quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

imersao em aguas




Banho ( imersao em aguas)
A palavra hebraica ra·hháts é traduzida quer por 

“banhar” quer por “lavar”, e aplica-se ao corpo humano e a outros objetos que são limpos por serem mergulhados em água ou por esta ser derramada sobre eles. (Le 16:24; Gên 24:32
Entretanto, para descrever a lavagem de roupa, quando esta é batida debaixo de água, os escritores bíblicos usaram a palavra hebraica ka·vás, aparentada com a árabe kabasa (amassar; pisar) e a acadiana kabasu (calcar). Por isso, lemos em Levítico 14:8
“E aquele que se purifica tem de lavar [uma forma de [ka·vás] suas vestes e rapar todo o seu cabelo, e banhar-se [wera·hháts] em água, e ele tem de ser limpo.” — Veja também Le 15:5-27; Núm 19:19.
A palavra grega para “banho” é lou·trón. — Tit 3:5.
Exige-se limpeza física daqueles que adoram a  YAH em santidade e pureza. Isto foi demonstrado em conexão com o arranjo do tabernáculo e o posterior serviço no templo.
 Por ocasião da sua investidura, o sumo sacerdote Arão e seus filhos banharam-se antes de trajar as vestes oficiais. (Êx 29:4-9; 40:12-15; Le 8:6, 7
Para lavarem as mãos e os pés, os sacerdotes usavam água da bacia de cobre no pátio do tabernáculo, e, posteriormente, do enorme mar de fundição junto ao templo de Salomão. (Êx 30:18-21;40:30-32; 2Cr 4:2-6
No Dia da Expiação, o sumo sacerdote banhava-se duas vezes. (Le 16:4, 23, 24) Aqueles que levavam o bode para Azazel, os restos dos sacrifícios animais e a sacrificial vaca vermelha para fora do acampamento tinham de banhar a sua carne e lavar suas vestes antes de entrar novamente no acampamento. — Le 16:26-28; Núm 19:2-10.
Requeria-se, por vários motivos, um banho cerimonial por parte dos israelitas em geral. Aquele que se restabelecesse da lepra, aquele que entrasse em contato com coisas tocadas por alguém que tivesse “um fluxo”, o homem que tivesse uma emissão de sêmen, a mulher após a menstruação ou uma hemorragia, ou todo aquele que tivesse relações sexuais era “impuro” e tinha de banhar-se. (Le 14:8, 9; 15:4-27
Alguém que estivesse numa tenda com um cadáver humano ou o tocasse era “impuro” e tinha de ser purificado com água de purificação. Quem se negasse a acatar este regulamento tinha ‘de ser decepado do meio da congregação, visto que profanou o santuário de YAH ’. (Núm 19:20
Apropriadamente, pois, a lavagem é usada de modo figurativo para indicar uma posição limpa perante YAH . (Sal 26:6; 73:13; Is 1:16; Ez 16:9) Banhar-se com a palavra da verdade de YAH, simbolizada pela água, tem poder purificador. — Ef 5:26.
A Escriturazão  refere-se de passagem a pessoas se banharem: a filha de Faraó, no Nilo (Êx 2:5); 
Rute, antes de se apresentar a Boaz (Ru 3:3); 
Bate-Seba, sem o saber, à vista de Davi (2Sa 11:2, 3); 
Davi, antes de se prostrar na casa de YAH (2Sa 12:20); prostitutas no reservatório em Samaria (1Rs 22:38). 
O leproso Naamã, à ordem de Eliseu: “Banha-te e sê limpo”, fez isso sete vezes no rio Jordão. (2Rs 5:9-14)
 Era costume banhar bebês recém-nascidos e também banhar os corpos de defuntos antes do sepultamento. — Ez 16:4; At 9:37.
No clima quente do Oriente Médio, onde as pessoas andavam em estradas poeirentas com sandálias abertas, era sinal de hospitalidade e bondade providenciar a lavagem dos pés dos hóspedes. Abraão mostrou esta bondade para com anjos (Gên 18:1-4); 
outros exemplos incluem Ló, Labão e Abigail. (Gên 19:1, 2; 24:29-32; 1Sa 25:41; Lu 7:38, 44; 1Ti 5:10
Também Yeshua lavou os pés dos seus discípulos. — Jo 13:5-17; veja LAVAGEM DOS PÉS.
Os fariseus lavavam “as mãos até os cotovelos”, não por motivos de higiene, mas estritamente por tradições rabínicas. — Mr 7:1-5; Mt 15:1, 2.

domingo, 16 de dezembro de 2018

Bney Noach O FALSO ENSINO







Bney noach   - O Falso Ensino


No início da comunidade do “Caminho”, muitos gentios passaram a se unir aos nazarenos israelitas. Dentre os gentios, existiam tanto prosélitos, que já seguiam o judaísmo, quanto pessoas provenientes de religiões pagãs.  Estas desconheciam totalmente as Escrituras e necessitavam aprendê-las com os sh’lichim (emissários/“apóstolos”). Para que fossem aceitos no grupo, decidiram os sh’lichim estabelecer um padrão mínimo de normas a serem seguidas,que os capacitariam a receberem a torah na sua inteireza... falando Ya’akov (Tiago):
“Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentiosque se convertem a Elohim.
Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.”
(Ma’assei Sh’lichim/Atos 15:19-20).

Ou seja, os gentios convertidos a Elohim deveriam obedecer aos seguintes mandamentos da Torá:
a) abandonar a idolatria (Ex 20:1-3);
b) abster-se de toda e qualquer promiscuidade sexual (Lv 18:6-23 e Dt 22:20-29);
c) não comer carne sufocada (Lv 17:13);
d) não comer sangue (Lv 3:17 e 17:12-14).
Será que os gentios somente precisam guardar estes quatro mandamentos? Será que o gentio pode matar, furtar ou mentir, já que tais pecados não estão na lista acima? A resposta é negativa. A enumeração de At 15:20 é meramente exemplificativa, e não exaustiva, ou seja, não exclui outros mandamentos. Tendo em vista que os gentios estariam com os nazarenos nas sinagogas em todos os shabatot (sábados), aprenderiam novos mandamentos da Torá e, progressivamente, iriam adotá-los em suas vidas. Isto se extrai do versículo imediatamente posterior:
“Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.
Porque Moshé [Moisés], desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada shabat [sábado] é lido nas sinagogas.”
(Ma’assei Sh’lichim/Atos 15:20-21).

Ora, pregar Moshé significa pregar a Torá, já que Moisés foi quem a escreveu. Daí, infere-se que os gentios convertidos estariam ouvindo a mensagem de Moisés (a Torá) nas sinagogas em cada shabat (sábado), podendo incorporar os mandamentos que fossem ensinados. Se a Torá possui 613 preceitos, não adianta explicá-los de uma só vez, porque será impossível assimilá-los instantaneamente, e o convertido não muda seus hábitos “da noite para o dia”, necessitando de tempo para receber a transformação total em seu caráter. Este é o motivo pelo qual se fixaram apenas 4 (quatro) regras em Atos 15:20 esperavam os sh’lichim (emissários) que os novos convertidos gentios adotassem, com o passar do tempo, outros mandamentos, até que conhecessem a totalidade da Torá.
No Judaísmo tradicional, entende-se que existem 7 Leis Universais que devem ser cumpridas por todos os seres humanos, estas leis são conhecidas como Leis Noáchidas (Leis Noéticas), em razão da aliança firmada entre YHWH e Noach (Noé), cujos preceitos são extraídos de Bereshit/Gênesis, capítulos 1 a 9.
Estão listadas as 7 Leis Noéticas no Talmud, Tratado de Sanhedrin 56a:
1. Estabelecer Juízes/Justiça (Gn 3:8-19; 6:5);
2. Abençoar o Nome de YHWH (alguns traduzem por “não amaldiçoar o nome de YHWH”) (Gn 4:26 e 9:26);
3. Abster-se da idolatria (literalmente: “semente idólatra”) (Gn 3:15);
4. Abster-se da imoralidade sexual (Gn 6:1-4; 9:7);
5. Não derramar sangue (= abster-se de assassinato) (Gn 4:1-24; 9:5-6);
6. Não furtar (Gn 2:17; 3:6);
7. Abster-se do sangue do animal (Gn 9:1-4).

Em Atos 15:19-20, os sh’lichim (emissários) estabeleceram 4 (quatro) regras mínimas para serem observadas pelos gentios, que muito se assemelham às leis noéticas:


Já se escreveu que os sh’lichim, em Atos 15, criaram um padrão mínimo de regras a serem observadas pelos gentios convertidos, mas que estas regras não excluiriam outras que seriam aprendidas com o passar do tempo, já que a Torá de Moisés seria lida durante cada shabat (sábado) nas sinagogas (At 15:21).
Lamentavelmente, o judaísmo rabínico e alguns grupos do judaísmo messiânico ensinam a heresia de que os gentios não precisam cumprir a Torá, devendo observar apenas as sete leis noéticas. Tais setores religiosos não percebem que as leis noéticas não são um fim em si mesmo, ou o final do caminho. As regras mínimas de Atos 15 foram dadas partindo-se da premissa de que os gentios continuariam aprendendo mais e mais da Torá.
Alguns ramos do judaísmo messiânico ensinam em suas congregações: “o judeu deve cumprir toda a Torá, o gentio apenas as sete leis noéticas”. Ao fazerem isso, terminam promovendo a acepção de pessoas, o que nunca foi parte do plano de YHWH. Já ouvimos líderes do judaísmo messiânico dizendo a seguinte heresia: “o judeu precisa cumprir toda a Torá porque tem que ser mais santo do que o gentio”. Quanta soberba! Tratam os gentios como se fossem seres inferiores aos judeus, o que não tem nenhum respaldo nas Escrituras.
YHWH não faz acepção de pessoas, e a própria Torá estabelece que seus mandamentos seriam aplicáveis tanto aos israelitas quanto aos estrangeiros (gentios):
A mesma Torá será para natural e para o estrangeiro [gentio] que peregrinar entre vós.”
(Shemot/Êxodo 12:49).

“Quanto à congregação, haja apenas um estatuto, tanto para vós outros como para o estrangeiro [gentio] que morar entre vós, por estatuto perpétuo nas vossas gerações; como vós sois, assim será o estrangeiro [gentio] perante YHWH.   
A mesma Torá e o mesmo estatuto haverá para vós outros e para o estrangeiro [gentio] que mora convosco.”
(Bemidbar/Números 15:15-16).

Um e o mesmo juízo havereis, tanto para o estrangeiro [gentio] como para o natural [israelita]; pois eu sou YHWH, vosso Elohim.”
(Vayikrá/Levítico 24:22).

Porém vós guardareis os meus estatutos e os meus juízos, e nenhuma destas abominações fareis, nem o natural [israelita], nem o estrangeiro [gentio] que peregrina entre vós.”
(Vayikrá/Levítico 18:26).

Se YHWH estabelecesse toda a Torá para os judeus e apenas as sete leis noáchidas para os gentios, estaria fazendo acepção de pessoas, o que é inadmissível. Logo, é evidente que a Torá se aplica a todos os seres humanos, como visto nos versículos acima, porque o ETERNO não enxerga o judeu como sendo superior ou “mais santo”:
“Porque, para com Elohim, não há acepção de pessoas.”
(Rm 2:11)

“E, abrindo Kefá [Pedro] a boca, disse: Reconheço por verdade que Elohim não faz acepção de pessoas.”
(At 10:34)

Imperioso destacar que a ideia de que gentios não precisam guardar a Torá, e tão somente as sete leis noéticas, é fruto da invenção do judaísmo rabínico, herdeiro da vertente farisaica tão criticada por Yeshua. Ao reprovar o absurdo dogma de que gentios devem cumprir apenas as sete leis noáchidas, escreveu o Professor Nazareno Andrew Gabriel Roth:
“A autoridade rabínica inventou suas próprias “leis noáchidas” para os gentios, que servem para deixar os gentios debaixo da autoridade rabínica, e proíbem que eles observem a Torá.”
(Rabbinical Authority and Torah, in Aramaic English New Testament, 4ª edição, página 930).

De fato, não há em nenhum lugar das Escrituras um versículo listando as sete leis noéticas e prescrevendo que os gentios somente estão obrigados a cumpri-las, e nada mais.  As leis noáchidas para os gentios, como um fim em si mesmo, foram realmente inventadas por homens, e apregoadas por rabinos que negaram Yeshua como Mashiach, inferindo-se daí que o gentio não pode se submeter à ilegal autoridade dos inimigos do Salvador. É doloroso saber que muitas pessoas, inclusive líderes do Judaísmo Messiânico, dobram os joelhos aos rabinos e ao Talmud, tornando-os, na prática, superiores às Escrituras Sagradas.
Reflita sobre as palavras de Yeshua:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...
Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amen.”
(Matityahu/Mateus 28:19-20).

 Yeshua determinou que seus sh’lichim (emissários) fizessem discípulos de todas as nações (gentios) e os ensinassem a guardar tudo aquilo que mandou. E o que Yeshua mandou? O que o Mashiach ensinava às pessoas? A observância de toda a Torá (Mt 5:17-19; 7:23 [1]; 19:17; vide ainda Rm 3:31).
Também sustentando a verdade de que os gentios devem obedecer toda a Torá tal como os judeus, cita-se o magistério do rabino James Trimm sobre Mateus 28:19-20:
“Yeshua estava instruindo seus talmidim (discípulos) judeus para fazer a conversão dos goyim [gentios] e ensinar os goyim [gentios] a observar tudo o que Yeshua ordenou a seus talmidim judeus (todos os 613 mandamentos da Torá).
Yochanan escreveu-nos acerca do Messias:
‘Aquele que diz que está nele, deve conduzir-se de acordo com sua conduta’ (1 João 2:6).
O Messias foi judeu, ele guardou toda a Torá, e não apenas as Sete Leis de Noach (Noé)
(The Seven Laws of Noah - A Betrothal).

Destarte, não restam dúvidas de que os gentios recém-convertidos devem começar cumprindo um mínimo de regras, mas que progressivamente cresçam no conhecimento e na prática dos demais mandamentos da Torá. Não há distinção entre judeus e gentios crentes em Yeshua, todos se tornam descendentes de Avraham (Abrão), isto é, israelitas (Gl 3:26-29; Rm 11:13-22; Ef 2:11-16).
 “Nunca os conheci! Afastem-se de mim, praticantes do que é contra a lei [Torá]”.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Proibido sexos no shabat



  PROIBIDO SEXO NO SHABAT


           É PERMITIDO PRATICAR SEXO NO SHABAT?



INTRODUÇÃO:
        O título é mais para chamar a atenção, pois o estudo abrange muito mais do que o proposto tema. Pois o estudo se concentra em grande parte nas parashot (porções as Torah), Tasría:  צ ז ר י ע (Semeai) e Metsorá: מ צ ר ע (Lepra). O motivo que me leva a escrever sobre este assunto em particular, foi à reação espantosa de alguns irmãos quando ministrei uma Parashah que tratava da contaminação pelo ato sexual. Admirei-me com a admiração de algumas pessoas que não sabiam como resolver a polêmica sobre a questão do sexo no Shabat (Sábado). Então para esclarecimento de muitos, deixaremos a Torah nos orientar sobre este assunto.


        Já ha alguns anos atrás, deparamo-nos com algumas pessoas ‘observadoras’ do Shabat, que consideraram a prática sexual um meio licito dentro dos limites do sábado. Suas argumentações que as absorviam de qualquer transgressão, baseavam-se na tese de que o casamento é uma benção do Eterno, logo o sexo dentro dele é sagrado. Sendo assim, não há com que se preocupar!  Para se ter uma noção de como esta linha de raciocínio é amplamente defendida, darei um pequeno exemplo:


         Outro dia conversei com um senhor muito sincero que há décadas observa a guarda do sábado em uma igreja evangélica. Ao perguntar-lo sobre o que pensava sobre o sexo dentro do sábado ele replicou: Antes nossa igreja proibia, mas hoje já é liberado!
        Se porventura seu líder o ensina assim e você também compactua com esta tese, é melhor prestar mais atenção nas Escrituras Sagradas.


ANALIZANDO AS ESCRITURAS


1º -  NÃO ATENDER A PRÓPRIA VONTADE NO SHABAT


Yeshaiahu (Isaías) 58:13,14 diz:  Se desviares o teu pé de profanar o Shabat (sábado), e deixares de prosseguir nas tuas empresas no meu santo dia; se ao Shabat (sábado) chamares deleitoso e santo dia do YHWH digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem as tuas próprias vontades nem falando palavras vã”


NotaSendo o Shabat um “Santo dia do YHWH”, é um dia espiritual separado para alimentar nosso espírito e não nossa carne. Haja visto que nossos anseios por sexo classificam-se como sentimento terreno, carnal. A vontade de fazer sexo não provém do espírito e sim da paixão da carne. Quando você ora, se consagra ou medita na palavra de Hashem, você esta alimentando seu lado espiritual e consequentemente buscando as coisas de cima, do Shamaim (céu). Em contra partida, os vícios, sejam eles sentimentais (ira, depressão, vanglória, contenda), químicos (tabagismo, alcoolismo, drogas), assim como o vício sexual. Todos estes se expressam na carne não no espírito, como nos orienta o apóstolo Sha’ul (Paulo): Digo, porém: Andai pela Ruach (Espírito), e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis”


         Você tem seis dias para fazer toda a sua obra, mas o sétimo dia é designado ás coisas espirituais:  “...se ao Shabat chamares deleitoso e santo dia do YHWH, digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem as tuas próprias vontades nem falando palavras ”.


        Outro cuidado a se considerar é que algumas pessoas no aflorar do ato sexual se animam deliberadamente e dizem muitas palavras que não caberia bem em dizê-las, por exemplo, dentro de um lugar Kadosh (Santo/separado). O Shabat também é um santuário! A saber, o maior objeto de culto ao Hashem!


2º - A EJACULAÇÃO CONTAMINA SEGUNDO A TORAH:       


A Torah explicita que no momento da ejaculação masculina, tanto o homem quanto a mulher contaminam-se através da emissão do sêmen (esperma). E este é o fato crucial para se explicar e assinalar que não é licito a prática sexual no Shabat:


Também se sair de um homem o seu sêmen banhará o seu corpo todo em água, e será imundo até a tarde”        Vaikrá (Lv) 15:16:


Nota: Este texto é enfático ao dizer que por intermédio do ato sexual o casal se encontrará cerimonialmente impossibilitado de se achegar ao Hashem. O grau de impureza aqui mencionado é o mesmo em relação a quem se contaminou por algum morto ou aquele que comeu carne de porco, por exemplo.





É UMA MITSVAH TOMAR BANHO DEPOIS DA RELAÇÃO SEXUAL


“Igualmente quanto à mulher com quem o homem se deitar com sêmen (ESPERMA) ambos se banharão em água, e serão imundos até a tarde”   Vaikrá (Lv) 15:18:


        Bom, esta mitsvah (mandamento) de Elohim se explica por uma questão bem simples: Há vida no sêmen! E todos sabem que milhões de espermatozóide irão morrer após a ejaculação. Por isto Elohim ordena que tomemos banho após a relação, é um mandamento claro! É a regra de que uma formiguinha é tão imunda quanto um elefante! Hashem não está condenando o ato sexual em si. Pois através do mesmo é que se concebe o maior dom de Elohim, a Vida! No entanto, o Eterno orienta-nos sobre a contaminação pelo sêmen morto! O banho não tem o poder de te purificar, mas é designado para evitar que outros objetos sejam contaminados:     “...ambos se banharão em água, e serão imundos até a tarde”




“E toda roupa, e toda pele sobre que houver sêmen (Zera) serão lavadas em água, e serão imundas até a tarde”

ZERA é um substantivo masculino em hebraico para esperma (grego). Vem de ZARA que é usado para descrever a “semente” (Sêmen), conotativo de posteridade, descendência, sementeira. Foi usada em Daniel 2:43 para descrever, na expressão idiomática “Com semente humana”.                                                                                                                  
OS HEBREUS SE PREPARARAM PARA OUVIR HASHEM:
“Disse mais o Yáhuh a Mosheh (Moisés): Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã; lavem eles os seus vestidos, e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia descerá o YHWH diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Shinai....Então Mosheh (Moisés) desceu do monte ao povo, e santificou o povo; e lavaram os seus vestidos. E disse ele ao povo: Estai prontos para o terceiro dia; e não vos chegueis a mulher”  Shemot (Ex) 19:10-14

        Nesta passagem pode-se notar a preocupação de Mosheh em purificar os hebreus para um inusitado encontro com o Eterno. A ordem do profeta foi que o arraial se purificasse por três dias consecutivos. Todos deviam lavar suas vestes e privarem-se de suas mulheres. O que Hashem ordena por intermédio de Mosheh é que nenhum hebreu apareça perante Elohim contaminado pelo sêmen da cópula. Esta passagem é notória por se entender que YHWH estava a partir deste ponto ensinando um princípio muito importante para todo Israelita no futuro e que este princípio seria perpetrado no meio do povo escolhido. Elohim os ensinara que sexo e adoração têm que estar em dois opostos.  Diferentemente do Egito donde saíram e Canaã para onde entrariam mais adiante, Elohim faz um divisor de águas neste conceito cultural. Por isso, sempre repetidas vezes disse: Sedes santos (Separados) por que eu sou Santo (Separado)! Nestes lugares e por todos os outros, cultos orgásticos eram oferecidos as entidades espirituais em forma de adoração. Assim também como prostituição, defecagens e tantas outras abominações parecidas. Quando o Eterno dá suas leis de higiene como banhos, lavagens, purificações, para o Kohém Gadol (o sumo sacerdote) esta emitindo um novo padrão de percepção e comportamento sobre divindade. Então o Altíssimo estabelece quando e como uma mulher esta contaminada “pelo sangue de sua separação” (o princípio do sangue menstrual é o mesmo que a do esperma. O sangue é vida segundo a Torah, e quando expelido da mulher, seca-se perecendo-se. Sem falar nas doenças que em sua maioria, residem no sangue). Hashem ordena que abstenhamo-nos de sexo por sete dias após o início da menstruação de nossas esposas. Mesmo que, por exemplo, dure apenas três ou quatro dias o fluxo de sangue, ainda assim deve-se manter separação por sete dias.


SEXO PÓS- PARTO:



“Disse mais o YHWH a Mosheh:“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; assim como nos dias da impureza da sua enfermidade (menstruação), será imunda....Depois permanecerá ela trinta e três dias no sangue da sua purificação (resguardo); em nenhuma coisa sagrada tocará, nem entrará no santuário até que se cumpram os dias da sua purificação” Vaykrá (Lv)12:1:4


Nota: Os sete primeiros dias pós-parto são considerados como uma menstruação. Neste caso, havia uma separação total da mulher, que naquela época, tinha um quarto separado para esta situação. Devemos considerar é claro que o problema todo, era a contaminação pelo sangue, que no sistema arcaico de prevenção, era usado como proteção, apenas o “forrinho”. Este consistia em uma tira de pano com várias dobras, o que não funcionava de forma exemplar, deixando traspassar o sangue, contaminando assim, tudo sobre o que a mulher se assentava como cadeira, sela, cama etc. Hoje, temos um modelo muito mais eficiente, conhecido como absorvente, que em alguns casos são 100% confiáveis. Mesmo assim, algumas medidas são necessárias a serem tomadas, as quais relatarei mais adiante.

        Ao término dos sete dias pós-parto, a mulher entra em outro período de 33 dias. Nestes dias, a mulher continua impura, no entanto, seu estado de separação é amenizado. Eu só entendi o por que deste preceito depois que eu e minha esposa engravidamos do nosso primeiro e ainda único filho. Lembro-me que após a saída de minha esposa do hospital, mais ou menos, uma semana depois de ter ganhado neném, ela contou-me a recomendação médica:


-Amor, o médico me disse que seria bom se nós nos privássemos de relação sexual por, pelo menos 30 dias! Eu sorrir para ela e disse:

- Meu bem, o Médico dos médicos que é nosso Elohim, disse 33. Confio mais nele! Fiquei maravilhado como a prescrição médica para nós era tão próxima da que Elohim dissera a milênios de anos!

        Lembro-me também que durante este período, minha mulher hora ou outra, tinha emissão de resto de placenta. Foi aí que entendi de forma plena a recomendação do Criador dos céus e da terra! Realmente a Torah é vida para os que nela se apegam! Beruch Hashem!!



MAS SE O CASAL TIVER MENINA?


“Mas, se tiver uma menina, então será imunda duas semanas, como na sua impureza; depois permanecerá sessenta e seis dias no sangue da sua purificação”  Vaykrá (Lv)12:5,6:


O que se entende aqui, é que caso a mulher conceba varoa, dobra-se o período de sua contaminação. É obvio que, se a mulher deu a luz a uma menina, fará purificação por 40 dias por si mesma e mais 40 dias por sua filha. Mas essa não é uma explicação científica para a questão. Falando como leigo, pois não sou médico e não tenho autoridade no assunto. Arrisco-me a dizer que, a complexidade para se gerar uma menina é maior do que, quando um menino. Haja visto, que a mulher é em si, mais laboriosa que o homem propriamente dito, por  todo o processo que a mesma têm de passar periodicamente, transformando todo seu metabolismo, chegando até a ter alterações em seu humor, assim como em sua personalidade em alguns casos.


HÁ TAMBÉM OUTRA EXPECIFICAÇÃO DA TORAH SOBRE O FLUXO DE SANGUE:


Se uma mulher tiver um fluxo de sangue por muitos dias fora do tempo da sua impureza (menstruação), ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua impureza, por todos os dias do fluxo da sua imundícia será como nos dias da sua impureza (menstruação); imunda será. Toda cama sobre que ela se deitar durante todos os dias do seu fluxo ser-lhe-á como a cama da sua impureza; e toda coisa sobre que se sentar será imunda, conforme a imundícia da sua impureza...Quando ela ficar limpa do seu fluxo, contará para si sete dias, e depois será limpa”    Vaykrá (Lv)12:25-28




 Bem, nesta passagem se têm duas possibilidades diferentes. Primeiro é abordado à hipótese de a mulher ter algum fluxo de sangue fora de seu período menstrual, por alguma complicação, seja ela qual for. No segundo exemplo, é relatada a possibilidade de a mulher ter seu fluxo menstrual prolongado. Isto é diferente da menstruação natural. Como foi mostrado pelo gráfico acima, a varoa que sangrar por 4 dias, por exemplo, ficará mesmo assim, por 7 dias sem relação sexual. Assim sendo, hipoteticamente, ela ficará apenas 3 dias em abstinência após o término do sangramento. Porém, 7 dias ao todo na soma geral, após o começo do fluxo.  Já, no caso do texto a examinar não será assim. Se seu fluxo sanguíneo durar eventualmente 10 dias, ao final do sangramento se acrescentará mais 7 dias para a purificação, somando no geral 17 dias de abstinência, sendo o 18º dia apropriado para a retomada da atividade sexual. Confira o gráfico abaixo:


Obs: Este gráfico serve para qualquer período, podendo acrescentar ou diminuir dependendo de quanto tempo dure o fluxo.

 YeshuaMensageiro de Adonay ,disse em Matitiahu (Mt) 5:17,18: Não penseis que vim acabar com a lei (a Torah) ou os profetas (1ª Aliança); não vim destruir, mas adicionar (completar). Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torah um só iud ou um só traço”.
        Se a Torah é a mesma segundo Yeshua e, se Elohim também é o mesmo segundo Ele mesmo, temos que tomar muito cuidado para não violarmos voluntariamente a Torah e muito mais cuidado ao ensinar a mesma: “Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”



ONÃ DERRAMA SÊMEN NO CHÃO!

“Então disse Yehudah (Judá) a Onã: Toma a mulher de teu irmão, e cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência a teu irmão. Onã, porém, sabia que tal descendência não havia de ser para ele; de modo que, toda vez que se unia à mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para não dar descendência a seu irmão. E o que ele fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que o matou também a ele” Bereshit (Gn)38:8-10

        Achei oportuno e interessante abordar esta questão, pelo fato da impressão imediata que o texto emite sobre quem o lê aleivosamente. Há quem pensa que o pecado de Onã concentra-se por si só, justamente no ato de ter lançado o seu sêmen (a zerá) no chão. Digamos que, se Onã vivesse em dias atuais, indubitavelmente teria usado um preservativo! Mas seu pecado não foi este. Onã, pela Torah, competia-lhe suscitar descendência a seu falecido irmão. Este costume em Israel dava-se primeiramente pela preservação das tribos e dos clãs.  Ora, Onã sabendo que os filhos que suscitasse com sua cunhada Tamar não levariam seu nome, mas de seu irmão, agiu então de forma leviana e egoísta. Este foi o seu pecado, teve relações com sua cunhada para um fim bem específico pela Torah, contudo, apesar do prazer sexual, fugia à responsabilidade que lhe cabia.  Depois de a Torah citar que Onã derramava o sêmen no chão, acrescenta: “para não dar descendência a seu irmão” deixando claro que a transgressão não foi a ato, mas a intenção!



Conclusão:

1º - Sexo no Shabat não é licito devido à impureza causada pela emissão do sêmen (Zera);

2º - O período de separação da mulher não deverá anteceder á 7 dias. A contagem se inicializará desde o 1º dia do sangramento menstrual;

3º  - Se a menstruação durar mais tempo que o normal e exceder aos 7 dias, ficará impura enquanto durar  seu sangramento, adicionando, neste caso, mais sete dias após o termino do fluxo.

4º - Se a varoa tiver algum fluxo além do seu período normal, ficará em impureza todos os dias em que durar seu sangramento, adicionando mais sete após o termino do fluxo.

Shalom


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