quarta-feira, 3 de maio de 2023

Antes que Abraão existisse “EU SOU”:

 


 Este texto afirma a pré-existência de Jesus?





Antes que Abraão existisse “EU SOU”: Este texto afirma a pré-existência de  Yeshua 

  ( Jesus)?

“Disse-lhes Yeshua: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” (João 8.58) 

Vamos analisar o contexto dessa declação? Qual a linha de desenvolvimento da conversa de Yeshua com os sacerdotes e judeus e as referências históricas e Bíblicas que justificavam esta conversa?

Primeiramente eles desafiaram Yeshua  trazendo-lhe uma mulher que havia sido pega em pleno ato de adultério:

“Yeshua, porém, foi para o Monte das Oliveiras. E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.” (Yohanan 8.1-4)

Eles desafiaram Yeshua     com uma pergunta por julgarem que ele, como Mestre  e alguém que se dizia o Enviado ou Ungido, pois ensinava no pátio do templo e dava testemunho sempre disto no seu ministério, então eles fazem a seguinte pergunta:

“E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Yeshua, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.” (João 8.5,6)

Eles estavam testando Yeshua.

  Yeshua  se saiu muito bem no teste e eles, mais desafiados ainda, buscaram alguma contradição para ter o que o acusar. Você alguma vez já esteve diante da situação em que pessoas, insufladas de ódio contra você, tentam buscar em suas palavras qualquer coisa para te acusar? Sabe como funciona a mente de pessoas assim? Elas vêm coisas aonde não existem e aumentam e distorcem qualquer palavra dando-lhe sentidos diferentes. É uma situação difícil quando estamos diante de pessoas que nos odeiam buscando lançar ciladas. Até aqui não precisamos de muito mais argumento para entender a esfera de armadilha daquele momento que envolvia Yeshua  com seus inimigos.

Yeshua  continua a dar testemunho de sua obra e este testemunho se resume como Enviado de D-US ( O Ungido ou Siló, o prometido). A conversa gira em torno deste testemunho, onde Jesus procura persuadir aqueles que lhe ouviam que ele era o messias ( EU SOU). Esta mesma circunstância havia acontecido em sua própria cidade de Nazaré ao ler o trecho de Isaias 61 em uma sinagoga e ali declarar-se o Messias. Estes fatos já eram de amplo conhecimento de todos os judeus pois a fama de  Yeshua (Jesus) em todo Israel era grande e conhecida:

“Falou-lhes, pois, Yeshua  outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida. Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.” (João 8.12,13)

NOTA: Os judeus estão decididos a não aceitar nada de Yeshua   como verdadeiro e isso já é uma posição pré-concebida. Quando estamos cheios de ideias pré-concebidas e que por tradição recebemos de nossos pais, ficamos com uma penumbra sobre nós e não podemos ver a luz da verdade que está nos sendo passada. Somente quando despojados deste estado espiritual que podemos ver a verdade e a luz. Assim era o caso destes judeus e este era o ambiente cognitivo deles durante este episódio.

Não encontramos nenhum lugar da Bíblia Jesus tentando defender uma preexistência sua diante dos judeus. Todos os testemunhos de Yeshua ha mashiá é de persuadi-los que ele era de fato o Messias, o Prometido que eles tanto aguardavam. Acredito que dispensa citações bíblicas uma a uma para demonstrar isso, porém trataremos cada caso de citações onde os judeus tentam, por uma questão conveniente, acusá-lo de Blasfêmia por ser fazer igual a D-us ou dizer que era pré-existente. Esses episódios ocorrem mais no Evangelho de Yohanan (João) porque os judeus estavam interessados em distorcer qualquer declaração de Yeshua e amplificá-la para acusá-lo de Blasfemo. Yeshua mesmo defende-se e cita as escrituras como base a suas afirmações de Filho de D-us (estado adquirido "pelo Espirito de santificação, e confirmado Pela ressurreição).

Finalmente Yeshua então diz sobre a Abraão, o Patriarca que, pela fé, aguardava a vinda do Messias, o Prometido, sendo de igual modo passado aos seus descendentes esta esperança como o caso de Ya'akov (Jacó), seu neto:

“O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.” (Gênesis 49.10)

Abraão contemplou esta esperança que já remontava desde o Éden, aquele descendente de Mulher que pisaria a cabeça da serpente ( Gen. 3:15). No dia de oferecer Isaque, seu único Filho, ele disse que o Senhor proverá, vendo pela fé o Messias prometido. Esta fé de um príncipe descendente de Abraão da tribo de Judá sempre esteve com Israel. Sobre isso Yeshua  se referia aos lideres  religiosos  opositores, ao que lhe leva então confirmar diante deles este testemunho. Por esta causa Yeshua  então lhes diz:

“Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de fornicação; temos um Pai, que é D-us. Disse-lhes, pois, Yeshua: Se D-us fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de D-us; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.” (João 8.41-43)

NOTA: Yeshua procura falar a linguagem deles, que era o enviado, o prometido do D-us de Israel, o Mashia.  Porém, eles não aceitam de forma nenhuma, como dissemos, pois estavam já determinados a condenar Yeshua e não aceitar nada que pudesse vir dele.

Yeshua  então continua explicando:

“Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte. Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão e os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte. És tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E também os profetas morreram. Quem te fazes tu ser?” (João 8.51-53)

NOTA: Eles continuam rejeitando e distorcendo o que Yeshua  falava. Yeshua  estava falando da ressurreição da vida, eles, porém, estavam entendendo que lhes falava que ele era imortal, pois sendo assim, somente D-us é imortal, teriam do que acusá-lo de blasfêmia. Veja nesta passagem que Yeshua  declara aos que lhe ouvem, que se alguém ouvir a minha palavra nunca verá a morte. Eles, porém distorcem para outro sentido, dizendo que ele estaria declarando imortalidade e uma preexistência. Não foi absolutamente isso que Yeshua quis dizer, ele estava buscando convencê-los de que era o Messias , o Enviado de D-us o prometido aos profetas e Patriarcas .

O Episódio continua, com o seguinte desfecho:

“Yeshua  respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso D-us. E vós não o conheceis, mas eu conheço-o. E, se disser que o não conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se. Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão? Disse-lhes Yeshua : Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Yeshua ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se retirou.” (João 8.54-59)

Yeshua declara que é aquele a quem Abraão e os profetas falaram, se declara como o Messias: EU SOU. Porém, na mente daqueles judeus, era melhor entender que Ele se fazia igual a D-us para justificar o apedrejamento por blasfêmia. Aceitar o testemunho de Yeshua de que ele é o Messias, o prometido, é entender sem amplificar e nem atribuir as palavras de Yeshua a conotação blasfema que os Judeus tentavam acusar de se fazer igual a D-US.

Toda a narrativa do testemunho de Yeshua  é declarar que ele é o Mashiah, o MESSIAS PROMETIDO, e não evoca uma deidade ou pré-existência como Ser ao lado do Pai. Mesmo porque, o termo “enviado de D-us” ou “saído de D-us” quer indicar “VIM EM NOME do D-us Único“, esta era a promessa de que o Messias falaria as palavras de D-us diretamente a todos e revelaria toda plenitude da vontade do Pai Celestial. Moises falou de um profeta semelhante a ele e que neste profeta estaria a palavra de D-US ( Logos). Moises mesmo declarou:

“O Senhor teu D-us te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; Conforme a tudo o que pediste ao Senhor teu D-us em Horebe, no dia da assembleia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor teu D-us, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. Então o Senhor me disse: Falaram bem naquilo que disseram. Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele.” (Deuteronômio 18.15-19)

Neste contexto, o ( logos ) se fez carne e habitou no nosso meio. Isso significa que a mesma palavra que estava na BOCA DO ÚNICO e ETERNO Deus no princípio estaria na Boca do MESSIAS no meio de nós. Neste sentido Yeshua  (Jesus)" preexistiu" nos Planos do Eterno D-us, Aquele enviado EM SEU NOME, gerado (gennesis) no Ventre de Maria na Plenitude dos tempos para cumprir todo Conselho de D-us e Sua Soberana vontade anunciada desde o principio, pois nisto diz que as saídas do Messias vem desde a Eternidade, o Cordeiro que foi morto ainda antes da fundação do Mundo. ( Miquéias 5:1, Apocalipse 13:12 );

O Messias vem ao mundo como aquele que não apenas concretiza, mas que também nos dar a conhecer todo o projeto da criação divina. Antes de dar início a criação, D-us tinha um projeto, uma imagem que serviu de modelo de toda criatura criada no céu e na terra. Este modelo é o Messias que havia de vir.

Então, como entender a expressão ANTES DE ABRAÃO EU SOU?

O Filho do Homem, o descendente da mulher que derrotaria a antiga serpente, Shiló [aquele a quem pertence o reino], o Eleito, o Messias, o desejado de todas as nações, enfim, aquele que há de vir, todos esses são títulos que descrevem um personagem que já era esperado desde os primórdios da humanidade. Todos os povos primitivos sempre aguardaram uma figura escatológica que viria como Grande Rei universal, o Redentor. Este é o Filho do Homem através do qual todas as famílias da terra seriam abençoadas, em seu nome. Ele era conhecido por muitos nomes, e já no tempo de Abraão se aguardava a sua chegada. 

“Mas, felizes são os olhos de vocês, porque veem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem. Pois eu vos digo a verdade: Muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram, e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.” (Mateus, 13:16-17)

“Depois disse aos seus discípulos: “Chegará o tempo em que vocês desejarão ver um dos dias do Filho do Homem, mas não verão. Dirão a vocês: ‘Lá está ele!’ ou ‘Aqui está!’ Não se apressem em segui-los.” (Lucas, 17:22:23)

O Filho do Homem, o Messias, aquele que vem, ou seja lá o nome que se dê a esta figura eminente, ele sempre esteve presente nos sonhos da humanidade, a verdade é que a humanidade sempre esperou por um Messias, um Salvador.

Vamos chamá-lo simplesmente de Filho do Homem porque é a alcunha mais antiga, por ser o esperado Filho de Adão que recuperaria aquilo que Adão perdeu, e que derrotaria a antiga serpente. 

Ora, quando se diz que Abraão desejava ver o dia do Filho do Homem não está se afirmando nenhuma novidade, pois, desde os dias de Adão a humanidade espera pelo descendente prometido que restauraria a humanidade. Com Abraão não era diferente, ele também esperava por Shiló, o Grande Rei esperado, e qual não foi sua alegria quando Deus lhe revelou que aquele em quem todas as famílias da terra viria ao mundo como seu descendente? Já imaginou a honra de ser ancestral do “Filho do Homem” que havia de vir? É dito nas tradições da época de Abraão que D-us lhe mostrou em visão todo o futuro de sua descendência, e nessa visão foi lhe mostrado os dias do Rei-Messias, ou seja, a era messiânica. Então Abraão morreu feliz, e descansou na esperança, sabendo que esses dias se realizariam no futuro escatológico.

Yeshua estava consciente de ser o Filho do Homem que havia de vir. Portanto, quando Yeshua dizia coisas do tipo: Eu sou a luz do mundo, ele falava com propriedade.

“Disse-lhes Yeshua: Se D-us fosse vosso pai, certamente, me amaríeis, porque vim da parte de D-us e aqui estou. Eu não vim por minha conta, mas foi ele que me enviou.” (João 8:42)

“Eu não estou buscando glória para mim mesmo; mas, há quem a busque e julgue. Asseguro-vos que, se alguém obedecer à minha palavra, jamais verá a morte [eterna]. Diante disso, os judeus exclamaram: Agora estamos certos de que você está endemoninhado! Abraão morreu, bem como os profetas, mas você diz que se alguém obedecer a sua palavra, nunca experimentará a morte? És, porventura, maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem você pensa que é? (Jo 8:50-53)

Estes judeus tinham uma visão muito pequena do que seria o Messias, o Filho do Homem. Eles pensavam no Messias em termos de um mero rei secular da linhagem de Davi, eles não levaram em consideração que o Messias sempre foi a esperança da humanidade, desde os primórdios ele era esperado. O Messias viria como nossa ressurreição e vida eterna. Todos os nossos sonhos estavam escondidos no Messias, pois D-us o predestinou para este fim. Portanto, Yeshua não mentiu quando disse que quem o seguisse não veria a morte, ele falou isso sabendo que ele era o Messias.

“Respondeu Yeshua: “Se glorifico a mim mesmo, a minha glória não tem valor. O meu Pai, que vocês dizem ser o vosso D-us, é quem me glorifica. Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se eu dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vocês, mas eu de fato o conheço e obedeço à sua palavra. Abraão, o vosso pai, regozijou-se por ver o meu dia; ele o viu e alegrou-se. Disseram-lhe os judeus: Você ainda não tem nem cinqüenta anos, e viu Abraão? Respondeu-lhesYeshua : Em verdade, em verdade, vos digo que antes de Abraão nascer, eu sou! Então eles apanharam pedras para apedrejá-lo, mas Yeshua escondeu-se e saiu do templo.” (Yohanan, 8:54-59)

Antes de Abraão nascer, eu sou! Esta é a mais firme declaração de quem está consciente de ser o Messias. Os judeus não queriam apedrejar Jesus por ele supostamente pronunciar o nome divino, mas por ele dizer abertamente que era maior que Abraão, que era o patriarca maior de toda nação. Quando     Yeshua disse que quem obedecesse sua palavra não morreria, eles invocaram logo o nome de Abraão: Ora, Abraão morreu, será que você pretende ser maior que Abraão. E é exatamente isso que Yeshua deixou transparecer na sequência.

Portanto, antes mesmo de Abraão nascer, D-us já tinha planejado a vinda do Messias. É o cordeiro que foi imolado desde a fundação do mundo. Quando Yeshua (Jesus) declarou que era antes de Abraão nascer ele estava simplesmente se identificando com o Messias que havia de vir. Ele está dizendo: Eu sou aquele que antes de Abraão nascer já era aguardado, ou seja, eu sou o Filho do Homem que havia de vir ao mundo.

O próprio Yeshua era descendente de Abraão, mas vimos o próprio Abraão nasceu numa época que já se esperava a vinda de um Redentor escatológico. É por está consciente de ser o Messias que Yeshua  pode dizer que é antes de Abraão, ele não falou assim para dizer que era o próprio D-us, ele falou dessa maneira apenas para destacar sua preeminência nos planos eternos de D-us.  Desde a eternidade o Messias já estava predestinado a passar à frente de toda criação e assumir o lugar de primogênito (cabeça). Quando ele diz que é antes de Abraão nascer, ele está destacando a sua superioridade com relação a Abraão e também com relação a qualquer homem que já pisou na face da terra (mesmo com relação a Adão, o primeiro homem)

Antes de Abraão nascer, EU SOU [o que havia de vir, eu sou aquele que Abraão esperava ver o seu dia]. Eu sou o Messias que havia de vir. Yeshua falou como sendo a concretização histórica daquele que havia de vir.

O plano de D-us manifestar o Messias na realidade física já existia antes da criação do mundo mas só foi concretizado na plenitude dos tempos. No conceito rabínico quando se queria destacar a importância de alguma coisa se falava em sua preexistência. Mas é claro que não se tratava de uma preexistência real [objetiva], mas sim de uma preexistência ideal no plano da criação. Se bem que do ponto de vista divino o futuro é tão concreto quando o presente ou o passado.




Quem tem ouvidos para ouvir, OUÇA!

Shalom!!

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