido de que a Torá permanece em vigor reside no livro de Matityahu/Mateus, no qual disse Yeshua:

“17. Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir.

18. Sim, é verdade! Digo a vocês: até que os céus e a terra passem, nem mesmo um yud ou um traço da Torá passará – não até que todas as coisas que precisam acontecer tenham ocorrido. 19. Portanto, quem desobedecer à ‘menor’ dessas mitsvot [mandamentos] e ensinar outras pessoas a agirem da mesma forma será chamado menor no Reino dos Céus.”

(Mt 5:17-19).

 

No verso 17, Yeshua assevera que não veio para abolir a Torá, mas para cumpri-la. Muitas pessoas não entendem que neste texto o Mashiach estava se valendo de expressões idiomáticas de seu tempo. No primeiro século, quando alguém ensinava a Torá incorretamente, dizia-se que esta pessoa estava “abolindo” a Torá. De fato, se  cidadão distorcer a Palavra do ETERNO a tal ponto de transformá-la em “outra palavra”, isto equivale à invalidação da primeira. Isto é um fenômeno que ocorre até mesmo nos dias de hoje, pois há líderes religiosos que ensinam erroneamente que a Bíblia autoriza o homossexualismo, razão pela qual esta lição antibíblica termina por invalidar, na prática, o preceito que veda as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo (Vayikrá/Levítico 18:22 e 20:13). Em suma, em Matityahu/Mateus 5:17, “abolir” significa ensinar contrariamente à Torá, invalidando-a. Por outro lado, “cumprir” tem o sentido rabínico de instruir alguém corretamente conforme a Torá.

A explicação ora bosquejada conta com o apoio do rabino James Trimm:

“Para começar, deve-se saber que essa referência a ‘cumprir’ a Torá versus ‘destruir’ a Torá é realmente uma utilização comum de uma expressão hebraica usada ainda hoje por rabinos nas yeshivas [escolas rabínicas]. ‘Cumprir’ a Torá é uma expressão que significa ‘ensinar o significado da Torá e observá-lo corretamente’, este é o verdadeiro significado para se cumprir. Enquanto ‘destruir’ a Torá é uma expressão que significa ‘ensinar de forma incorreta o significado da Torá e/ou violar a Torá’. Isto é destruir o verdadeiro significado da Torá. Ainda hoje nas yeshivas e nos Beit Midrashes, os rabinos entram em debates acalorados um com o outro, batendo um punho na mesa e declarando ‘você destruiu a Torá’, ou elogiando outro rabino dizendo: ‘você cumpriu a Torá’. Vale ressaltar que nos próximos versículos Yeshua pesa sobre as controvérsias sobre a interpretação de vários mandamentos da Torá e nos dá o seu significado verdadeiro e correto, então, o uso de Yeshua do termo ‘cumprir a Lei’ versus ‘destruir’ a Lei é totalmente de acordo com o normal uso idiomático da língua hebraica para esses termos.”

(What do you Mean...Yeshua "Fulfilled the Law"? (Mt. 5:17))

 

Infere-se daí que as palavras de Yeshua podem assim ser interpretadas: “Não vim para abolir...” equivale a “não vim ensinar incorretamente a Torá”. E a expressão “mas para cumprir” tem o sentido de lecionar a Torá da forma adequada.

Eis uma tradução interpretativa da mensagem do Mashiach em Mt 5:17: “Não pensem que eu vim distorcer a Torá e os Profetas. Eu não vim para distorcê-los, mas para ensiná-los do modo correto”.

Nas boas novas (evangelho) de Matityahu/Mateus em hebraico, o verbo que aparece e geralmente é traduzido como “cumprir” é מלא (male). Este possui plurivalência semântica: confirmar, encher, realizar, executar e completar. Algo interessante no hebraico é que uma palavra possui vários sentidos e o locutor pode querer transmitir todos ao mesmo tempo, ou seja, não existe um sentido certo e outro errado, todos são admissíveis simultaneamente. Então, pode-se retraduzir Matityahu/Mateus 5:17 com várias nuances:

a) “Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas. Não vim para abolir, mas para confirmar (למלא)”. Yeshua confirmou a Torá, ratificando-a. Logo, é totalmente inconsistente o ensino cristão de que a Torá foi extinta;

b) “Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas. Não vim para abolir, mas para encher (למלא)”. Yeshua veio para encher o mundo da Torá, ou seja, propagá-la o máximo possível;

c) “Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas. Não vim para abolir, mas para realizar/executar (למלא)”. Yeshua realizou (=concretizou) a Torá em todas as suas ações, visto que nunca pecou;

d) “Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas. Não vim para abolir, mas para completar (למלא)”. Yeshua ensinou a Torá de uma forma muito mais profunda do que qualquer mestre, acrescentando (=completando) explicações em nível de maior elevação espiritual. Dizendo de outro modo, o Mashiach tornou a Torá plena em nossos corações.

Todos os sentidos e interpretações citadas acima são admissíveis, e são claras no sentido de que o Mashiach nunca aboliu a Torá!

Já no verso 18 de Matityahu/Mateus 5, o Mashiach assevera que nem mesmo um yud seria tirado da Torá. Yud é a menor letra do alfabeto hebraico, assim se escrevendo: י. Conseguiu enxergar caro leitor? Apesar de ser bem pequenino o yud, Yeshua garantiu que nem mesmo esta letra poderia ser subtraída da Torá. Se nem o que é minúsculo pode ser destruído, que dirá todo o resto? Em suma, nada da Torá pode ser retirado “até que os céus e a terra passem” (Mt 5:18). O mesmo conceito aparece em Lucas:

“É mais fácil o céu e a terra desaparecerem que se tornar vazio um traço de uma letra da Torá”

(Lc 16:17).

 

Já que os céus e terra não passaram, permanece em pleno vigor a Torá!!!

Talvez Yeshua tenha mencionado o yud (Mt 5:18) em lembrança à famosa história rabínica acerca do rei Shlomoh (Salomão), retratado se imiscuindo da Torá:

“Ele disse: ‘Porque YHWH Todo-Poderoso – bendito seja, disse [referindo-se ao rei], ‘Ele não multiplicará [ירבה] suas mulheres’ [(Dt 17:17]? Apenas para que ‘o coração do rei não se desencaminhe’. Eu [Salomão] as multiplicarei [ארבה], mas meu coração não se desencaminhará.

Nossos sábios disseram: Naquele momento, a letra yud levantou-se e se prostrou diante de YHWH – bendito seja – e disse: Senhor do Universo, não dissestes que nenhuma letra da Torá será jamais destruída? Vede, Salomão me destruiu, substituindo um yud por um álef, quer dizer, mudando ירבה por ארבה. Uma letra hoje, outra amanhã até que toda a Torá seja destruída. YHWH – bendito seja – respondeu: Salomão e outros mil como ele podem tentar destruir, mas eu não permitirei que um traço da Torá seja destruído.”

 (Midrash Rabah Shemot 6:1). 

 

Após confirmar que nem um yud poderia ser subtraído da Torá, Yeshua conclui:

“Portanto, quem desobedecer à ‘menor’ dessas mitsvot [mandamentos] e ensinar outras pessoas a agirem da mesma forma será chamado menor no Reino dos Céus.”

(Mt 5:17-19).

 

Qual é o menor de todos os mandamentos? De acordo com a tradição judaica, é o texto que se encontra em Devarim/Deuteronômio 22:6: “Se você passar por um ninho de pássaros, numa árvore ou no chão, e a mãe estiver sobre os filhotes ou sobre os ovos, não apanhe a mãe com os filhotes”. Trata-se de uma lei de proteção ao direito dos animais, proibindo que o ser humano interfira na família de pássaros. Segundo Yeshua, quem desobedecer esta lei, chamada de “a menor”, será chamado de “menor” no Reino dos Céus, ou seja, aquele que desrespeita os animais até que consegue entrar no Reino, mas é o menor, o último da fila. Por inferência, quem transgredir deliberadamente mandamentos “maiores” do que a proteção aos animais estará fora do Reino, exceto se arrepender-se de forma verdadeira.

Aqui, o Mashiach quis demonstrar que todos os mandamentos da Torá são válidos e importantes. Até mesmo a violação do menor (direito dos animais) tem como consequência rebaixar a pessoa no Reino dos Céus, tornando-a menor, e com menor galardão.   

Em que pese o Cristianismo afirmar incorretamente que a Torá foi abolida, vem crescendo ultimamente o número de estudiosos cristãos que defendem a validade da Lei. Escreveu o Ph.D David Friedman:

 “Estas duas seções da Escritura (Mateus 5 e 24) nos dão uma imagem consistente do ensino de Yeshua sobre a Torá. Sua mensagem é que a Torá é válida e deve ser respeitada e observada. Na verdade, tal conclusão é alcançada por um número crescente de estudiosos judeus e cristãos.”

(They Loved the Torah: What Yeshua's First Followers Really Thought about the Law, página 32)

 

Cita-se o escólio de Geza Vermes, Professor da Universidade de Oxford:

“Em nenhum trecho do Evangelho Jesus é visto tomando deliberadamente a iniciativa de negar ou de alterar substancialmente qualquer mandamento da Torá em si.”

(A religião de Jesus, o Judeu, Imago, página 28).

 

Até mesmo pastores evangélicos estão percebendo que a Torá é eterna e que Yeshua não a anulou. Prega o ínclito Pastor Larry Huch:

“Percebi que Jesus e Seus discípulos não foram judeus convertidos, mas sim, judeus praticantes – guardadores da Torá”.

“Como aprendemos, Torá significa ‘professor, guia, caminho’, mas também se refere aos cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Jesus disse então: ‘Não vim para destruir os cinco livros de Moisés ou os profetas e tudo que ensinaram, mas para ensinar, cumprir e dar poder a vocês, através do Espírito Santo, para caminharem segundo a Torá’”

(A Bênção da Torá, 2011, páginas 18 e 60).

 

Relevante esclarecer que o belíssimo Sermão da Montanha (Mt 5 a 7) é uma verdadeira aula sobre os aspectos mais importantes da Torá, cumprindo Yeshua o papel de ensinar e explicar a Lei de Moisés de modo mais profundo. Com efeito, os Manuscritos do Mar Morto apontam que, mesmo antes do nascimento de Yeshua, já havia uma forte expectativa no Judaísmo de que o Messias seria “o Intérprete da Torá”, explicando a Lei e revelando seus mistérios até então não compreendidos pelos homens:

“E a estrela [referência ao Messias, Nm 24:17] é o Intérprete da Torá.”

(Documento de Damasco, Col.VII, 18).

 

Este também é o entendimento rabínico:

“Outra inovação messiânica importante diz respeito ao conhecimento da Torá. Rambam decreta: ‘Pois naqueles dias [messiânicos], o conhecimento, a sabedoria e verdade aumentarão... Pois o rei davídico que surgirá será mais sábio que Shelomô e um grande profeta, aproximando-se [do nível profético de] Moshê nosso mestre’.

(...)

Como diz Chazal: ‘uma Torá brotará de mim’ [Yeshayáhu 51:4] – ‘Uma nova Torá brotará de mim’ (Vayicrá Rabá 13:3). Pois ‘no futuro, o Eterno, bendito seja, Se sentará... e explicará uma nova Torá, que será dada por Mashiach’ (Yalkut Shimoni, Yeshayáhu 429). Ou seja, haverá uma tremenda revelação da sabedoria da Torá que será considerada uma ‘nova’ Torá.

(...


Um dogma fundamental do Judaísmo é a imutabilidade da Torá. Como decreta Rambam, ‘...nada pode ser tirado ou acrescentado’ (Hilchot Yessodei HaTorá 9:1). Nem mesmo um grande profeta pode mudar alguma coisa, pois a Torá ‘não está no Céu’ (Devarim 30:12). Como então, Mashiach poderá interpretar a Torá? E como é possível que ‘A Torá que o homem aprende neste mundo seja vã comparada com a Torá a ser estudada nos dias de Mashiach’ (Cohelet Rabá 11:8)?

Chazal e Rambam enfatizam que, embora o próprio Hashem tenha dado a Torá no Sinai, a ‘nova Torá’ será revelada por Mashiach. Pois a Outorga da Torá foi um evento único; desde então, ela ‘não está no céu’, portanto quaisquer revelações subsequentes devem vir através de um ser humano, i.e., Mashiach.

Como qualquer erudito, Mashiach tem o direito de revelar percepções da Torá adquiridas não profeticamente, mas por dedução.

A grandeza do Mashiach, no entanto, estará em seu esclarecimento dos assuntos até então ocultos.”

(Os Dias de Mashiach, Menachem M.Brod, páginas 145 e 146).

 

Logo, é errôneo o pensamento cristão de que Yeshua trouxe lições contrárias à Lei. A bem da verdade, o Mashiach foi ao âmago da Torá e a apresentou com tanta intensidade no Sermão da Montanha (Mt 5 a 7) que suas instruções chegam a parecer uma “nova” Torá, porém, trata-se da mesma Torá explicada e comentada pela própria Sabedoria encarnada (Mishlei/Provérbios 1:20-33). Já que Yeshua realmente é o Mashiach, sua missão relaciona-se à revelação da Lei do ETERNO, e não poderia ser de outro modo, visto que quem prega contra a Torá é considerado um falso profeta, ainda que faça sinais e prodígios (Devarim/Deuteronômio 13:16; versões cristãs: Dt 12:32 a 13:5).

Já que o Cristianismo frisa que “Jesus revogou a Lei”, judeus tradicionais terminam por rejeitar Yeshua, reputando-o como falso profeta, à luz das citadas passagens de Deuteronômio. Quando os judeus percebem que Yeshua realmente ensinou a Torá e com maior profundeza espiritual, é mais fácil que o reconheçam como Mashiach. Já sabendo o Nazareno que falsos mestres diriam que ele aboliu a Lei (doutrina maligna sustentada pelo Cristianismo), quis colocar uma pá de cal no assunto:

Não pensem que vim abolir a Torá ou os Profetas. Não vim para abolir, mas para confirmar”

(Mt 5:17).

Falsas contradições entre os ensinos de Yeshua e a Torá

 




Falsas contradições entre os ensinos de Yeshua e a Torá

 

 

A torá  e os ensinos de Yeshua 

 

No Sermão da Montanha, existem seis momentos em que Yeshua usa a seguinte fórmula: “Ouviste que foi dito... Mas eu vos digo”. Há pessoas que usam estes textos como tentativa de provar que a Lei foi revogada. Não obstante, se pesquisarmos com minudência o discurso do Mashiach, verificaremos que Yeshua não está declarando a abolição da Lei (Torá), mas sim sua vigência. Senão vejamos.

A) A questão do homicídio

“Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’.

Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá’, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: ‘Louco!’, corre o risco de ir para o fogo do Guey Hinom”

(Matityahu/Mateus 5:21-22).

 

Na passagem referida, Yeshua cita a proibição do homicídio que está prevista na Torá (Ex 20:13; Dt 5:17). Já que uma das funções do Mashiach é interpretar a Torá e lhe revelar os significados mais profundos e até então ocultos, Yeshua explica que a ira contra seu irmão é equiparada ao homicídio. Em sentido parecido, consta do Talmud Bavli, no tratado de Bava Metzia:

“Aquele que publicamente avilta seu próximo age como se derramasse seu sangue”

(m. Bava Metzia 58b).

 

Ora, já que a Torá proíbe tanto o assassinato (Ex 20:13 e Dt 5:17) quanto o rancor (Lv 19:18), o Mashiach os colocou em um mesmo patamar, demonstrando o alto grau de santidade que deve ser vivido por seus discípulos. Assim fazendo, o Mashiach não invalidou a Torá, mas lhe deu uma interpretação mais rigorosa.

Consoante o pensamento de Yeshua e de outros rabinos, a violação de um mandamento menor (ex: rancor contra o próximo) pode levar à transgressão de um maior (ex: homicídio). Consequentemente, deve o homem cumprir o mandamento menor para que não seja levado à infração de mandamento mais grave. Mister citar o Midrash tanaítico, Sifre de Devarim/Deuteronômio 19:10-11:

“Para que sangue inocente não seja derramado... e assim a culpa do derramamento de sangue recairá sobre ti... Mas se um homem odeia seu vizinho, o espera no caminho e o ataca... A este respeito foi dito: Um homem que transgredir um mandamento leve acabará por transgredir um mandamento pesado. Se transgredir ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’ (Lv 19:18), acabará por transgredir ‘Não te vingarás e não guardarás rancor’(Lv 19:18). Daí, ‘Que seu irmão possa viver a teu lado’ (Lv 25:36) até quando ele derramar sangue”.

 

Conclui-se, pois, que Yeshua desenvolveu um típico raciocínio rabínico de que tanto o homicídio quanto o rancor devem estar longe do homem, já que ambos são proibidos pela Torá.

 

 B) A questão do adultério

 “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.

Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”

(Matityahu/Mateus 5:27-28).

 

De um modo geral, teólogos cristãos asseveram que Yeshua criou um novo mandamento, uma vez que a Lei proibia o adultério e o Mashiach inovou ao vetar a simples cobiça com os olhos. Tal raciocínio está complemente equivocado. Senão vejamos.

A Torá tanto proíbe o adultério quanto a mera cobiça:

Não adulterarás

(Shemot/Êxodo 20:14)

“Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”

(Shemot/Êxodo 20:17).

 

Então, Yeshua estava corrigindo a falsa instrução de que somente o adultério é pecado, e que a cobiça não consistia em transgressão aos mandamentos do ETERNO. O reparo efetuado pelo Mashiach demonstra que ambas as condutas (adultério e cobiça) são desaprovadas pela Torá de YHWH.

 À luz do judaísmo dos essênios, cujas ideias possuem profunda relação com as lições de Yeshua, cobiçar com os olhos é sinal de impiedade. É o que se lê dos Manuscritos do Mar Morto:

“Pois isto é o que disse [Hc 1:13a]: ‘Teus olhos são demasiado puros para ver o mal’. Sua interpretação: que seus olhos não os arrastam para a luxúria na época da impiedade

(Pesher de Havakuk/Habacuque, Col.V, linhas 6-7).

 

“Agora, pois, filhos meus, escutai-me e eu abrirei vossos olhos para que vejais e compreendais as obras de Elohim, para que escolham aquilo que lhes compraz e rejeiteis o que odeiam, para que caminheis perfeitamente por todos os seus caminhos e não vos deixeis arrastar pelos pensamentos da inclinação culpável e dos olhos luxuriosos

(Documento de Damasco, Col.II, linhas 14-16).

 

Na mesma linha, o judaísmo rabínico, derivado do farisaísmo, também equipara a cobiça ao adultério. Contém o Talmud Bavli:

“Aquele que olha com cobiça para o pequeno dedo de uma mulher casada é como se já tivesse cometido adultério com ela”

(Kalá, capítulo 1).

 

O Midrash Rabá de Vayikrá (Levítico) dispõe:

“Não é somente o que peca com seu corpo que é chamado de adúltero, mas aquele que peca com seu olho também é assim chamado”

(XXIII, 12).

 

Logo, a lição de Yeshua sobre o adultério em pensamento se harmoniza perfeitamente com a Torá, bem como com o judaísmo antigo.

 

C) A questão do divórcio

“Também foi dito a respeito de quem quer repudiar sua mulher: deve escrever uma carta de divórcio e dar a ela, mandando-a para longe de sua casa.

Mas eu lhes digo: qualquer que repudia sua mulher, exceto por causa de prostituição, comete adultério contra ela, e quem toma a mulher repudiada comete adultério”

(Matityahu/Mateus 5:31-32. Tradução direta do Manuscrito DuTillet em hebraico)

 

Existe uma contradição aparente (e não real) entre a Torá e o escólio de Yeshua. Aqueles que defendem que “Yeshua revogou a Lei” dizem: a Lei permitia o divórcio, porém, o Salvador o proibiu, exceto no caso de adultério.

Coteje os versos acima transcritos com estas palavras do Mashiach:

“Então chegaram ao pé dele os p’rushim [fariseus], tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez,

E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?

Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Elohim ajuntou não o separe o homem.

Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moshé [Moisés] dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?

Disse-lhes ele: Moshé [Moisés], por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.

Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério”

(Matityahu/Mateus 19:3-9).

 

Os p’rushim (fariseus) sustentaram que o divórcio é permitido pela Torá, o que é verdade, consoante o seguinte texto:

“Se um homem tomar uma mulher e com ela consumar o casamento, e depois passar a não se agradar mais dela, por ela lhe ter feito alguma coisa ofensiva, ele escreverá para ela um certificado de divórcio, dará a ela o certificado e a mandará embora para sua casa”

(Devarim/Deuteronômio 24:1)

 

Já que os p’rushim defenderam o divórcio com fundamento na Torá, Yeshua usa a própria Torá para demonstrar que o ETERNO não aprova a separação (exceto no caso de adultério):

TORÁ

ENSINO DE YESHUA EXTRAÍDO DA TORÁ

 

 

“E criou Elohim o homem à sua imagem: à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27)

 

“Homem e mulher os criou; e os abençoou...” (Gn 5:2)

 

“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2:24).

“Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Elohim ajuntou não o separe o homem” (Mt 19:4-6).

 

Após o Mashiach explicar que a Torá é contra o divórcio, falou o motivo pelo qual Moshé (Moisés) permitiu a separação: “Moshé, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim” (Mt 19:8). Ou seja, Yeshua explica que somente os duros de coração se divorciam e que no princípio não era assim.  A expressão “no princípio”, em hebraico, é bereshit (בראשית), que é o nome semita do livro de “Gênesis”. Então, o Mashiach quis demonstrar que antes da queda do homem, e o ingresso do pecado no mundo, planejou o ETERNO a indissolubilidade do vínculo matrimonial, estado ideal que deve ser mantido por aqueles que não têm o coração embrutecido. Trata-se da aplicação do princípio judaico de interpretação conhecido como “yesod habriah” (o princípio/fundação da criação), ou seja, a pessoa deve tentar viver conforme as regras estabelecidas pelo ETERNO “no princípio”, antes da queda do homem.  

Em suma, a mesma Torá usada pelos fariseus para justificar o divórcio também foi manejada por Yeshua para provar que o ETERNO não aprova a separação, já que no princípio criou homem e mulher para que ambos fossem uma só carne. Esta interpretação de Yeshua não é novidade em termos do Judaísmo antigo, visto que, em período anterior, os essênios defendiam a indissolubilidade do matrimônio e criticavam os fariseus por tomarem mais de uma esposa durante suas vidas:

“Os construtores de muros [=fariseus] ... são capturados duas vezes na fornicação: por tomar duas mulheres em sua vida,apesar de que o princípio da criação é: ‘macho e fêmea os criou’

(Documento de Damasco, Col.IV, 19-21).

 

Contemporâneo de Yeshua, o rabino Shamai (50 A.C a 30 D.C), que era fariseu, também pregava que o divórcio somente seria admitido em caso de adultério, extraindo este entendimento a partir do texto de Devarim/Deuteronômio 24:1: “Se um homem tomar uma mulher e com ela consumar o casamento, e depois passar a não se agradar mais dela, por ela lhe ter feito alguma coisa ofensiva, ele escreverá para ela um certificado de divórcio...”. Segundo a letra da Torá, para ocorrer o divórcio, a mulher precisa “ter feito alguma coisa ofensiva”, o que significa, na visão de Shamai, o cometimento de adultério.

Conclusão: a interpretação do Mashiach sobre a indissolubilidade do casamento é pautada na Torá, em conformidade com o judaísmo essênio e com o judaísmo farisaico de Shamai.

 

D) A questão dos juramentos

“Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos a YHWH.

Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Elohim;

Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Yerushalayim [Jerusalém], porque é a cidade do grande Rei;

Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.

Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna”

(Matityahu/Mateus 5:33-37)

 

Mais uma vez aparece uma suposta contradição entre Yeshua, que proíbe os juramentos, e a Torá, que os permite (Lv 19:12, Dt 10:20 e Nm 30:3 ou, nas versões cristãs, Nm 30:2).

A Torá não proibe os juramentos, mas proibe os falsos juramentos (Lv 19:12). A partir deste conceito, no Judaísmo antigo desenvolveu-se o entendimento de que seria desnecessário firmar um voto, já que a pessoa deveria ter tamanha idoneidade que suas palavras valessem como juramento.

Tendo vivido na mesma época do Mashiach, o filósofo judeu Filo de Alexandria (25 A.C a 50 D.C) escreveu:

“A palavra de um homem bom... deveria ser um juramento, firme, inabalável, completamente livre de falsidade, firmemente plantado na verdade”

(Decálogo, 84).

 

Por sua vez, o Judaísmo essênio apregoava lição parecida com a de Yeshua:

“Não jurará pelo Álef e o Lamed, nem pelo Álef e o Dálet”

(Regra de Damasco, Col.XIV, 1).

 

Álef e Lamed são as letras hebraicas que formam a palavra “EL”, o ETERNO; por vez, Álef e Dálet são as iniciais de “ADONAI” (= Meu SENHOR). Ou seja, os essênios de Qumran também não recomendavam que fossem proferidos juramentos usando o nome do ETERNO.

O historiador Flávio Josefo, que viveu no primeiro século, escreveu acerca da abstenção de juramentos por parte dos essênios:

“... e cumprem tão inviolavelmente o que prometem que se pode prestar fé às suas simples palavras, como a juramentos. Eles os consideram mesmo como perjúrios, porque não podem crer que um homem não seja um mentiroso quando tem necessidade, para que nele se creia, de tomar a Deus por testemunha.”

(História dos Hebreus, CPAD, 8ª edição, página 1130).

 

Pensavam os essênios que a palavra de um homem tinha a força obrigatória de um juramento, razão pela qual seria desnecessário invocar o nome do ETERNO. De forma semelhante esta questão é tratada no Talmud, em uma passagem em que os rabinos discutem se um contrato verbal teria força obrigatória entre as partes, ou seja, se a simples palavra deveria ser cumprida. Verifique a conclusão no Tratado de Bava Metsia:

“O rabino Yosef filho de Yehudá disse: ... é para ensinar-lhe que o seu ‘sim’ deve ser apenas [sim] e que seu ‘não’ deveria ser apenas [não]. Abaye disse: Isso significa que não se deve falar uma coisa com a boca e outra com o coração.”

(Talmud Bavli, m.Bava Metsia, 49a).

 

Logo, a docência de Yeshua sobre os juramentos é compatível com a interpretação do Judaísmo antigo, firmada na Torá.

 

E) A questão do “olho por olho, dente por dente”

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.

Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa.”

(Matityahu/Mateus 5:38-40)

 

Realmente existe na lei mosaica a cláusula do “olho por olho, e dente por dente”:

“Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,

Queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.”

(Shemot/Êxodo 21:24-25).

 

Aqueles que são contra a Lei do ETERNO afirmam: “Yeshua anulou a Lei, pondo fim à crueldade desta, que preconizava olho por olho e dente por dente”. O primeiro erro desta colocação está na incompreensão do que significa “olho por olho e dente por dente”. Equivocadamente, pensam os cristãos que na época de Moisés o ETERNO autorizava que alguém arrancasse o olho do outro, em pleno ato de selvageria.

“Olho por olho e dente por dente” não pode ser interpretado literalmente, pois se trata de uma expressão idiomática que simplesmente quer dizer: se alguém cometer um dano contra outrem, deverá compensá-lo por meio de uma indenização proporcional ao prejuízo. Em outras palavras, se em uma briga X arranca o dente de Y, este último terá direito a receber uma compensação financeira correspondente ao dano injustamente sofrido.

Atente para o entendimento rabínico:

“Segundo o Talmud, na verdade, o Legislador não quis dizer ‘olho por olho’, e aqui vamos dar dois exemplos para demonstrar que sua aplicação nem sempre é possível. Supondo que Simão tenha só um olho e que, numa briga com Rubem, este o tire, ficando Simão completamente cego, não se faria justiça tirando um olho de Rubem; o castigo seria insuficiente, pois cegou completamente um homem e ele (o que cegou) não ficou cego. Vejamos o caso contrário: Simão, que tem um olho só, tria um olho de Rubem. Se, para castigar Simão, Rubem lhe tira o seu único olho, ele ficará cego, e desta forma o castigo não terá a mesma proporção do delito, porque Simão não cegou completamente Rubem. Por tanto, essa lei chamada de ‘Lei de Talião’ não tem o sentido que se lhe atribui, senão que é uma questão de danos e prejuízos, na qual aquele que danifica sofre ou paga segundo o critério dos juízes.”

(Torá - a Lei de Moisés, sefer, 2001, página 222).

 

 

Em sentido idêntico ensina o historiador Geza Vermes:

“É quase desnecessário lembrar que no ensinamento pós-bíblico, Ex 21,24 não era interpretado literalmente como exigindo que um dano correspondente fosse infligido à pessoa culpada de causar injúria corporal. Uma vingança sangrenta era substituída por uma compensação monetária judicialmente estabelecida. Josefo conhecia este procedimento (Ant.iv. 280), e este princípio é pressuposto naMishná (cf. mBQ 8,1). A Mekhiltade Ex 21,24 (III, 67) equaciona simplesmente ‘olho por olho’ com mamon, isto é (olho-) dinheiro (sic). Os Targums palestinianos oferecem uma paráfrase muito clara: ‘O valor de um olho por um olho; o valor de um dente por um dente; o valor de uma mão por uma mão; o valor de um pé por um pé’, etc.”

(A religião de Jesus, o Judeu, Imago, 1995, páginas 40 e 41).

 

De posse deste conceito, releia as palavras do Mashiach em Mt 5:38-40 e perceberá que este ensinou que seus discípulos, quando injustiçados por alguém, não deveriam exigir a compensação financeira do dano sofrido, mas sim “oferecer a outra face”, isto é, demonstrar bondade a seus devedores e nunca buscar a vingança.

Destarte, Yeshua não aboliu o sistema judicial de reparação de danos (“olho por olho”), mas recomendou que seus talmidim não buscassem se vingar de seus ofensores, tal como diz a Torá:

“Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou YHWH.”

(Vayikrá/Levítico 19:18).

 

Segue o mesmo vetor o magistério do rabino John Fischer:

“O ponto de Yeshua aqui enfatizado é a resposta adequada para o insulto de ‘levar um tapa na cara’. Uma pessoa não deve buscar a reparação ou retaliação, mas suportar o insulto humildemente. Com isso, os rabinos concordaram e aconselham que quem recebeu um golpe na face deve perdoar o ofensor, mesmo que ele não peça perdão (Tosefta Baba Kamma 9:29f). O Talmud elogia a pessoa que aceita ofensa sem retaliação e se submete ao sofrimento e ao insulto alegremente (Yoma 23a)”

(Jesus through jewish eyes: a Rabbi examines the life and teachings of Jesus, Rabbi John Fischer).

 

Aliás, o dar a outra face não é uma inovação de Yeshua, pois tal ensino já consta do Tanach (Primeiras Escrituras):

“Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.”

(Eichá/Lamentações 3:30)

 

Comprova-se, pois, que o Mashiach não anulou a Torá, mas lhe teceu lições com fundamento nas Primeiras Escrituras.

 

F) A questão do amor aos inimigos

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.”

(Matityahu/Mateus Mateus 5:43-44).

 

Ao ler este texto, teólogos desavisados afirmam que a Torá ensinava tanto o amor ao próximo como o ódio aos inimigos, e que Yeshua veio para mudar este panorama, lecionando que seus discípulos amassem a todos, inclusive os inimigos. Eis o  erro destes teólogos: a Torá do ETERNO determinou o amor a todos os homens, e nunca prescreveu o ódio aos inimigos.  O ódio não vem da Torá, mas de religiosos que deturparam as palavras de YHWH.

Cita-se o que a Torá receita sobre o amor e o ódio:

Não guardem ódio contra o seu irmão no coração; antes repreendam com franqueza o seu próximo para que, por causa dele, não sofram as consequências de um pecado.   

Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou YHWH.

(...)

O estrangeiro residente que viver com vocês deverá ser tratado como o natural da terra. Amem-no como a si mesmos, pois vocês foram estrangeiros no Egito. Eu sou YHWH, o Elohim de vocês.”

(Vayikrá/Levítico 19:17,18 e 34).

 

Comprovou-se acima que a Torá ensina amar o próximo como a si mesmo e proíbe o ódio, razão pela podemos voltar às palavras de Yeshua e fazer as seguintes interpolações entre colchetes:

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo [tal como consta da Torá em Lv 19:18 e 34]e odiarás o teu inimigo [este ‘mandamento’ não está na Torá].

Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam ... [porque estas regras decorrem das Escrituras: Lv 19: 34, Pv 20:22]”  (Matityahu/Mateus Mateus 5:43-44).

 

A instrução de Yeshua sobre o amor ao próximo, extraída da Torá, se assemelha com o ensino farisaico do rabino Hilel (60 A.C a 9 D.C), que apregoou o amor a todos os seres humanos, inclusive aos inimigos. Compulse a Mishná:

 “Hilel dizia: procurai ser como os discípulos de Aharon [Aarão], amai a paz, procurai a paz, amai as pessoas e aproximai-as da Torá.”

(Avot 1:12)

 

Segundo Filo de Alexandria, o judaísmo praticado pelos essênios também enfatizava o amor:

“Nisso usam uma regra e uma definição tríplice, isto é: amor a Deus, amor à virtude e amor à humanidade

(Philonis Opera, Ed. Mangey, London, 1742).

 

Assim, o professorado de Yeshua sobre o amor ao próximo como a si mesmo possui respaldo na Torá (Lv 19:18), e recebeu desenvolvimento doutrinário em período anterior à vinda do Mashiach, destacando-se as lições da Escola de Hilel e do Judaísmo essênio.

Destarte, após a investigação das seis pseudo contradições do magistério de Yeshua, chega-se ao seguro entendimento de que as palavras do Mashiach não violaram a Lei de Moisés, e sim a explicaram de acordo com a melhor doutrina do Judaísmo do período do Segundo Templo.   

 

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