sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Proibido sexos no shabat



  PROIBIDO SEXO NO SHABAT


           É PERMITIDO PRATICAR SEXO NO SHABAT?



INTRODUÇÃO:
        O título é mais para chamar a atenção, pois o estudo abrange muito mais do que o proposto tema. Pois o estudo se concentra em grande parte nas parashot (porções as Torah), Tasría:  צ ז ר י ע (Semeai) e Metsorá: מ צ ר ע (Lepra). O motivo que me leva a escrever sobre este assunto em particular, foi à reação espantosa de alguns irmãos quando ministrei uma Parashah que tratava da contaminação pelo ato sexual. Admirei-me com a admiração de algumas pessoas que não sabiam como resolver a polêmica sobre a questão do sexo no Shabat (Sábado). Então para esclarecimento de muitos, deixaremos a Torah nos orientar sobre este assunto.


        Já ha alguns anos atrás, deparamo-nos com algumas pessoas ‘observadoras’ do Shabat, que consideraram a prática sexual um meio licito dentro dos limites do sábado. Suas argumentações que as absorviam de qualquer transgressão, baseavam-se na tese de que o casamento é uma benção do Eterno, logo o sexo dentro dele é sagrado. Sendo assim, não há com que se preocupar!  Para se ter uma noção de como esta linha de raciocínio é amplamente defendida, darei um pequeno exemplo:


         Outro dia conversei com um senhor muito sincero que há décadas observa a guarda do sábado em uma igreja evangélica. Ao perguntar-lo sobre o que pensava sobre o sexo dentro do sábado ele replicou: Antes nossa igreja proibia, mas hoje já é liberado!
        Se porventura seu líder o ensina assim e você também compactua com esta tese, é melhor prestar mais atenção nas Escrituras Sagradas.


ANALIZANDO AS ESCRITURAS


1º -  NÃO ATENDER A PRÓPRIA VONTADE NO SHABAT


Yeshaiahu (Isaías) 58:13,14 diz:  Se desviares o teu pé de profanar o Shabat (sábado), e deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia; se ao Shabat (sábado) chamares deleitoso e santo dia do YHWH digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem as tuas próprias vontades nem falando palavras vã”


NotaSendo o Shabat um “Santo dia do YHWH”, é um dia espiritual separado para alimentar nosso espírito e não nossa carne. Haja visto que nossos anseios por sexo classificam-se como sentimento terreno, carnal. A vontade de fazer sexo não provém do espírito e sim da paixão da carne. Quando você ora, se consagra ou medita na palavra de Hashem, você esta alimentando seu lado espiritual e consequentemente buscando as coisas de cima, do Shamaim (céu). Em contra partida, os vícios, sejam eles sentimentais (ira, depressão, vanglória, contenda), químicos (tabagismo, alcoolismo, drogas), assim como o vício sexual. Todos estes se expressam na carne não no espírito, como nos orienta o apóstolo Sha’ul (Paulo): Digo, porém: Andai pela Ruach (Espírito), e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis”


         Você tem seis dias para fazer toda a sua obra, mas o sétimo dia é designado ás coisas espirituais:  “...se ao Shabat chamares deleitoso e santo dia do YHWH, digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem as tuas próprias vontades nem falando palavras ”.


        Outro cuidado a se considerar é que algumas pessoas no aflorar do ato sexual se animam deliberadamente e dizem muitas palavras que não caberia bem em dizê-las, por exemplo, dentro de um lugar Kadosh (Santo/separado). O Shabat também é um santuário! A saber, o maior objeto de culto ao Hashem!


2º - A EJACULAÇÃO CONTAMINA SEGUNDO A TORAH:       


A Torah explicita que no momento da ejaculação masculina, tanto o homem quanto a mulher contaminam-se através da emissão do sêmen (esperma). E este é o fato crucial para se explicar e assinalar que não é licito a prática sexual no Shabat:


Também se sair de um homem o seu sêmen banhará o seu corpo todo em água, e será imundo até a tarde”        Vaikrá (Lv) 15:16:


Nota: Este texto é enfático ao dizer que por intermédio do ato sexual o casal se encontrará cerimonialmente impossibilitado de se achegar ao Hashem. O grau de impureza aqui mencionado é o mesmo em relação a quem se contaminou por algum morto ou aquele que comeu carne de porco, por exemplo.





É UMA MITSVAH TOMAR BANHO DEPOIS DA RELAÇÃO SEXUAL


“Igualmente quanto à mulher com quem o homem se deitar com sêmen (ESPERMA) ambos se banharão em água, e serão imundos até a tarde”   Vaikrá (Lv) 15:18:


        Bom, esta mitsvah (mandamento) de Elohim se explica por uma questão bem simples: Há vida no sêmen! E todos sabem que milhões de espermatozóide irão morrer após a ejaculação. Por isto Elohim ordena que tomemos banho após a relação, é um mandamento claro! É a regra de que uma formiguinha é tão imunda quanto um elefante! Hashem não está condenando o ato sexual em si. Pois através do mesmo é que se concebe o maior dom de Elohim, a Vida! No entanto, o Eterno orienta-nos sobre a contaminação pelo sêmen morto! O banho não tem o poder de te purificar, mas é designado para evitar que outros objetos sejam contaminados:     “...ambos se banharão em água, e serão imundos até a tarde”




“E toda roupa, e toda pele sobre que houver sêmen (Zera) serão lavadas em água, e serão imundas até a tarde”

ZERA é um substantivo masculino em hebraico para esperma (grego). Vem de ZARA que é usado para descrever a “semente” (Sêmen), conotativo de posteridade, descendência, sementeira. Foi usada em Daniel 2:43 para descrever, na expressão idiomática “Com semente humana”.                                                                                                                  
OS HEBREUS SE PREPARARAM PARA OUVIR HASHEM:
“Disse mais o Yáhuh a Mosheh (Moisés): Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã; lavem eles os seus vestidos, e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia descerá o YHWH diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Shinai....Então Mosheh (Moisés) desceu do monte ao povo, e santificou o povo; e lavaram os seus vestidos. E disse ele ao povo: Estai prontos para o terceiro dia; e não vos chegueis a mulher”  Shemot (Ex) 19:10-14

        Nesta passagem pode-se notar a preocupação de Mosheh em purificar os hebreus para um inusitado encontro com o Eterno. A ordem do profeta foi que o arraial se purificasse por três dias consecutivos. Todos deviam lavar suas vestes e privarem-se de suas mulheres. O que Hashem ordena por intermédio de Mosheh é que nenhum hebreu apareça perante Elohim contaminado pelo sêmen da cópula. Esta passagem é notória por se entender que YHWH estava a partir deste ponto ensinando um princípio muito importante para todo Israelita no futuro e que este princípio seria perpetrado no meio do povo escolhido. Elohim os ensinara que sexo e adoração têm que estar em dois opostos.  Diferentemente do Egito donde saíram e Canaã para onde entrariam mais adiante, Elohim faz um divisor de águas neste conceito cultural. Por isso, sempre repetidas vezes disse: Sedes santos (Separados) por que eu sou Santo (Separado)! Nestes lugares e por todos os outros, cultos orgásticos eram oferecidos as entidades espirituais em forma de adoração. Assim também como prostituição, defecagens e tantas outras abominações parecidas. Quando o Eterno dá suas leis de higiene como banhos, lavagens, purificações, para o Kohém Gadol (o sumo sacerdote) esta emitindo um novo padrão de percepção e comportamento sobre divindade. Então o Altíssimo estabelece quando e como uma mulher esta contaminada “pelo sangue de sua separação” (o princípio do sangue menstrual é o mesmo que a do esperma. O sangue é vida segundo a Torah, e quando expelido da mulher, seca-se perecendo-se. Sem falar nas doenças que em sua maioria, residem no sangue). Hashem ordena que abstenhamo-nos de sexo por sete dias após o início da menstruação de nossas esposas. Mesmo que, por exemplo, dure apenas três ou quatro dias o fluxo de sangue, ainda assim deve-se manter separação por sete dias.


SEXO PÓS- PARTO:



“Disse mais o YHWH a Mosheh:“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; assim como nos dias da impureza da sua enfermidade (menstruação), será imunda....Depois permanecerá ela trinta e três dias no sangue da sua purificação (resguardo); em nenhuma coisa sagrada tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação” Vaykrá (Lv)12:1:4


Nota: Os sete primeiros dias pós-parto são considerados como uma menstruação. Neste caso, havia uma separação total da mulher, que naquela época, tinha um quarto separado para esta situação. Devemos considerar é claro que o problema todo, era a contaminação pelo sangue, que no sistema arcaico de prevenção, era usado como proteção, apenas o “forrinho”. Este consistia em uma tira de pano com várias dobras, o que não funcionava de forma exemplar, deixando traspassar o sangue, contaminando assim, tudo sobre o que a mulher se assentava como cadeira, sela, cama etc. Hoje, temos um modelo muito mais eficiente, conhecido como absorvente, que em alguns casos são 100% confiáveis. Mesmo assim, algumas medidas são necessárias a serem tomadas, as quais relatarei mais adiante.

        Ao término dos sete dias pós-parto, a mulher entra em outro período de 33 dias. Nestes dias, a mulher continua impura, no entanto, seu estado de separação é amenizado. Eu só entendi o por que deste preceito depois que eu e minha esposa engravidamos do nosso primeiro e ainda único filho. Lembro-me que após a saída de minha esposa do hospital, mais ou menos, uma semana depois de ter ganhado neném, ela contou-me a recomendação médica:


-Amor, o médico me disse que seria bom se nós nos privássemos de relação sexual por, pelo menos 30 dias! Eu sorrir para ela e disse:

- Meu bem, o Médico dos médicos que é nosso Elohim, disse 33. Confio mais nele! Fiquei maravilhado como a prescrição médica para nós era tão próxima da que Elohim dissera a milênios de anos!

        Lembro-me também que durante este período, minha mulher hora ou outra, tinha emissão de resto de placenta. Foi aí que entendi de forma plena a recomendação do Criador dos céus e da terra! Realmente a Torah é vida para os que nela se apegam! Beruch Hashem!!



MAS SE O CASAL TIVER MENINA?


“Mas, se tiver uma menina, então será imunda duas semanas, como na sua impureza; depois permanecerá sessenta e seis dias no sangue da sua purificação”  Vaykrá (Lv)12:5,6:


O que se entende aqui, é que caso a mulher conceba varoa, dobra-se o período de sua contaminação. É obvio que, se a mulher deu a luz a uma menina, fará purificação por 40 dias por si mesma e mais 40 dias por sua filha. Mas essa não é uma explicação científica para a questão. Falando como leigo, pois não sou médico e não tenho autoridade no assunto. Arrisco-me a dizer que, a complexidade para se gerar uma menina é maior do que, quando um menino. Haja visto, que a mulher é em si, mais laboriosa que o homem propriamente dito, por  todo o processo que a mesma têm de passar periodicamente, transformando todo seu metabolismo, chegando até a ter alterações em seu humor, assim como em sua personalidade em alguns casos.


HÁ TAMBÉM OUTRA EXPECIFICAÇÃO DA TORAH SOBRE O FLUXO DE SANGUE:


Se uma mulher tiver um fluxo de sangue por muitos dias fora do tempo da sua impureza (menstruação), ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua impureza, por todos os dias do fluxo da sua imundícia será como nos dias da sua impureza (menstruação); imunda será. Toda cama sobre que ela se deitar durante todos os dias do seu fluxo ser-lhe-á como a cama da sua impureza; e toda coisa sobre que se sentar será imunda, conforme a imundícia da sua impureza...Quando ela ficar limpa do seu fluxo, contará para si sete dias, e depois será limpa”    Vaykrá (Lv)12:25-28




 Bem, nesta passagem se têm duas possibilidades diferentes. Primeiro é abordado à hipótese de a mulher ter algum fluxo de sangue fora de seu período menstrual, por alguma complicação, seja ela qual for. No segundo exemplo, é relatada a possibilidade de a mulher ter seu fluxo menstrual prolongado. Isto é diferente da menstruação natural. Como foi mostrado pelo gráfico acima, a varoa que sangrar por 4 dias, por exemplo, ficará mesmo assim, por 7 dias sem relação sexual. Assim sendo, hipoteticamente, ela ficará apenas 3 dias em abstinência após o término do sangramento. Porém, 7 dias ao todo na soma geral, após o começo do fluxo.  Já, no caso do texto a examinar não será assim. Se seu fluxo sanguíneo durar eventualmente 10 dias, ao final do sangramento se acrescentará mais 7 dias para a purificação, somando no geral 17 dias de abstinência, sendo o 18º dia apropriado para a retomada da atividade sexual. Confira o gráfico abaixo:


Obs: Este gráfico serve para qualquer período, podendo acrescentar ou diminuir dependendo de quanto tempo dure o fluxo.

 YeshuaMensageiro de Adonay ,disse em Matitiahu (Mt) 5:17,18: Não penseis que vim acabar com a lei (a Torah) ou os profetas (1ª Aliança); não vim destruir, mas adicionar (completar). Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torah um só iud ou um só traço”.
        Se a Torah é a mesma segundo Yeshua e, se Elohim também é o mesmo segundo Ele mesmo, temos que tomar muito cuidado para não violarmos voluntariamente a Torah e muito mais cuidado ao ensinar a mesma: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”



ONÃ DERRAMA SÊMEN NO CHÃO!

“Então disse Yehudah (Judá) a Onã: Toma a mulher de teu irmão, e cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência a teu irmão. Onã, porém, sabia que tal descendência não havia de ser para ele; de modo que, toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para não dar descendência a seu irmão. E o que ele fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que o matou também a ele” Bereshit (Gn)38:8-10

        Achei oportuno e interessante abordar esta questão, pelo fato da impressão imediata que o texto emite sobre quem o lê aleivosamente. Há quem pensa que o pecado de Onã concentra-se por si só, justamente no ato de ter lançado o seu sêmen (a zerá) no chão. Digamos que, se Onã vivesse em dias atuais, indubitavelmente teria usado um preservativo! Mas seu pecado não foi este. Onã, pela Torah, competia-lhe suscitar descendência a seu falecido irmão. Este costume em Israel dava-se primeiramente pela preservação das tribos e dos clãs.  Ora, Onã sabendo que os filhos que suscitasse com sua cunhada Tamar não levariam seu nome, mas de seu irmão, agiu então de forma leviana e egoísta. Este foi o seu pecado, teve relações com sua cunhada para um fim bem específico pela Torah, contudo, apesar do prazer sexual, fugia à responsabilidade que lhe cabia.  Depois de a Torah citar que Onã derramava o sêmen no chão, acrescenta: “para não dar descendência a seu irmão” deixando claro que a transgressão não foi a ato, mas a intenção!



Conclusão:

1º - Sexo no Shabat não é licito devido à impureza causada pela emissão do sêmen (Zera);

2º - O período de separação da mulher não deverá anteceder á 7 dias. A contagem se inicializará desde o 1º dia do sangramento menstrual;

3º  - Se a menstruação durar mais tempo que o normal e exceder aos 7 dias, ficará impura enquanto durar  seu sangramento, adicionando, neste caso, mais sete dias após o termino do fluxo.

4º - Se a varoa tiver algum fluxo além do seu período normal, ficará em impureza todos os dias em que durar seu sangramento, adicionando mais sete após o termino do fluxo.

Shalom


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