sábado, 16 de setembro de 2017

Mulheres calem a boca

Pérolas do aramaico




E proibido a mulher  ensinar ?

 

Uma das passagens mais difíceis de digerir nas Escrituras é onde supostamente
Rav. Sha'ul (Paulo) ordena que as mulheres calem a boca. Por muito tempo, eu mesmo me senti bastante desconfortável com tal passagem, buscando entender o
contexto de modo a tentar esclarecer o que aparentava ser uma demonstração de machismo por parte de Rav. Sha'ul.

O texto das filhas de Bavel (Babilônia) diz:
"As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja." (1 Co 14:34-35 – Almeida, do Grego)
Além do evidente machismo, há duas coisas que não batem aqui com o restante das Escrituras. A primeira é que a Torá nunca ordenou que as mulheres ficassem caladas.
A segunda é o desencorajar as mulheres a quererem aprender da Palavra nas congregações.
A própria atitude de Yeshua é contrária a isso.
Será que o aramaico tem algo a nos ensinar? Poderia o grego estar fazendo alguma leitura equivocada do aramaico?
A resposta é sim! 
E o problema encontra-se em quatro expressões do aramaico, que o tradutor grego, talvez por desconhecer a cultura semita, se equivoca ao traduzir.
A primeira delas é "shatiycan", traduzida pelo grego como "calar-se". O problema é que "shatiycan" não significa calar-se, mas sim acalmar-se. É uma expressão usada particularmente para quando alguém está exaltado.
A segunda é "d'anmalan", que é uma expressão rara no aramaico bíblico, e que é traduzida pelo grego como "falar".
Porém, é melhor entendida como um "falar exaltadamente". Essa expressão ainda vem junto com "aela", que significa "lamentar em voz alta".
Temos portanto "d'anmalan aela" como um "bate-boca."
Ou seja, as mulheres de Corinto não estavam falando ou indagando normalmente, mas sim estavam batendo boca.
A terceira é "d'shalan l'bayelaehin", que pode significar "perguntar ao marido" mas também "ter paz com o marido."
Dentro do contexto de "d'anmalan", vemos que a tradução que mais cabe é de fato "ter paz com o marido."
Por fim, temos a expressão "d'nialpan" que pode ser traduzida como "aprender" ou "ensinar".
O grego opta por "aprender", reduzindo o aprendizado a mulher ao lar, o que contraria as Escrituras.
Porém, se entendermos aqui "d'nialpan" como "ensinar", temos Rav. Sha'ul (Paulo) dizendo para as mulheres (dentro do contexto acima): Se querem ensinar alguma coisa, tende paz. Ou seja, ninguém consegue ensinar nada brigando. Muito mais razoável para o contexto.
Reparem também que o contexto do versículo anterior, que fala de confusão nas kehilot (Congregação) como não procedendo de D-us também favorece a leitura aramaica, em detrimento da grega.
Entendida a sucessão de trapalhadas do tradutor grego, responsáveis por algumas das piores atitudes machistas nas congregações, temos a tradução literal a partir do aramaico:
"porque Elohim não é Elohim de confusão, mas sim de shalom. Como em todas as kehilot dos santos, mulheres: fiquem calmas na kehilá (igreja). Não é portanto permitido brigar, conforme afirma a Torá (Lei).
Se desejarem ensinar algo em vossos lares, tende paz com vossos maridos.
Vergonhosa é para a kehilá a briga." (1 Coríntios 14:33-35 do aramaico.
Vergonhosa é a briga, e não a mulher que anseia por aprender da Palavra.
Outra passagem extremamente controversa encontra-se na primeira carta de Rav. Sha’ul (Paulo) a Timóteo, no segundo capítulo.
Lemos o seguinte na versão das filhas de Bavel:
“A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio.” (1 Timóteo 2:11-12, Almeida – do Grego)
Essa passagem também tem sido usada para convencer as mulheres a se sujeitarem ao jugo da dominação masculina. Curioso seria que Rav. Sha’ul (Paulo) dissesse que não é lícito que uma mulher domine sobre um homem (no sentido de ser sobre ele), quando temos na história de Israel pessoas como D’vorah (Débora), que foi juíza sobre o povo.
Será que Rav. Sha ’ul (Paulo) estava indo contra o Tanach?
Também não é verdade que tal tendência tenha vindo do Judaísmo, pois como já estudamos aqui, as mulheres eram extremamente ativas na comunidade primitiva.
A filha do Rebe Akiva, por exemplo, era uma figura que ensinava até a homens.
Mas então, o que será que diz o aramaico?
Segue a passagem literal:
“an'taa b'shelyaa hoat yalp'aa b'kul shuobedad l'an'taa geir l'malapuo loa mepas ana l'mamrachuo eal ga'bra aela t'hoea” (1 Timóteo 2:11-12 – Peshitta)
A tradução literal, palavra por palavra, seria:
“esposa com calma seja ensinar em tudo com alegria à esposa portanto convencer eu não ouse trazer homem queixa fique calma”
Arrumando a frase, temos a seguinte tradução a partir do aramaico:
“Seja todo o ensinar da esposa com calma e com alegria. Estou convencido, portanto, que a esposa não deve trazer queixa do marido, mas deve ficar calma.”(1 Timóteo 2:11-12 – Teshuvá 2ª Edição – A partir do aramaico)
Agora reparem no contexto. Logo acima desse texto, Rav. Sha’ul (Paulo) fala sobre
sobriedade na congregação. O que então estava acontecendo na comunidade???
Mulheres estavam se aproveitando do momento em que tinham a palavra para ensinar, e estavam trazendo A PÚBLICO queixas de seus maridos.
O ensinar estava sendo uma desculpa para jogar pedras no marido, e tentar obter aprovação da congregação no assunto. Isso porque possivelmente as mulheres tinham pouca voz ativa dentro de casa, e por isso queriam se valer da congregação para tentarem prevalecer em seus argumentos.
Aliás, isso é algo que é possível ver mesmo hoje em dia. A recomendação de Rav. Sha’ul (Paulo) é clara: tenham calma no ensinar, e evitem alfinetar uns aos outros.
Em suma, poderíamos resumir com o famoso ditado que temos no português: “roupa suja se lava em casa.”
Em nenhum momento o aramaico dá qualquer indício de que Rav. Sha’ul (Paulo) teria mandado as mulheres aprenderem caladas. Até porque, no contexto semita, faz parte e é considerada saudável a exposição e o debate dos textos, onde todos são encorajados a participarem.
Infelizmente, o grego contribuiu para que o machismo fosse justificado por tal tradução odiosa.
Baruch HaShem, porque o Eterno nos revela a verdade!"
 shalom"!!!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Quando nasceu yeshua

                       Quando nasceu  Yeshua ?

O NASCIMENTO 





E possível calcular aproximadamente o nascimento de Yeshua em função da nascença de Yochanan HaMat’bil (João, o Imersor). Em Lucas 1:5, afirma-se que o pai de Yochanan chama-se Zecharyah (Zacarias), que era da divisão de Aviyah (Abias). Zecharyah (Zacarias) era kohen (sacerdote).
Em Divrei HaYamim Álef/1º Crônicas 24, há a divisão dos kohanim (sacerdotes) para servirem no Beit HaMikdash (Templo) em 24 turnos. Cada uma das 24 divisões sacerdotais prestava serviços no Templo durante duas semanas ao ano: 1) a primeira semana ocorria na época da chuva temporã (primeira metade do ano); 2) a segunda semana seria no período da chuva tardia (segunda metade do ano). Além destes períodos, todos os kohanim (sacerdotes) prestavam serviços conjuntamente durante os três festivais de peregrinação: pesach, shavuot e sukot (Devarim/Deuteronômio 16:16). Assim, se cada ordem sacerdotal trabalhava duas semanas ao ano, e todos juntamente serviam durante as três semanas das festas de peregrinação, chega-se ao total de 51 semanas (24 ordens sacerdotais X 2 semanas + 3 semanas das festas = 51). Cinquenta e uma semanas correspondem a 357 dias, o que se compatibiliza com os 360 dias do ano bíblico-LUNAR. 
Aviah (Abias) era da oitava ORDEM,ou TURNOS (I Cr 24:10). Por conseguinte, seu primeiro turno do ano seria, em tese, na oitava semana. Porém, já que na primeira metade do ano há as festas de pesach e shavuot, em que todos os sacerdotes servem coletivamente, então, o primeiro turno de Aviah era na décima semana.
Zecharyah (Zacarias), que era da ordem de Aviah, teve a visão do anjo anunciando o nascimento de seu filho durante o período em que servia no Templo (Lc 1:5-19), ou seja, na décima semana do ano, que se inicia com o mês de Aviv.
Quando terminou seu serviço no Beit HaMikdash (Templo), Zecharyah voltou para casa e engravidou Elisheva/Isabel (Lc 1:23,24). Considerando o tempo da viagem de retorno ao lar e que teve conjunção carnal com sua mulher na mesma semana em que chegou, até em razão da motivação dada pelo anjo, Yochanan (João) foi concebido na 12ª semana do ano.
Afirma a Medicina que a gestação normal dura 40 semanas, donde se conclui que Yochanan (João) nasceu na 52ª semana (12 + 40 = 52). Este período recai praticamente em pesach, valendo lembrar que a tradição judaica afiança que Eliyahu (Elias) apareceria nesta festa para anunciar a vinda do Mashiach. Já que o ETERNO trabalha com precisão profética, é quase que certo que Yochanan nasceu na festa de pesach. Na pior das hipóteses, viria ao mundo pouquíssimos dias antes, com diferença de no máximo 5 dias, levando-se em conta o período normal de gestão apontado pela Medicina. 


Analisando-se Lucas 1:23 a 31, percebe-se que Elisheva (Isabel), já grávida, ficou cinco meses sem sair de casa (Lc 1:24) e, no sexto mês (Lc 1:26), o anjo Gavri’el apareceu para Miryam (Maria) e anunciou que ela daria luz a Yeshua, ou seja, o Mashiach foi concebido no sexto mês da concepção de Yochanan, por volta de 25 semanas.
Então, se Yochanan foi concebido na 12ª semana do ano e a concepção de Yeshua se deu 25 semanas depois, deduz-se que o Mashiach foi gerado pela Ruach HaKodesh na 37ª semana do ano (12 + 25 = 37). Tal época coincide aproximadamente com Chanucá (“festa das luzes”). Eis que interessante: por volta da festa das luzes foi concebido Yeshua, a Luz do mundo!



Como expendido anteriormente, a gestação normal dura 40 semanas. Infere-se daí que Yeshua nasceu por volta da 77ª semana (37 + 40 = 77), o que equivale a 26ª semana do ano seguinte, em torno das festas de Yom Teruá, Yom Kipur e Sukot (em setembro ou início de outubro, e não em 25 de dezembro).



Yeshua nasceu em Sukot. Porém, Lucas escreveu que o menino nasceu em uma “manjedoura” (Lc 2:7). Não obstante, vejamos o texto em aramaico da Peshitta, que apresenta um detalhe surpreendente:
וילדת ברה בוכרא וכרכתה בעזרורא וארמיתה באוריא מטל
דלית הוא להון דוכתא איכא דשׁרין הוו

Tradução de Lucas 2:7:
“E ela deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o  באוריא (numa manjedoura/cabana/tenda), "porque não havia quarto para eles na hospedaria”.



Com efeito, a palavra “aurya” significa manjedoura, cabana ou tenda (Lexicon to the Syriac New Testament Peshitta, Willian Jennings, página 16; Compendious Syriac Dictionary, Robert Payne Smith, página 8).



Então, Yeshua nasceu em uma cabana ou tenda, que em hebraico leva o nome de “suká” (plural de suká: sukot).
Foi explicado que a nascença de Yeshua se deu por volta do período das festas de Yom Teruá, Yom Kipur e Sukot. Aliado a tal fato, temos que Miryam (Maria) deu à luz em uma tenda (suká). Conclusão: é possível que a suká (tenda/cabana) estivesse disponível para a família porque era o período da Festa das Sukot (Tendas/Cabanas).

Curioso salientar que a palavra אוריא (tenda/cabana), caso seja dividida, forma Luz (אור) e YHWH (יא, obs: em aramaico, estas duas letras são um circunlóquio para o tetragrama). Assim, Yeshua veio ao mundo como a Luz de YHWH. Por outro lado, da palavra אוריא também se extrai ארי, que significa “leão”. Yeshua, a Luz de YHWH, também é o Leão da Tribo de Yehudá (Judá)
.

Outro fator de relevo diz respeito ao fato de que o anjo anunciou o nascimento de Yeshua “com boas novas de grande alegria” (Lc 2:10-11), e esta cláusula faz parte de uma antiga liturgia da Festa das Sukot.
Acresce consignar que o Judaísmo identifica a Festa das Sukot como uma prévia da Era do Mashiach (Messias), por conta da passagem de Zecharyah/Zacarias 14:16. Em função de tal Escritura, muitos esperam a aparição do Mashiach na Festa das Sukot. Por quê?
Porque no reinado do Mashiach há a menção expressa à Festa das Sukot:
E YHWH reinará sobre toda a terra. Por meio do seu messias, e  o proprio Messias adorará  o pai, junto  com todo  povo.

 1Coríntios 15:24 

Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força.



E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, YHWH dos Exércitose para celebrarem a festa de sukot [cabanas].
E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, YHWH dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.
E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o YHWH ferirá os gentios que não subirem a celebrar a festa de sukot [cabanas].
Este será o castigo do pecado dos egípcios e o castigo do pecado de todas as nações que não subirem a celebrar a festa de sukot [cabanas].” (Zecharyah/Zacarias 14:9 e 16-19).




Observa-se no texto transcrito que, quando YHWH reinar sobre toda a terra, o que ocorrerá durante o reinado do Mashiach, então, todos terão que ir adorar em Yerushalayim (Jerusalém) e celebrarão a Festa das Sukot. Dizendo de outro modo, quando Yeshua HaMashiach voltar e estabelecer o seu Reino, haverá anualmente a comemoração de Sukot, caindo por terra o argumento cristão de que as festas bíblicas foram extintas.
Hipoteticamente falando, caso tenha Yeshua nascido no primeiro dia de Sukot, então, sua circuncisão no oitavo dia (Lc 2:21) recairia justamente no dia de Shemini Atseret, atualmente chamado de Simchat Torá (Alegria da Torá). Neste caso, Yeshua teria entrado em aliança com o ETERNO no dia em que as pessoas se regozijam com a Torá. Se outrora o júbilo estava na Torá escrita, agora maior alegria há na Torá Viva, que é Yeshua. Afinal, “a Palavra [ = Torá] se" fez carne "e habitou entre nós”. ISTO NÃO SIGNIFICA QUE D-US SE FEZ CARNE OU UMA PRE  EXISTENCIA, mas que  Yeshua  foi o homem que  D-us  projetou para que Nós   fossemos,sendo ele,  um modelo a seguir .A  Palavra  se fez carne  , na  vida e  nas  palavras de Yeshua .Contudo não que houvesse  tido alguma  encarnação, NÃO. Mas   que  Yeshua  foi o pai por  proucuração. Porque o representou  (Yochanan/João 1:14), cumprindo-se a profecia de Baruch:


“Depois disso, apareceu sobre a terra e no meio dos homens conviveu. Ela é o livro dos preceitos de Elohim, a Torá que subsiste para sempre.” (Sefer Baruch 3:38 e 4:1). "personificação"

Baruch havia dito, séculos antes do nascimento de Yeshua, que a Torá seria vista pelos homens e com eles conviveria, donde se conclui que a Torá se manifestaria como um ser humano. À luz do Tanach, “Torá” é sinônimo de “Palavra”. Já que Yochanan (João) tinha este conceito em mente, assim podem ser traduzidas suas escrituras:
No princípio, era a Palavra [a Torá], e a Palavra [a Torá] estava com Elohim, e a Palavra [Torá] era Elohim...( em um sentido "analogo."
E a Palavra [a Torá] "se fez carne", e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (Yochanan/João 1: 1 e 14).



CONCLUSÃO
Quando o texto diz  se fez carne, apenas  apresenta  Jesus  como  o homem que  D-us  projetou para que  nos fossemos.

E tomara  que   a torah  venha se fazer carne  na  nossa  vida  tambem .  disse  Jesus ;  vos sois a  luz  do mundo.

Celebremos a Festa das Sukot com intensa alegria, pois os dias deste festival nos remetem para:
1) o período em que o ETERNO protegeu nosso povo no deserto durante quarenta anos, sustentando-o com sua graça. Da mesma forma, YHWH continuará habitando conosco para todo o sempre;
2) a lembrança de que somos felizes, ainda que em simples cabanas, porquanto a nossa felicidade está em YHWH, e não no conforto de bens materiais;
3) a Shimchat Torá (Alegria da Torá), que se torna mais intensa por termos a própria Torá Viva, Yeshua HaMashiach, escrita em nossos corações;
4) o bastante provável O nascimento de Yeshua na Chag HaSukot (Festa das Cabanas);
5) o Reinado Messiânico de Yeshua sobre a terra, tal como profetizado por Zecharyah (Zacarias);
6) a nossa grande alegria de participar das Bodas do Cordeiro, durante o Reinado Messiânico, o maravilhoso período de núpcias.
חג שמח)feliz festa de sucot  
shalom

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Você Realmente Sabe Quem Foi Yeshua?

    



Voce  sabe de fato , quem foi Yeshua ??







Parte I
Yeshua, o Judeu

I.1 - INTRODUÇÃO

Se alguém te perguntar quem é Paul McCartney você saberia responder?

Creio que a grande maioria saberia dizer que era um dos integrante dos Beatles. Outros lembrariam que ele mora na Inglaterra, outros ainda que ele foi casado com Linda McCartney. A grande maioria das pessoas pouco sabe sobre os detalhes da vida dele. Mas, se você perguntasse isto a um membro de um fãclube dos Beatles? Você provavelmente esperaria que eles conhecessem muitas coisas a respeito do Paul
McCartney.

Agora, se alguém te perguntasse o que você sabe sobre quem foi Yeshua? Como ele viveu? A que grupos sociais ele pertencia? Entre outras… Infelizmente, a realidade é que muitos dos que se dizem seguidores dele mal o conhecem! E você, realmente sabe quem foi Yeshua? Esta série de artigos tem por objetivo justamente isto: contar um pouco mais sobre Yeshua e a vida que ele levava.

I.2 – PODEMOS CUSTOMIZAR O MESSIAS?

Uma das grandes mentiras que a "Nova Era" propaga entre os povos é a idéia de que o Eterno pode ser do jeito que você desejar que Ele seja. É como um verdadeiro supermercado espiritual onde as pessoas escolhem aquilo no que crer. Infelizmente, muitos dos ditos seguidores de Yeshua fazem o mesmo com ele, às vezes até mesmo sem perceber. O Yeshua que é apresentado nos Evangelhos não é uma pessoa mística
que se enquadra a qualquer gosto. Yeshua nasceu, cresceu, viveu e pregou entre judeus. Fez discípulos judeus, que o descreveram nos livros do B'rit Chadashah (Novo Testamento) dentro de uma ótica judaica. Se o removemos de Seu contexto judaico, jamais o entenderemos de fato.

O movimento iniciado por Yeshua cresceu tanto que hoje é encontrado em cada tribo e nação do planeta. Tal fé rompeu todas as barreiras culturais e sociais. Em Yeshua, a mensagem do Eterno é para todos, a salvação é para todos, e não há divisões étnicas ou barreiras raciais. Contudo, o centro da fé bíblica é Yeshua, e Yeshua é um judeu.

I.3 – O NASCIMENTO DE UM JUDEU CHAMADO YESHUA

Ele nasceu de uma mãe judia e pai judeu, e pertenceu a uma típica família judaica. Como todo filho homem judeu, fez o seu B'rit Milá, ou seja, foi circuncidado ao oitavo dia. De acordo com a tradição judaica, recebeu o seu nome no dia em que foi circuncidado, como os judeus o fazem até hoje. Ele recebeu o nome de Yeshua.

O nome foi dado porque Yeshua significa "salvação". Yeshua recebeu a missão de salvar o Seu povo de todos os seus pecados. Pergunta: Yeshua falhou em tal missão? Espero que ninguém responda que sim! Se Yeshua não falhou, porque ainda há pessoas que insistem em dizer que os judeus não serão salvos? O povo de Yeshua descende de Avraham (Abraão), Itschak (Isaque) e Ya'akov (Jacó). O povo de Yeshua é o povo
judeu.

I.4 – A VIDA COMUNITÁRIA DE YESHUA

Yeshua foi criado como judeu numa comunidade que seria equivalente ao que é hoje uma
comunidade judaico-ortodoxa. Você conhece uma comunidade judaico-ortodoxa? Não? Sem ao menos sabermos como é, jamais entenderemos a Yeshua plenamente.

Natseret (Nazaré), cidade onde Ele cresceu, foi fundada pelos descendentes do Rei David, e ficava na Galiléia, uma região totalmente judaica. Você conhece a história da Galiléia, berço de nosso Salvador? Pois é, pouco se conta nas igrejas que a Galiléia era um dos maiores centros de estudos judaicos de Israel naquela época. Yeshua não simplesmente "nasceu sabendo" tudo o que ele sabia.  Não foi por acaso que o Pai o colocou naquele local. Yeshua aprendeu de perto com alguns dos maiores rabinos daquela época. Você sabia que muitos de seus ensinamentos são citações de tais rabinos? Pois é, caro leitor, como você pode ver, sem conhecermos o trabalho de tal rabino, como compreender a educação que teve nosso Messias? Yeshua foi educado como um parush (fariseu).

Certamente que tal educação influenciou suas disputas teológicas com algumas escolas farisaicas. Ao contrário do que muitos crêem, Yeshua não era contra TODOS os fariseus, mas tinha disputas sérias com os p'rushim (fariseus) da escola de Shamai, que eram extremamente legalistas.

Sua vida na comunidade judaica foi absolutamente normal. Conforme o costume judaico, ele observava todas as festas bíblicas, e buscava ao Pai no Shabat, o dia que o Eterno desde a fundação do mundo estabeleceu como Seu dia.

I.5 – A ALIMENTAÇÃO DE YESHUA

Yeshua tinha uma saudável alimentação kasher, segundo a Torá em Vayikra (Levítico) 11. Isto significa que carnes como a de porco, coelho, répteis, camarão, etc., além de boa parte da gordura animal, não faziam parte da sua dieta. Durante o Pessach (a "páscoa" judaica), Yeshua como todo bom judeu comia apenas pães sem fermento. Yeshua também jejuava no Yom Kippur, o conhecido Dia da Expiação, quando o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) oferecia sacrifício pela expiação do pecado do povo.

I.6 – COMO YESHUA SE VESTIA?

Yeshua se vestia como judeu. Isto significa que não misturava lã com linho, conforme determinação da Torá. Yeshua certamente usava talit, o sagrado manto de oração que contém os tsitsit, que são as franjas que a Torá determina que usemos para nos lembrarmos de que devemos viver segundo os preceitos do Eterno. Os tsitsiyot de Yeshua possuiam um fio azul, que simboliza o caminho de safira descrito em Shemot
(Êxodo) 24:10, ou seja o caminho do Eterno. Foi justamente nos tsitsit de Yeshua que a mulher que tinha fluxo de sangue tocou e foi curada. Não foi um simples ato de tocar em Yeshua. Tocar nos tsitsit significava que ela reconhecia nEle a autoridade de Messias.

Yeshua também usava t'filim, popularmente conhecidos como filactérios. Os t'filim têm como objetivo simbolizar que as leis do Eterno estão presentes em nossa mente (por isso é atado entre os olhos) e em nossos atos (na mão). A Torá do Eterno nos guarda para que não pequemos em nossa mente nem em nossos atos.

I.7 – YESHUA E A SINAGOGA

No Shabat, pela manhã, Yeshua ia à sinagoga. Ao contrário de muitos hoje em dia que fazem tudo por um microfone, Yeshua sabia que antes de poder falar e questionar, era necessário aprender. Provavelmente, como era de costume, aos cinco anos Yeshua começou a aprender a o hebraico (sua língua nativa era o aramaico) e a estudar a Torá do Eterno. Por volta dos 13 anos, Yeshua provavelmente fez o seu
Bar Mitsvá, uma cerimônia que marca a passagem da criança para a vida adulta. Como todo judeu, aos 13 anos Yeshua tinha que saber de cor toda a Torá.

Fica a pergunta: nós que nos dizemos seguidores dele, quanto das Escrituras sabem nossos filhos aos 13 anos? Será que nós sabemos hoje tanto quanto um menino judeu sabia no tempo de Yeshua? Como teremos uma fé sólida sem conhecermos as escrituras.

No Shabat, Yeshua não só aprendia a Torá como recitava bênçãos. Estas bênçãos não são como nas igrejas pós-modernas. Não visavam prosperidade, mas sim darmos o devido reconhecimento ao Eterno da soberania dEle sobre nossas vidas. Ao declararmos Sua majestade, fortalecemos nossa fé. Ao fortalecermos nossa fé, nossa vida espiritual melhora. Com a vida espiritual melhor, somos mais felizes, mais preparados e
nos sentimos mais próximos ao Eterno. O menino Yeshua sabia disto ao ler o Sidur (livro de bênçãos) a cada Shabat. Após sua maioridade, Yeshua também passou a participar da leitura do Tanach. É tradição judaica até hoje ler-se muito os textos sagrados no Shabat. Foi desta forma que Yeshua pôde ler o rolo de Yesha'yahu
(Isaías) e declarar que Ele era o seu cumprimento. Yeshua sempre argumentava a partir das Escrituras, expondo-as perante o questionador (uma técnica rabínica).

Ao final do Shabat, Yeshua participava do Kidush, que é o animado partir do pão onde damos graças ao Eterno pelas provisões semanais. Os discípulos de Yeshua mantiveram esta prática após os serviços, tanto que é mencionado o partir do pão diversas vezes no livro de Atos.

I.8 – YESHUA SE TORNA UM RABINO

Yeshua tornou-se um respeitado rabino. Para alguém se tornar um rabino, é necessário (até hoje) muito estudo. Este foi certamente um dos motivos (ou talvez "o" motivo) de Seu ministério só ter se iniciado por volta dos 30 anos. Ele ensinava a partir do Tanach (Tanach significa: Torá, Nevi'im / Profetas, e Ketuvim/ Escritos). Ao contrário do que aparece nos filmes, a grande maioria dos discípulos de um rabino eram meninos, bastante jovens. Com Yeshua não era diferente. Vemos até mesmo pela idade em que morreram que os discípulos de Yeshua tinham entre 13 e 20 anos, no máximo. Eram meninos inexperientes.

Ao contrário da nossa cultura, onde vamos à escola por 4-5 horas e voltamos para casa, um discípulo no judaísmo vivia com o seu rabino. Com os discípulos de Yeshua não era diferente. Eles não desviavam os olhos de Yeshua um minuto sequer. Será que somos assim?

I.9 – YESHUA: ETERNAMENTE JUDEU

Infelizmente, ao longo dos séculos, a figura de Yeshua transformou-se no "Jesus anti-semita" que encontramos primeiro na igreja de Roma, mas que depois foi herdada por muitas outras igrejas. A teologia anti-judaica e a premissa de que não é importante vivermos conforme as leis do Eterno nada tinha de semelhante com a pregação do rabino Yeshua, um grande judeu que viveu o pleno cumprimento da Torá.

Yeshua é um judeu, viveu como judeu, morreu como judeu, e de acordo com Ezequiel, continuará a ser o Sumo Sacerdote segundo a ordem de Malki Tsedek, oficiando no Templo (judaico) de Yerushalayim(Jerusalém).

Tão precioso sangue de Yeshua, derramado por nossos pecados no madeiro, era sangue judeu. E a placa acima de seu madeiro dizia: "Yeshua de Natseret, Rei dos Judeus"

Parte II
Com Quem Yeshua Estudou

II.1 – ONDE ESTUDOU YESHUA?

Segundo a tradição judaica, o Messias deveria ensinar ao povo a correta interpretação da Palavra do Eterno. E foi isto que Yeshua fez. Para isto, antes de começar o seu ministério, Yeshua foi um aluno bastante aplicado.

Yeshua demonstrou grande familiaridade tanto com a linha dos essênios (com a qual teve contato através de seu primo Yochanan Bar Zachariá, popularmente conhecido como "João Batista") quanto com a linha rabínica da escola de Hillel.

Mas seu conhecimento não se limitava às tais linhas. Yeshua, antes de mais nada, conhecia profundamente as Escrituras e a sabedoria judaica.

II.2 - PARALELOS ENTRE YESHUA E A ESCOLA DE HILLEL

Os ensinamentos de Yeshua se assemelharam muito com a linha da escola de Hillel (embora houvesse alguns itens de discordância, como questão do divórcio por exemplo). Hillel, que viveu pouco tempo antes de Yeshua, foi um dos maiores judeus de toda a história, um grande rabino.

Veja o impressionante paralelo entre os ensinamentos de Yeshua e Escola de Hillel:

1) A Escola de Hillel disse: "se alguém busca te fazer o mal, farás bem em orar por ele" (Testamento de Yossef XVIII.2)

Yeshua disse: "Eu vos digo ainda: Amai aos inimigos de vocês, e orai pelos que vos perseguem;" - Matitiyahu (Mateus) 5:44

2) Em Menahot 4, no Talmud, encontramos o Rabino Shamai querendo fazer tsitsit mais largos do que os seguidores da Escola de Hillel (Menahot 4)

Yeshua disse: "Todas as suas obras eles fazem a fim de serem vistos pelos homens; pois alargam as tiras dos seus tefilin, e aumentam os tsitsiyot dos seus mantos;" – Matitiyahu (Mateus) 23:5

3) A Escola de Hillel disse: "Se o mundo inteiro estivesse reunido para destruir o yud, que é menor letra da Torá, eles não seriam bem sucedidos" (Canticles Rabá 5.11; Leviticus Rabá 19). "Nenhuma letra da Torá jamais será abolida" (Exodus Rabá 6.1).

Yeshua disse: "17 Não penseis que vim abolir a Torá ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir. 18 Amen, e eu vos digo pois que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da Torá um só Yud ou um só traço, até que tudo seja cumprido." – Matitiyahu (Mateus) 5:17-18

4) A Escola de Hillel disse: "Aquele que é misericordioso para com os outros receberá misericórida do Céu" (Talmud - Shabat 151b; - compare com);

Yeshua disse: "Benditos os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia." - Matitiyahu (Mateus) 5:7 )

5) A Escola de Hillel disse: "Eles falam 'Remova o cisco do seu olho?' Ele retrucará, 'Remova trave do seu próprio olho" (Talmud - Baba Bathra 15b).
Yeshua disse: "E por que vês o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?" – Matitiyahu (Mateus 7:3)

6) A Escola de Hillel disse: "É lícito violar um Shabat para que muitos outros possam ser observados; as leis foram dadas para que o homem vivesse por elas, não para que o homem morresse por elas." Todas as seguintes coisas eram lícitas no Shabat, segundo a escola de Hillel (os p'rushim que debatiam com Yeshua certamente eram da escola de Shamai): salvar vidas, aliviar dores agudas, curar picadas de
cobra, e cozinhar para os doentes (Shabat 18.3; Tosefta Shabat 15.14; Yoma 84b; Tosefta Yoma 84.15)

Yeshua disse:"Então lhes perguntou: É lícito no Shabat fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida ou matar? Eles, porém, se calaram." – Marcus 3:4

7) "o Shabat foi feito para o homem, e não o homem para o Shabat," também aparece em material rabínico (Mekilta 103b, Yoma 85b). Além disto, os Rabinos da escola de Hillel frequentemente citavam Hoshea (Oséias) 6:6 para argumentar que ajudar os outros era mais importante do que observar ritos e costumes (Suká 49b, Deuteronomy Raba em 16:18, etc.),

Yeshua disse:"E prosseguiu: O Shabat foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do Shabat." – Marcus 2:27

8) A respeito dos exageros nos rituais de purificação, um rabino da escola de Hillel, Yohanan ben Zakai, contemporâneo de Yeshua, disse: "Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água, disse: "Na vida não são os mortos que te fazem impuros; nem é a água, mas a ordenança do Rei dos Reis, que purifica." - compare com o relato de Marcus 7

9) Os rabinos da escola de Hillel também eram partidários da tese de que é pela graça do Eterno que somos salvos, e não por mérito de obras: "Talvez Tu tenhas grande prazer em nossas boas obras? Mérito e boas obras não temos; aja para conosco em graça." (Tehillim Rabá, on 119,123)

10) A Escola de Hillel também teve disputas com Saduceus a respeito da questão da ressurreição dos mortos. Veja o que o rabino Gamaliel, neto de Hillel e contemporâneo de Yeshua, disse, referindo os Saduceus a Devarim (Deuteronômio) 11:21 ou Shemot (Êxodo) 6:4, ". a terra que YHWH jurou dar aos seus pais”,o argumento é lógico e convincente: “os mortos não podem receber, mas eles viverão novamente para
receber a terra” (Talmud – Sanhedrin 90b)

Yeshua disse: “Mas que os mortos hão de ressurgir, o próprio Moshe o mostrou na passagem a respeito da sarça, quando chama a YHWH: Elohim de Avraham, e Elohim de Yits’chak e Elohim de Ya’akov. Ora, ele não é Elohim de mortos, mas de vivos; porque araEle todos vivem.” Lc 20:37-38

11) O rabino Yochanan ben Zakai também conta parábola semelhante à de Yeshua, a respeito de convidados de um rei para o banquete Messiânico, ao comentar Yesha'yahu(Isaías) 65:13 e Eclesiastes 9:8(vide Talmud – Shabat 153a).

12) O próprio Hillel disse: "Sejam discípulos de Aaron, amando a paz e perseguindo a paz, amando as pessoas e as trazendo para perto da Torá" (m.Avot 1:12)

Yeshua disse: "9 Benditos os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Elohim." Matitiyahu (Mateus) 5:9 "Uma nova mitsvá vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros." Yochanan (João) 13:34

13) A "Regra de Ouro" de Hillel: "...e [Hillel] disse a ele "Não faça aos outros o que não deseja que façam a você: esta é toda a Torá, enquanto o resto é comentário disto; vai e aprende isto." (b.Shab. 31a)

Esta regra, que era a base de todo talmid (discípulo) da escola de Hillel, é citada explicitamente por Yeshua em: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós a eles; porque esta é a Torá e os profetas." – Matitiyahu (Mateus) 7:12

II.3 - PARALELOS ENTRE YESHUA E OS ESSÊNIOS


Yeshua também demonstrou grande familiaridade com a teologia dos essênios, a qual muito provavelmente aprendeu com Yochanan, seu primo (o qual pouca gente ousaria discordar do fato de que pertenceu ao segmento dos essênios)

1)Os essênios promoviam a unidade (Yachad) em amor. (Philo; A Hipotética 11:2)
Yeshua disse: "para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." – Yochanan (João) 17:21

2) Os essênios estabeleciam um conselho de 12 para direcionar a comunidade (1Q58:1). Compare isto com a autoridade dada a Yeshua para os 12 talmidim (discípulos), a fim de que eles pudessem gerenciar o povo.

3) Os essênios eram frontalmente contra juramentos (Documento de Damasco - Geniza A; Col. 15; Linhas 1-3) – compare com Matitiyahu (Mateus) 5:33-37

4) Sobre as viagens dos essênios para pregarem a Palavra do Eterno, veja o que diz o historiador Flavius Josefus: "...e se alguém do segmento deles vem de outros lugares, o que eles têm permanece aberto a eles, como se fossem um deles... como se fossem conhecidos deles de muito tempo. Por esta razão eles não levam nada consigo quando viajam a lugares remotos, apesar de ainda levarem suas armas, por medo de
ladrões.Da mesma forma, existe em cada cidade onde eles vivem, alguém com a atribuição particular de cuidar dos estranhos, e prover roupas e outras necessidades para eles." (Josephus; Guerras 2:8:4) – compare com Matitiyahu (Mateus) 10:9-11 e Lucas 22:38

5) A questão do divórcio:

"... eles são pegos em duas armadilhas: fornicação, por pegarem duas esposas ao longo de suas vidas apesar do princípio da criação ser: "macho e fêmea Ele os criou." (Documento de Damasco - Col. 4 - linha 20 a Col. 5 - linha 1)

Yeshua disse: "Respondeu-lhe Yeshua: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Elohim ajuntou, não o separe o homem." – Matitiyahu (Mateus) 19:4-6

6) A Halacha sobre a questão de "Korban" (uma oferta) ser usada como desculpa para violar a Torá(vide Matitiyahu / Mateus 15:1-8) – é encontrada de forma similar entre os essênios (Documento de Damasco 16:13)

7) No capítulo 4 de Yochanan (João) encontramos a alegoria da "Água Viva" saindo do poço de Ya'akov (Jacó) e trazendo a salvação e a vida eterna. No Manual de Disciplina dos essênios, a lição da "água viva" é encontrada e retirada simbolicamente do poço de Bamidbar (N meros) 21:8, identificado pelo
pergaminho como sendo a Torá. Podemos concluir que Yochanan (João) 4 é uma Midrash (interpretação alegórica), baseada num conceito existente entre os essênios naquela época, para concluir que Yeshua é a Torah Viva, nossa fonte de vida eterna (Compare Yochanan / João 4:10 e Documento de Damasco VI, 4-5; VII, 9 - VII, 21).

8) O uso do Seder de Pessach (a ceia da "Páscoa Judaica") como sendo um banquete messiânico, também era um conceito essênio (Josephus - Guerras 2:8:5; Manual de Disciplina 6:3-6 e 1QSa. 2, 17-21)

9) O conceito de serem 'Bnei Or' (Filhos da Luz - compare Lucas 16:8 e Yochanan / João 12:36 com Manual de Disciplina 1,9: 2,24; 1QM)

10) Yeshua conhecia bem o Messias esperado pelos essênios. Veja a explicação que ele deu a Yochanan Bar Zachariá (João Batista) em Lucas 7:22: "Então lhes respondeu: Ide, e contai a Yochanan o que tens visto e ouvido: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres são anunciadas as Boas Novas."

Agora compare com o critério do Messias esperado pelos essênios:

"[os céus] e a terra ouvirão ao Seu Messias, e ninguém se afastará dos mandamentos dos santos.

Vocês que buscam ao S-NHOR, fortaleçam-se no serviço dEle! Todos vocês esperançosos em (seu) coração, vocês não encontrarão o S-NHOR nisto? Porque o S-NHOR considerará os hassidim (pios) e chamará os justos pelo nome. Sobre os pobres o Seu espírito pairará e renovará os fiéis com o Seu poder. E Ele glorificará os hassidim (pios) no trono do Reino Eterno. Ele que libera os cativos, restaura a visão dos cegos, endireita os [tortos]... E o S-nhor fará coisas gloriosas que nunca houveram... Pois Ele curará os feridos, e reviverá os mortos e trará as Boas Novas aos pobres..." (4Q521)

11) O conceito da "luz da vida" (Yochanan / João. 8:12 & Man. Disc. 3, 7)

II.4 - PARALELOS ENTRE YESHUA E OUTROS RABINOS

Vemos ainda alguns paralelos entre Yeshua e outros rabinos. Como a literatura rabínica é muito extensa, é provável que encontremos ainda muitos outros, mas a idéia deste artigo é apenas a de demonstrar como Yeshua foi muito bem instruído na sabedoria judaica:

1) Normalmente, Yeshua discordava fortemente dos p'rushim (fariseus) da escola de Shamai, os quais eram extremamente legalistas em sua observância da Torá. Vemos apenas UMA situação em que Yeshua concorda com a escola de Shamai, que é a questão do divórcio (repudiar a esposa) exposta em Matitiyahu (Mateus) 5:31-32, semelhante à posição da escola de Shamai em m.Gittin 9:10).

2) Algumas expressões tais como "se teu olho direito de ofende, arranca-o" e "se a tua mão direita te ofende, corta-a for a" (Mt. 5:29-30) são encontradas em discursos rabínicos semelhantes (vide Nidá 13b)

II.5 - CONCLUSÃO

"E crescia Yeshua em sabedoria, em estatura e em graça diante de Elohim e dos homens." – Lucas 2:52 As Escrituras deixam bem claro que Yeshua recebeu instrução. Porém, o espectro de conhecimento apresentado pelo rabino Yeshua, tanto das Escrituras, quanto das técnicas de interpretação da mesma, da tradição oral, e dos ensinamentos dos sábios e rabinos ao longo da história dos judeus, é simplesmente
inimaginável!

Tamanho conhecimento e habilidade jamais foram vistos em toda a história de Israel, e só poderiam vir do Filho de Elohim!

Parte III
Yeshua, O Rabino

III.1 - INTRODUÇÃO

Para entender completamente o que Yeshua fazia, e também seus ensinamentos, é necessário entendermos o que era ser rabino no primeiro século, como ensinavam, etc.

III.2 - O QUE FAZ UM RABINO?

Quando conhecemos alguém, uma das primeiras perguntas que fazemos é "Qual a sua profissão?" Dependendo da profissão, pedimos também à pessoa para explicar um pouco do que ela faz. Ao conhecermos mais sobre a profissão de uma pessoa, passamos a conhecer mais sobre a própria pessoa, pois ela passa grande parte da vida dela naquela atividade. Por exemplo, se descobrimos que a pessoa que acabamos de conhecer é um médico, esta informação nos diz bastante a respeito da educação da pessoa, do seu círculo social, do seu status financeiro e até mesmo da sua rotina diária.

E se você tivesse a oportunidade de voltar no tempo e encontrar com o Yeshua dos Evangelhos, e perguntasse: "O que você faz?" O que Ele te diria? Que tipo de educação um Salvador precisa ter? Qual era o status social da profissão de Filho de YHWH? Quanto um Messias ganhava por mês? Qual era a rotina de um Libertador? Pois é, estas perguntas não fazem sentido, não é mesmo? Porque o fato é que conhecemos muito a respeito das definições teológicas de Yeshua (i.e. Salvador, Filho de YHWH, Messias, etc.), mas normalmente as pessoas conhecem pouco sobre a vocação de Yeshua.

A vocação de Yeshua era ser rabino. Ele era um rabino de Galil (Galiléia), com muitos admiradores e seguidores. Só estes fatos já nos dizem muita coisa sobre quem o rabino Yeshua realmente é.

Naqueles dias, o termo "rabino" ainda não tinha o significado de hoje. Hoje em dia, "rabino" é um termo usado automaticamente para quem se forma em uma Yeshiva (instituição rabínica). O termo "rabino" era um termo respeitoso para um grande professor. É neste contexto que devemos procurar entender o rabino Yeshua.

Felizmente, a literatura judaica preservou para nós uma grande riqueza em termos de tradições, ensinamentos, parábolas e histórias de grandes rabinos do Judaísmo da mesma era que Yeshua (isto é, da Era do Segundo Templo). Ao compararmos as palavras, as vidas e as aventuras de outros rabinos contemporâneos de Yeshua, conseguimos aprender bastante sobre o que significava ser um rabino no Primeiro Século.

III.3 - QUAL ERA O SALÁRIO DE YESHUA?

Um rabino do Primeiro Século não era um clérigo ou ministro ordenado. Aliás, apesar de muitas vezes serem vistos desta forma (devido principalmente à cultura ocidental), até hoje os rabinos não são exatamente ministros. Os rabinos do Primeiro Século não recebiam salário de uma sinagoga ou denominação.
Ao invés disto, eles tipicamente praticavam alguma atividade comercial para sustentar o seu ministério de ensino, ou viviam de doações. Por exemplo, Raban Gamliel aconselhava os seus alunos a combinar a prática da instrução da Torá com uma atividade mundana (Avot 2:2). Seu aluno mais famoso, o rabino Sha'ul HaBinyamin, mais popularmente conhecido como o apóstolo Paulo, escolheu ser um fabricante de tendas ao invés de aceitar doações de seus talmidim (discípulos).

Outros professores, como Yeshua, ensinavam e faziam talmidim (discípulos) em tempo integral. Tais professores dependiam de doações da comunidade e de seus alunos. (Lucas 8:3 menciona algumas mulheres que apoiavam o ministério de Yeshua. Yochanan / João 12:6 lembra que havia uma sacola de doações levada por Yeshua e seus talmidim / discípulos.) Quando um rabino decidia se dedicar em tempo integral ao ministério, isto normalmente significava ter que levar um estilo de vida bastante humilde. Por isto ele disse que as raposas tinham tocas e os pássaros tinham ninhos, mas o Filho do Homem não tinha um lugar para recostar a cabeça.

III.4 - ONDE MORAVA E TRABALHAVA YESHUA?

Pelo Talmud, fica bem evidente que na maioria das vezes um rabino do Primeiro Século ensinava de uma sinagoga local. As sinagogas eram normalmente chamadas de Beit Midrash (Casa de Estudo). Os alunos que desejavam aprender daqueles rabinos frequentemente viajavam grandes distâncias e, se fossem aceitos como talmidim (discípulos), eles dedicavam as suas vidas não só a estudar, mas também a viver com o seu rabino. Por outro lado, muitos dos sábios do Judaísmo do Primeiro Século eram itinerantes, viajando de cidade em cidade, de sinagoga em sinagoga, ensinando a Torá e fazendo talmidim (discípulos). O ministério de Yeshua certamente era itinerante, embora ele também utilizasse Kfar Nachum (Cafarnaum) como sua base.
Tanto que nos Evangelhos vemos Kfar Nachum (Cafarnaum) sendo chamada de "Sua própria cidade."(Matitiyahu / Mateus 9:1). Em Kfar Nachum (Cafarnaum), muito provavelmente ele se hospedava em um quarto na casa de Kefá (Pedro). Contudo, ele certamente rejitou a oferta de se tornar um rabino residente de Kfar Nachum (vide Lucas 4:43.

A maior parte do ministério de Yeshua consistiu das viagens dentre Yerushalayim (Jerusalém) e Galil (Galiléia). Mas por que? Porque como todo judeu observante da Torá em Israel, ele tinha que ir a Yerushalayim (Jerusalém) e ao Templo para cada uma das três festas de peregrinação: Pessach, Shavuot(Pentecostes) e Sukot(Tabernáculos). O Talmud relata que os sábios aproveitavam as grandes multidões de peregrinos para ensinar um grande número de pessoas nas alas do Templo durante os festivais. Até mesmo aqueles rabinos que normalmente ficavam em uma só localidade faziam isto, por entenderem que era uma grande oportunidade de ensinar às massas. É por isto que vemos nos Evangelhos Yeshua frequentemente ensinando nas alas do Templo, sempre durante as Moedim (Festas Bíblicas.

III.5 - QUAL EXATAMENTE ERA A FUNÇÃO DE UM RABINO?

A função de um rabino no início do Judaísmo era a de transmitir os ensinamentos (ou seja, a Torá)para a próxima geração. O livro de Pirkei Avot ("A Ética dos Pais") começa com estas palavras "Moshe(Moisés) recebeu a Torá do Sinai e a transmitiu a seu talmid (discípulo) Yehoshua (Josué) e aos anciãos; os anciãos aos profetas, e os profetas os homens da grande assembléia (geração de Ezra / Esdras)." (Avot 1:1)

O padrão de professor-discípulo para transmissão da Torá e do conhecimento do Eterno foi estabelecido desde de o início da história, e temos como primeiro exemplo mais concreto a Moshe e Yehoshua (Moisés e Josué). Aos professores de cada geração era confiada a tarefa de fazer talmidim(discípulos) e formar futuros professores para a próxima geração. Geração após geração, de professor a aluno, os ensinamentos da Torá eram transmitidos. Um rabino do Judaísmo do Primeiro Século era dedicado
exatamente a esta função (como é considerado função de um rabino até hoje): ensinar a Torá do Eterno. O propósito de sua vida era explicar a Torá em termos práticos e comunicar o conhecimento do Eterno para a geração seguinte.

III.6 - OS TRÊS CRITÉRIOS PARA UM RABINO


O Pirkei Avot continua "Os Homens da Grande Assembléia disseram três coisas `Seja deliberado em seu julgamento, forme muitos talmidim (discípulos), e faça uma cerca para a Torá." Esta era a função de um rabino do Primeiro Século.

I – Ser deliberado no julgamento: A função de um rabino era ser cuidadoso ao tomar uma decisão legal ou ao interpretar as Escrituras. Ele tinha que cuidadosamente examinar todas as evidências. Quando lhe era perguntado algo sobre as Escrituras, ou quando tinha que tomar uma decisão como ancião ou juiz em uma corte, ou até mesmo ao tomar decisões sobre a observância da Torá (halacha), um rabino tinha que ser
cuidadoso e deliberado. Um rabino levava as Escrituras a sério, e as estudava cuidadosamente para ser deliberado em seu julgamento.

II – Formar muitos talmidim (discípulos): A função de um rabino era a de formar muitos talmidim(discípulos). Ele tinha que passar as instruções a muitos alunos. Se ele não o fizesse, não haveria continuidade de geração em geração. Sem talmidim (discípulos), o estudo da Torá e o conhecimento do bem desapareceriam em uma passagem de geração, e a próxima geração cairia em apostasia. A função de
um rabino era a de formar talmidim (discípulos) que por sua vez se tornariam professores e formariam outros discípulos, para que a Torá não se perdesse.

III – Fazer uma Cerca para a Torá: A tarefa de um rabino era a de proteger a Torá, ou seja, proteger os mandamentos para que o povo não caísse em pecado. Por exemplo, para que uma pessoa não cometesse adultério, os sábios fizeram uma cerca, dizendo que um homem não deveria ficar sozinho com uma mulher que não fosse sua esposa, para que não caísse na tentação do adultério. Alguns dizem que Yeshua condenou o princípio da cerca, mas na realidade o que Yeshua condenou foi o excessivo
legalismo, e o peso que havia nos exageros sobre as leis de cerca. Como em tudo na vida, o ser humano tem a tendência a cometer exageros, e as leis de cerca, que eram um conceito válido e muito interessante, tornaram-se um peso muito grande.

Em seu ministério, Yeshua foi um rabino completo, cumprindo os três critérios acima. Ele foi deliberado em sue julgamento, tomando decisões brilhantes a respeito da interpretação da Torá. Ele formou muitos talmidim (discípulos), mais do que qualquer outro rabino jamais o fez. Além dos Doze Apóstolos, ele tinha centenas de alunos devotos, e milhares de pessoas que ouviam aos seus ensinamentos. Ele fez cercas
para a Torá, por exemplo quando disse que alguém que sequer olha para uma mulher com desejo já cometeu com ela adultério no coração. Ou quando disse para não fazermos juramentos, mas que o nosso sim seja sim e o não seja não. Nestes dois exemplos, ele fez cercas para os mandamentos de adultério, e para alguns mandamentos relacionados ao falar (i.e. não levantar falso testemunho, leis a respeito de juramentos, não
tomar o nome do Eterno em vão, etc.). Vemos então que Yeshua era um rabino completo.

III.7 - ENTENDENDO AS PALAVRAS DO RABINO YESHUA

Quando começamos a estudar os ensinamentos e metodologias de ensino dos primeiros rabinos,fazemos uma descoberta fantástica. Logo percebemos que muitas das palavras e ensinamentos de Yeshua refletem os ensinamentos de outros rabinos anteriores ou contemporâneos a ele. A metodologia, hermenêutica, argumentação, pressuposições teológicas, e até mesmo os assuntos abordados nos ensinamentos de Yeshua são fundamentalmente rabínicos. Até mesmo a sua forma de ensinar utilizando
parábolas era um método de ensino comum no Primeiro Século. Muitas de suas parábolas são derivadas de parábolas de outros rabinos anteriores a ele, que Yeshua aproveitou e/ou reformulou para transmitir Sua mensagem. Em poucas palavras, como rabino, ele utilizou as ferramentas de um rabino para transmitir Suas idéias. Ele utilizou tanto técnicas rabínicas quanto materiais rabínicos, tal qual já demonstramos
brevemente no segundo artigo desta série.

A literatura judaica nos permite comparar Suas palavras com as palavras dos rabinos que vieram antes dEle, ou mesmo dos rabinos contemporâneos a Ele. Assim, conseguimos compreender melhor algumas expressões idiomáticas obscuras e elementos do estilo judaico que Yeshua empregou, ao fazermos tais comparações. Através da literatura judaica, conseguimos entender melhor os pontos de conflito entre Yeshua e o sistema do Judaísmo que existia no Primeiro Século. E o melhor de tudo é que, consequentemente, conseguimos entender melhor a Yeshua e à Sua mensagem, dentro do seu contexto original.

III.8 - CONCLUSÃO

Yeshua é um rabino. Seus ensinamentos são fundamentalmente rabínicos. Para entendermos melhor quem Ele foi e o que Ele ensinou, é necessário explorarmos o material e as metodologias rabínicas de Sua época.

Parte IV
Um Rabino Muito Especial

IV.1 - INTRODUÇÃO

As três primeiras partes deste estudo mostravam como Yeshua se encaixa na descrição normal de um rabino do Primeiro Século Yeshua foi o único rabino com autoridade para questionar até mesmo as tradições rabínicas anteriores. O próprio Judaísmo rabínico reconhece que o Messias tem autoridade para mudar a Halacha (as decisões sobre como observar corretamente a Torá), e ensinar a observar propriamente a Lei do
Eterno. Yeshua não mudou a Torá, pois o Eterno não muda, mas questionou muitas tradições rabínicas(embora tenha concordado com outras). Yeshua disse "Vocês têm ouvido… mas Eu lhes digo." Quando dizia esta frase, Yeshua mostrava Sua autoridade absoluta. Por isto lemos "Ao concluir Yeshua este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina; porque as ensinava como tendo semichá, e não como os seus professores da Torá." (Matitiyahu / Mateus 7:28-29)

IV.4 – OS MILAGRES DO NOSSO RABINO

O ministério de ensinamento do rabino Yeshua foi complementado e validado pelas manifestações dos milagres do Reino dos Céus que o acompanhavam. Os doentes foram curados, os que eram oprimidos por demônios foram libertos, os famintos foram alimentados, os cegos voltaram a ver, os aleijados andaram,
os surdos ouviram, e os mortos voltaram à vida. Milagres desta magnitude eram muito raros dentre outros rabinos. Mas no ministério do rabino Yeshua, os milagres eram a regra, e não a exceção.

IV.5 – UM RABINO SE TORNA MALDIÇÃO

Os rabinos do Primeiro Século conheciam muito bem a Torá. Sabiam que a Torá, como Palavra do Eterno, é Ets Chayim, mas também pode trazer morte. Por que? Porque o conhecimento do bem não vem sem o conhecimento do mal, e eles sabiam quais eram as consequências de não viverem segundo a Torá. Sabiam de todas as terríveis maldições que viriam como consequência disto. Certamente encontraríamos no Primeiro
Século, e até mesmo hoje em dia, muitos rabinos que dariam sua vida para salvar a alguém.

No entanto, nenhum rabino que se preze aceitaria tomar sobre si todas as horríveis maldições que a Torá descreve como sendo conseqüência da transgressão. Certamente que não aceitariam nem mesmo a metade. Yeshua, como rabino, conhecia bem a Torá. Sabia de todas as horríveis maldições, tanto físicas quanto espirituais, que estaria para sofrer, em nosso lugar. E em Seu grande amor, Yeshua decidiu nos salvar.
O maior rabino de todos os tempos também demonstrou o maior amor de todos os tempos, ao tomar sobre si algo que todos os outros rabinos julgavam e ainda julgam impensável.

IV.6 – O RABINO QUE VOLTOU DOS MORTOS

Yeshua também foi o único rabino a ressurgir de dentre os mortos. Nenhum outro rabino na história jamais fez, e jamais fará tal coisa. Se você ainda tem dúvidas sobre isto, imagine a seguinte situação: após a sua morte, os seus talmidim (discípulos) estavam dispersos e completamente desnorteados. Eram pobres, sem
as doações que eram feitas ao ministério de Yeshua, não tinham como se sustentar. Estavam desapontados,pois esperavam ver o seu rabino coroado como rei em Yerushalayim (Jerusalém), e no entanto seu rabino foi preso, torturado, morto e nada fez para impedir. A grande maioria das multidões que o seguiam agora também estavam desapontadas, se sentindo desiludidas pois também esperavam que Yeshua os libertasse de Roma.

Sem dinheiro, sem as multidões, sem rumo, sem o seu pastor, confusos, desiludidos, amedrontados, dispersos, perseguidos por Roma e por muitos moradores da região de Yehudá: este era o quadro dos talmidim (discípulos) de Yeshua. E no entanto, algo acontecesse. Eles passam de adolescentes amedrontados a intrépidos proclamadores do Reino dos Céus, ao ponto de levarem adiante a mensagem de Yeshua até os confins da Terra, dispostos a darem suas vidas por esta mensagem. O que mudou? Justamente o fato de que Yeshua ressurgiu dos mortos, e apareceu para eles. Sem isto seria impossível imaginar que os talmidim (discípulos) seriam capazes de
levarem sozinhos uma mentira adiante.

IV.7 – SEGUINDO O RABINO YESHUA

Uma coisa é saber que Yeshua foi um rabino e até chamá-lo de rabino Yeshua. Outra coisa bem diferente fazer dEle o seu rabino. Tal como no Primeiro Século, até os dias de hoje existe uma grande diferença entre aqueles que são curados ou salvos por Yeshua, e aqueles que decidem serem seus talmidim(discípulos). Para realmente aprendermos de Yeshua como os primeiros talmidim (discípulos) faziam, temos
que entender como Ele vivia, e procurar viver da mesma forma, e seguí-lo. Pois o chamado de Yeshua é para que nós o sigamos. Se desejamos conhecê-Lo como Ele realmente é, devemos experimentá-Lo não apenas como Salvador, mas também como Mestre e S-nhor, e devemos dedicar nossas vidas ao discipulado dEle.

Assim como ocorria no contexto do Primeiro Século, devemos entender que ser discípulo de Yeshua é estar aprendendo constantemente dEle. É um processo de uma vida inteira. O mesmo chamado de Yeshua está disponível até hoje.

Shalom!

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